Em uma cidade decadente, onde se criam polvos para a
produção de tinta, onde há uma floresta de algas marinhas e onde um dia
funcionou uma redação de jornal em um farol, um jovem Lemony Snicket começa o
seu aprendizado em uma organização misteriosa. Ele vai atender seu primeiro
cliente e tentar solucionar o seu primeiro crime, aos comandos de uma tutora
que chama carro de “esportivo” e assina bilhetes secretos. Lá, ele vai cair na
árvore errada, vai entrar no portão errado, destruir a biblioteca errada, e
encontrar as respostas erradas para as perguntas erradas – que nunca deveriam
ter passado pela cabeça dele. Ele escreveu um relato sobre tudo o que se
passou, que não deveria ser publicado, em quatro volumes que não deveriam ser
lidos. Este é o primeiro deles.
|| Cortesia Companhia das Letras
|| Skoob ||
Compare & Compre|| Classificação: 4/5
|| Leia um Trecho
estar envolvido com uma organização misteriosa Lemony Snicket teve uma formação
um tanto quanto… inusitada. Assim
que concluiu a primeira fase de seus estudos – isso no auge dos seus treze anos,
saiu em campo como aprendiz, pronto para colocar em prática alguns de seus
ensinamentos. Para cumprir sua mais nova missão parte para a esquecida cidadezinha
de Manchado-pelo-mar, região antes conhecida pela produção de tinta (ou seria
extração? Não, calma, essa realmente é uma pergunta errada…). Tudo o que ele
mais quer é usar sua trena em formato de morcego para medir a profundidade de um
importante buraco (Importante por quê? Opa, eis mais uma pergunta errada…),
contudo ele acaba bem longe do determinado buraco e, se não bastasse, enrolado
até os cabelos em um crime repleto de perguntas erradas: Onde está o ladrão?
Como devolver o objeto roubado para o seu verdadeiro dono? Que diacho de lugar
é Manchado-pelo-mar? e, uma das mais importantes, Mas quem é que está tocando a
campainha a uma hora dessas?
surpreso com as coisas que acontecem a uma hora dessas – respondi…
poucas respostas! Como o autor escreve já sabendo o que vai acontecer, até
porque é como se ele estivesse narrando suas experiências, ele lembra
constantemente o leitor que seus questionamentos atuais não são importantes, tal
fato além de nos prender a trama (lembrando que a história possui um enfoque juvenil,
ou seja, tem a necessidade de entreter totalmente o jovem leitor), também aguça
nossa curiosidade. Mas ora bolas, tudo parece tão óbvio! No ponto de vista do
leitor é claro que estamos no caminho certo seguindo nossas perguntas em buscas
de determinadas respostas, porém, sem nenhum aviso, Lemony nos diz: Ei, não
mocinha, essa não é a pergunta certa! Frustação?
Confusão? Sim e sim, e de quebra um demasiado interesse em desvendarmos nós
mesmos esse caso.
narrativa do autor é que ela segue um ritmo muito rápido e inesperado, os
problemas centrais imaginados pelo leitor não são nem de perto os verdadeiros enigmas
da história, por isso fazemos tantos questionamentos inválidos conforme
progredimos na leitura. E, tenho que admitir, isso é muito instigante! Eu, uma
leitora de carteirinha de romance me vi mergulhada na aventura de Snicket; foi
fácil me sentir parte da narrativa, imaginar que eu estava ao lado do personagem
principal desvendando os mistérios da obra. Além disso, mesmo que de forma
simplificada e específica para o publico juvenil, o autor apresenta inúmeros
temas de reflexão, como por exemplo, o fato de vários jovens por aí precisarem
se virar no mundo sem os pais, ou a importância da leitura, ou ainda a força
que um laço familiar tem.
para o desenvolvimento da história foi a personalidade do jovem Snicket. Ele é
muito inteligente, praticamente a mistura de um dicionário ambulante com o Sherlock
Holmes, contudo ele não faz o irritante estilo “sabe tudo”, muito pelo
contrário, na grande maioria das vezes ele escuta mais que fala, defendendo seu
ponto de vista no momento certo, desvendando pequenos mistérios de forma objetiva
sem se gabar disso e, o principal, admitindo suas falhas. Fora isso existe algo
de misterioso no personagem, ele carrega com si intensões desconhecidas pelo
leitor, e é quase impossível não ficar bolando planos mirabolantes e formulando
infinitas perguntas – que claro temo que são perguntas erradas, a respeito de
seu passado.
surpreender com esse livro e estou bem ansiosa para ler sua continuação. Para
quem gosta de aventura juvenil essa é uma leitura obrigatória, então nada de
ficar fazendo as perguntas erradas, vulgo, – Será que leio? Será que é bom?…
Não meu caro, faça a pergunta correta: Quando vou ter esse livro em mãos?
diagramação ♦
pela Cia de Letras que li e só posso dizer uma coisa: O autor AMA ilustrações! Como
não se apaixonar por livros lindos, repletos de detalhes e de imagens que reforçam
a narrativa inusitada do autor? Dá só
uma olhadinha em algumas das ilustrações dessa obra:
uma hora dessas? É o primeiro volume da série All
The Wrong Questions (traduzido como Só
Perguntas Erradas). Até o momento a saga conta com dois livros publicados: Who Could That Be At This Hour? e When Did You See Her Last?,
mas ao que tudo indica ela terá um total de
quatro volumes.
lançado esse mês (outubro) e já pode ser encontrado para compra em algumas
livrarias online (veja aqui).
coisas assustadoras estão acontecendo. (…). … só ficar assustado depois, quando você
estiver fora de perigo. Ás vezes acho que vou passar o resto da vida assustado
por causa de todo o medo que eu deixei de lado durante minha passagem por
Manchado-pelo-mar.
errada a se fazer. Mas fizemos mesmo assim. Saber que uma coisa está errada e
mesmo assim fazê-la é algo que acontece com bastante frequência na vida, e
duvido que algum dia eu saiba o porquê.
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