Leni tem catorze anos, é austríaca, judia e muito corajosa. Refugiada na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial, certo dia é convocada pelo almirante MacPherson para a missão mais perigosa de sua vida… Otto é alto, bem magro, tem olhos cacastanhos e vive na Inglaterra – sua família foi aprisionada pelos nazistas. Ele adora se meter em confusão e é por isso que, quando o almirante sugere que ele ajude o governo inglês numa missão ultrassecreta, ele aceita na hora. Otto e Leni são enviados à Alemanha para resgatar uma garotinha chamada Angelika. Pouco se sabe sobre essa pequena órfã misteriosa em quem a Inglaterra tanto aposta como a arma secreta que colocará o ponto final naquela guerra sangrenta. Leni, Otto e Angelika enfrentam grandes desafios, descobrem segredos importantíssimos e acabam mudando os rumos deste episódio tão marcante para a história.
Editora: Seguinte l 272 Páginas l Jovem Adulto l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5
Impactante, terminei a leitura desse livro há alguns minutos e decidi escrever a resenha logo para registrar minhas primeiras impressões.
A estória se passa em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. Dois adolescentes são escolhidos pelo serviço secreto britânico para trabalhar como agentes infiltrados. Sua missão? Sequestrar uma menina de dez anos, levá-la em segurança para a Suíça (país neutro durante o período abordado pela obra) e entregá-la ao comandante Mcpherson.
“Uma raposa pode até começar com vantagem, mas no final acaba sendo devorada pelos cachorros, pensou Otto.” (Pg. 205)
Esse seria apenas mais um livro de ficção escrito para contar os horrores da Segunda Guerra Mundial, mas o Anjo de Hitler usa a Segunda Grande Guerra como palco para que seus personagens principais cresçam. Muitos podem pensar: Mas crianças como agentes secretos, enfrentando os perigos reais do Terceiro Heich? Impossível. A questão é: crianças como agentes secretos é um fato realmente difícil de engolir, mas a ambientação do livro dá o tom de veracidade.
O autor usou uma lenda ao redor de Adolf Hitler como ponto de partida para sua trama. Tal lenda conta que Hitler teria uma filha, desaparecida durante a guerra. Baseado nesse rumor, William Osborne construiu o personagem que mais me impactou: Angelika, menina que acreditava ser um anjo, pois fora criada em um convento, isolada do mundo, ouvindo da Madre Superiora que era uma criança especial.
Angelika é um doce de menina e vem dela a decisão mais difícil do livro. Leni e Otto são os adolescentes recrutados para a missão. Ambos perderam parentes para o Heich e tem motivos suficientes para se vingar de Hitler. Mas os adolescentes são confrontados por questões éticas e morais, como por exemplo, vale a pena sacrificar uma criança para se vingar? Não que esse fosse o plano da Inglaterra, mas esse era o motivo pelo qual aceitaram a missão.
Otto é muito corajoso e endurecido pelo desaparecimento de sua família. Leni é forte e corajosa e carrega no peito um desejo pessoal de vingança: vinda de uma família judia, fugiu para a Inglaterra com a mãe e irmãs e nunca mais ouviu falar de seu pai e irmãos, provavelmente vítimas do holocausto.
O que me marcou foi justamente a força dos personagens e as pitadas de realidade que o autor nos dá. Com pequenas cenas de tortura, Osborne joga na imaginação do leitor fragmentos do que acontecia nos interrogatórios nazistas. O autor também nos apresenta personagens e fatos históricos verídicos como a Operação Barbarossa (invasão da União Soviética por 4,5 milhões de soldados nazistas).
Eu sinceramente devorei as últimas 100 páginas do livro. Fui tomada por um ritmo frenético de perseguição; uma sensação de que estava no lugar de Leni e Otto e um desejo frenético de resgatar Angelika. O final inesperado me desmontou e foi por isso que decidi escrever agora. O Anjo de Hitler me marcou. Não sei dizer se daqui algum tempo me lembrarei desse livro como predileto, mas hoje, sem dúvidas, digo que me apaixonei pela narrativa e que gostaria de conhecer pessoas como esses personagens fictícios.
Dou cinco estrelas sem pestanejar!
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