agosto 30, 2012

Fuxicando sobre Chick-lits: Resenha – Karma Club, de Jessica Brody

“Chick-lit” é um gênero literário que abrange a vida da mulher moderna, sendo voltado, principalmente, para o sexo feminino. São romances leves, com um toque de humor, que narram o quotidiano e entram fundo nas dúvidas e emoções das personagens, transmitindo, normalmente, a sensação de estar lendo o relato de uma amiga. As história nesses livros poderiam facilmente ser uma conversa entre garotas ou mulheres, na qual há compartilhamento de sonhos, segredos, confissões.

Madison é totalmente apaixonada pelo seu namorado, Mason, e completamente obcecada pela garota mais popular da escola, Heather. O que ela mais deseja é frequentar o fechado círculo dos populares de sua escola, principalmente as festas no loft. E quando ela finalmente vislumbra essa possibilidade, tudo parece se transformar em um pesadelo. Desolada com os acontecimentos inesperados, acaba por conhecer o conceito de “Carma” e ter a brilhante ideia de fundar, juntamente com suas duas melhores amigas – Angie e Jade – o “Clube do Carma”, um clube secreto com o intuito de vingar todas as decepções pelas quais as garotas já passaram.

Imaginava que a leitura da obra de Jessica Brody fosse me agradar por ser um chick-lit adolescente, estilo O Diário da Princesa, no qual vemos as tramas se desenrolarem no perigoso ambiente High Shool. Porém, o livro foi muito além do que eu esperava, despertando as mais diversas emoções em mim durante a leitura.
                Para começar, a narrativa da autora é muito agradável. Ela dá fluidez à leitura, ao mesmo tempo em que consegue ter humor e emoção nos momentos certos. Foram várias as vezes que senti o coração apertar, por captar o sofrimento de Maddy. Entendam: estamos falando de uma adolescente que teve o coração partido, e não de uma grande catástrofe universal. Porém, só quem já teve o seu próprio coração quebrado – e arrisco a dizer que ninguém segue imune quanto a isso – para saber o quanto dói, independentemente de a situação parecer fútil, se comparada a problemas tão maiores. Contudo, como já dito, a narrativa não se faz dramática, ela é leve e descontraída, com uma pitada de drama apenas em pontos específicos.
Depois, foi impossível não relembrar os meus tempos de Ensino Médio, experiência deliciosamente saudosista. O livro é completamente juvenil e reflete muito bem essa fase da vida, quando os acontecimentos acontecidos na escola e ao redor dela parecem ter importância única e de aparentarem serem maiores do que são. Isso é possibilitado pela narrativa em primeira pessoa: ao acompanharmos tudo pela visão de Maddy, percebemos o peso dos fatos para ela, o quanto são importantes, ainda que para o leitor eles não o sejam.
Não posso deixar de dizer que travei uma verdadeira conflituosa relação com esse livro. Não que a história tenha me desagradado ou que eu tenha demorado a ler por estar distante da leitura. Não. Estive envolvida com a leitura todas as vezes que comecei a ler. Meu problema foi exatamente o excesso de envolvimento. Enquanto eu via Maddy e as amigas seguirem com seus planos, crescia em mim a indignação e a vontade de estar ali para dizer para elas que elas estavam erradas, que não haviam compreendido o significado de “Carma” em sua totalidade. Depois, fiquei completamente agoniada e devorei as páginas finais, desesperada para descobrir a resolução de tudo. Isso sem contar as risadas durante a leitura e a sensação agradável de se acompanhar um romance fofo.
Como se não bastasse tudo isso, Karma Club ainda traz uma mensagem pra lá de positiva ao final da leitura. É claro que ela poderia ser interpretada simplesmente como “egoísmo” ou “benefício próprio”, mas já dizia a Phoebe, de Friends (minha série favorita, diga-se de passagem), que não existe boa ação verdadeira, porque, no fundo, sempre pensamos no que ela pode reverter para nós, nem que seja simplesmente a sensação de bem estar que uma boa ação provoca. Concordar ou não com isso não é a questão, nem muito menos se ela de fato é verdadeira. Só que acho que mais vale uma boa ação com intenções egoístas do que nenhuma ação. E, ao finalizar a leitura, senti aquela sensação de sair por ai fazendo coisas boas para os outros e acho que é isso o que vale.
Resumindo, o livro é tipicamente jovem, leve e que daria um excelente filme de Sessão da Tarde. Uma leitura para se relaxar e se divertir, mas que, ao mesmo tempo, acabou entrando para minha lista de favoritos, por trazer consigo uma boa mensagem, uma reflexão, mesmo que leve, sobre o Carma e o destino. Ainda, só o fato de ter despertado tantas emoções em mim já merece destaque, porque demonstra sua capacidade de envolvimento.
Não espere que seja o maior livro que você já leu na sua vida, veja-o dentro do estilo a que pertence. Ele cumpre muitíssimo bem sua função de leitura leve e de entretenimento, com o adicional de ter uma mensagem positiva e uma pitada de reflexão. Ele acaba por ser previsível, mas o que te prende não é a vontade de descobrir o que vai acontecer, e sim como. Se você gosta de livros jovens, não deixe de ler Karma Club!
P.S: Já falei sobre as capas de Karma Club em um post aqui! Se quiser revê-lo e conhecer outras capas pelo mundo, só clicar nesse link. Eu até gostava da capa brasileira, mas agora, por mais que a ache bonitinha, não consigo gostar por não achar que ela tenha algo a ver com a história. Essas sem dúvidas são as minhas favoritas, agora que li. Principalmente a do meio, ela tem tudo a ver com a história!

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6 Comentários

  • Natália Keli
    18 setembro, 2013

    Esse livro parece bem legal, mas não gosto nem um pouco dessa capa, acho bem nada a ver esse faixa com o nome da autora, para piorar da mesma cor do vestido. A editora deveria ter mantido a capa original.
    Beijo

    http://allmylifeinbooks.blogspot.com.br/

  • Carolina Durães
    31 agosto, 2012

    Oi Aione, tudo bem?
    Eu realmente adoro esse gênero por ser uma leitura leve e divertida. Acho que o que mais me diverte, quando o livro se trata de adolescentes, é como a menor das situações se torna catastrófica diante a análise deles. Claro, ter o coração partido em qualquer idade nos afeta bastante, mas é sempre bom ver que no final podemos arrancar alguma lição e rir um pouco disso.
    Beijos

  • Camila Fernandes
    31 agosto, 2012

    Adoro chick-lits! É uma leitura tão gostosa e divertida! Esse livro deve ser bom, tenho curiosidade para lê-lo.
    Beijinhos!

    Camila.
    loucuradelivros.blogspot.com.br

  • ✿Nessa✿
    30 agosto, 2012

    Oi!
    Eu adoro chick-lits, e este é mais um que faz tempo que está na minha lista!!
    Ai Mi*, adoro sua resenha, vc é super sincera em relação aos seus sentimentos e o que achou do livro.

    Bjinhs meninas Pah e Mi*
    http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

  • Karina B.
    30 agosto, 2012

    Adoro Chick-lits, principalmente quando termino de ler um livro mais dramático.
    Esse livro parece ser muito legal, como você mesma disse "Um excelente filme de Sessão da Tarde". =D
    Bjs!

  • Sofia
    30 agosto, 2012

    Chick-lits são sempre ótimos! Adorei!

    Bjs
    Lendo de Tudo