A jovem Oksa Pollock, de 13 anos, era uma estudante que acreditava ser igual a todos os outros. Em certo momento, aflita com o início das aulas na escola nova, Oksa percebe ser a causa de fenômenos estranhos em seu quarto. Um canto da escrivaninha pega fogo, caixas explodem. Ela, que sempre sonhara ser uma ninja, descobre que possui dons sobrenaturais. Confusa e aterrorizada, evita comentar esses fatos com outras pessoas. Estes estranhos acontecimentos vêm acompanhados do aparecimento de uma misteriosa marca em sua barriga. Muito assustada, Oksa conta tudo à avó, a excêntrica Dragomira, que lhe confessa o segredo de suas origens: a família Pollock vem de Edefia, um mundo invisível, escondido em algum lugar na Terra. Oksa descobre ser a Inesperada, a única esperança dos exilados de Edefia de voltarem à terra de origem. Diante das novidades e da missão para a qual foi escolhida, Oksa não será mais a mesma. Mesmo com a ajuda de seu melhor amigo, Gus, descobre o quanto é difícil conciliar a vida escolar normal e cumprir o seu destino. Neste primeiro volume da série de sucesso na França, Oksa Pollock e o mundo invisível apresenta uma narrativa dotada de fantasia e das contradições vividas por uma jovem que descobre subitamente uma realidade que jamais havia imaginado.
Editora: Suma de Letras l 428 Páginas l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes
Essa é uma resenha que me deu trabalho: primeiro porque eu amei o livro e ao mesmo tempo tinha vontade de parar de lê-lo e segundo, porque fiquei muito tempo pensando no que escrever. Antes de qualquer coisa fiquei realmente feliz de não ser um livro infantil, mas já nas primeiras folhas percebi que os diálogos e mesmo a forma que as autoras descrevem o contexto da história é muito formal. Foge da nossa realidade, mas é de acordo com a realidade francesa. O povo francês é bem formal e por isso esta formalidade está no livro. Não é algo que nos impeça de lê-lo, mas demora um pouco para nos habituarmos com o estilo das autoras. – É a primeira vez que leio literatura francesa e este livro está me motivando.
“Com o surgimento daquela Marca, toda sua vida tinha sido sacudida. Ou melhor, o seu futuro” (pag. 151)
Uma menina de 13 anos vê sua vida mudar a partir do surgimento de uma misteriosa marca em sua barriga. Esse é o pontapé inicial da aventura de Oksa Pollock, filha de russos, que se muda da França para a Inglaterra e vê sua perspectiva de vida mudar radicalmente a partir de uma grande revelação: a família de Oksa veio de uma terra mágica chamada Edefia e ela é a rainha prometida que vai restaurar o equilíbrio de sua terra e permitir que os De-Dentro retornem a casa.
Complicado, né?! Pois é, de início também achei e a narrativa, ora rápida, ora maçante, presa em detalhes dispensáveis, torna um pouco mais complicado o avanço na história. Mas é o seguinte, os De-Dentro são imigrantes que vieram para a Terra fugindo do caos que se estabelecera no mundo invisível. Todos possuem poderes e Oksa é a Inesperada, a rainha (Graciosa) que pode guiá-los de volta. Mas a história não é um conto de fadas simples. Existem vilões que farão de tudo para obter o poder de Oksa e obrigar a menina a se unir a eles.
A premissa da história me atraiu bastante. Amo histórias de fantasia e, com exceção de Harry Potter, essa é a primeira que se passa na Europa e o ponto que mais me atraiu é o fato de que o personagem principal é uma menina. Uma “aborrescente”, é verdade, cheia de vontades e impulsiva, mas Oksa conquista pela naturalidade de suas reações.
Outro ponto que me chamou a atenção foi a ligação de Oksa com a família. Os Pollock são muito ligados e amorosos, com um círculo de amizade bastante íntimo, e exatamente por isso, ela é uma protagonista diferente. As autoras Anne Plichota e Cendrine Wolf deram um toque mágico a história ao não repetir a velha fórmula de criança órfã e sofredora. Oksa é uma menina comum, irritante, engraçada, cheia de amigos e, com seu fiel Gus a tiracolo, ela nos conquista.
As autoras souberam brincar com a fantasia ao incluírem criaturas e seres mágicos que dão um toque cômico e que lembram, ao menos para mim, um pouco da mitologia celta. Como se elas tivessem emergido naquele mundo mágico e natural de tal povo.
No geral, apesar de algumas vezes achar a linguagem arrastada, alguns diálogos e comentários absurdos, eu gostei do livro. Tem tudo pra entrar para meus preferidos. Mas se você não gosta de muita conversa e descrições demais, não procure por Oksa, o livro pode te irritar um pouquinho!
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