Henry sofre de um distúrbio genético raro. De tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele se vê viajando no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro. Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação.
Editora: Suma de Letras l 496 Páginas l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5
Você já imaginou conhecer o homem dos seus sonhos, aquele que passará a vida ao seu lado, ainda na infância? Se você tivesse em mãos um caderno contendo todas as datas e horas em que irão se encontrar? E se ele tivesse um problema genético que o impede de permanecer muito tempo no presente e que isso fosse acabando com a saúde dele aos poucos, o que você faria? Qual seria sua escolha, ficar e viver esse amor, ou deixá-lo ir?
“Bom, seja lá quem você for, estou aqui agora. Você pode ser o passado de Henry, mas sou seu futuro.” (Pag. 27)
“A mulher do Viajante do tempo” foi o primeiro romance que eu li. Mas porque justamente agora me senti pronta para resenhá-lo? Bem, porque só agora me dei conta que não se trata de um conto de fadas, mas sim de um romance com bases reais firmadas na fantasia. Complexo, não é?!
O livro aborda o romance através dos olhos de Henry, um rapaz que aos cinco anos de idade descobriu que possuí uma condição genética que lhe permite viajar entre o presente, o passado e o futuro, sempre em momentos e situações que envolvam seus entes queridos, mesmo que eles ainda não se conheçam. Henry não tem controle sobre como, quando e para onde irá viajar. Os pulos, como ele chama, ocorrem sem que ele espere, sempre em momentos de estresse e pressão, contudo com o passar do tempo tais saltos vão ficando tão frequentes que qualquer emoção mais forte o faz viajar. Além da perda do controle de sua própria história, tais viagens no tempo também deterioram a saúde de Henry.
Em um desses pulos, ele conhece Clare, nossa outra protagonista, que empresta seu ‘nome’ ao título da obra. Clare é uma criança quando conhece o estranho que se tornará alvo de sua ambição, amor e dúvidas. A menina é valente e sonhadora e mantém seus encontros com Henry escondidos de sua família. Com o tempo, a garota passa a perceber que cada vez que Henry aparece ele está com uma aparência diferente; algumas vezes mais maduro, com cabelos grisalhos, marcas de expressão e uma sabedoria discreta no falar, outras vezes, ele aparece jovem, com cabelos negros e com um espírito impulsivo, mas sempre cuidadoso com aquela que será sua esposa. Henry nunca conta como eles irão se encontrar, namorar e casar. Apenas lhe conta que ela será sua esposa. Clare passa seus dias sonhando e esperando por esse acontecimento. À medida que a menina cresce ela tem seu amado presente nos momentos mais importantes de sua vida (infância, adolescência e início da vida adulta). Juntos eles descobrem as alegrias e dores do amor, reunindo forças para enfrentar a condição genética de Henry.
A mulher do viajante no tempo é um desafio de leitura. Você fica confusa com as viagens assim como Henry, presencia os primeiros medos do menino e entende como ele aprende a lidar com sua condição. Com Clare aprende-se o desafio de amar alguém diferente, sonho sobre o qual se fantasiou a vida inteira. A leitura é fluente e gostosa. Audrey nos faz acompanhar as trajetórias desses amantes até o momento em que estamos vivenciando o futuro, passado e presente de Henry. Momentos em que o vimos saltar no princípio do livro e que apenas no meio da história entendemos o que aconteceu com aquele pulo no tempo. Como escritora, me encanta a forma como a autora criou tal contexto, história e personagens. A construção do livro é primorosa, o romance é encantador e os sentimentos são reais.
Henry é cativante, mesmo em sua forma jovem e desleixada. Clare é brava e sonhadora e por vezes irritante em sua tentativa de moldar Henry ao rapaz de sua infância. Vivi as lutas de ambos para aprenderem a lidar com a condição de Henry. Sorri com suas conquistas. Chorei com suas dores.
Achei um pouco brusca a mudança de linguagem, principalmente quando se trata de Clare. Ora a linguagem é infantil e quase boba, ora é adulta demais ao ponto de ser vulgar. Mas nada que atrapalhe a fluidez do texto e da história. Penso até que ela foi ousada e crua ao usar alguns termos ‘pesados’. Dou cinco estrelas para ‘A Mulher do Viajante no tempo’, sem o menor arrependimento.
O livro ganhou uma versão para a telona com o nome de ‘Te Amarei para sempre’, com Eric Bana interpretando Henry (apaixonante) e Rachel McAdams como Clare (ela incorporou perfeitamente a ruivinha apaixonante e irritante… rsrsrssr). Confira o link do trailer AQUI.
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