Dan Cereill levou um encontrão da vida: seu pai faliu,
assumiu que é gay e separou-se de sua mãe, tudo de uma vez só. Enquanto isso,
sua mãe recebeu de herança uma casa tombada pelo patrimônio histórico que
cheira a xixi de cachorro, mas que não pode ser reformada… E, agora, Dan está
vivendo em uma casa-relíquia que parece um chiqueiro, com uma mãe supertriste e
sem conseguir falar com o pai — que ele ama muito. Suas únicas distrações são
sua vizinha perfeita, Estelle, e uma lista de coisas impossíveis de fazer, como:
1. Beijar a garota. 2. Arrumar um emprego. 3. Dar uma animada na mãe. 4. Tentar
não ser um nerd completo. 5. Falar com o pai quando ele liga. 6. Descobrir como
ser bom e não sair abandonando os outros por aí… Mas impossível mesmo será:
1. Não torcer para que Dan supere seus problemas. 2. Não rir muito com os
devaneios dele. 3. Não querer ter um cachorrinho como Howard. 4. Não desejar
que a mãe de Dan encontre a felicidade. 5. Parar de ler este livro. 6. Não
querer abraçar o livro depois de tê-lo terminado…
|| Cortesia Editora Novo Conceito ||
Skoob ||
Compare & Compre|| Classificação: 5/5
surpreender com um livro. Quando comecei a ler Seis Coisas Impossíveis não esperava muito mais do que um romance
tipicamente juvenil – uma obra que usasse como pano de fundo a narrativa do
temido primeiro beijo, ou talvez a vontade de ser aceito que todo jovem tem, ou
ainda a maneira quase inata com a qual todo adolescente busca o reconhecimento
(seja ele dos familiares, amigos, ou namorados). E de fato o livro traz muitas
dessas reflexões, entretanto conta com um grande diferencial: um narrador que
cativa e envolve completamente o leitor. Dan, no auge dos seus quatorze anos,
viu sua vida girar de ponta cabeça quando descobriu que as finanças de sua
família estavam ruins ao ponto de seu pai criar coragem e assumir que é gay, ir
para um centro de reabilitação espiritual,
e deixar sua mãe com toda a responsabilidade de cuidar e sustentar a casa –
casa que eles não possuem mais. Magoado, confuso, e perdido nas lembranças do
que um dia foi uma família feliz, Dan resolve que está na hora de mudar, mesmo
que isso pareça completamente impossível.
como se eu fosse um bolha sem forma, tentando parecer alguma coisa”.
família em apuros a sorte resolveu dar as caras e uma herança inesperada proporcionou
a ele e a sua mãe um novo lar – tá que
se trata de uma casa tombada como patrimônio histórico, que fede a xixi de cachorro,
e que não vale muito para quem não tem nem o que comer, mas ainda assim é
melhor do que não ter onde dormir. E, com tantas mudanças ao seu redor (sendo a
maioria extremamente desagradável), mudar de casa não chega a ser a pior entre elas,
afinal ela dá a Dan uma segunda chance, a oportunidade que ele queria de não
ser mais o cara de um amigo só, ou o cara que nunca beijou uma garota, ou pior,
o nerd esquisito. Ele quer ser um novo garoto, quer ajudar a mãe, conhecer sua
vizinha gatinha, ser um homem melhor do que o “tipo que abandona a família”, e
deixar de ser tão nerd na escola. Ele quer o que todo jovem quer, ser amado, e
com muito bom humor narra sua nova vida, a que ele quer fazer acontecer.
normal, como qualquer jovem em uma fase de descobertas e inseguranças ele enfrenta
situações muito difíceis, e infelizmente bem presentes em nossa realidade, como
bullying, medo do futuro, dúvidas quanto ao seu corpo, e infinitas preocupações
com aqueles que ele ama. Os pontos de reflexão são sutis, mas estão
completamente enraizados no livro, e isso por si só me deixou extasiada. A dor
de Dan (que não faz o tipo de garoto chorão, muito pelo contrário), a força de
sua mãe, o recomeço dessa família, as pessoas boas (e animais fofos) que
aparecem em meio a tanta confusão emocional, e a forma como esse jovem
consegue, sutilmente, contornar as perdas para agregar ganhos… Isso é tudo
tão sentimental, tão gostoso de ler. Dan está sofrendo? Claro que está, mas
ainda assim encontra espaço em seu coração para se apaixonar, para ajudar seus
amigos, para aprender e, principalmente, para amadurecer. E eu gostei tanto
disso, da sua maneira única e amorosa de ver e levar a vida – gostei tanto
desse rapazinho que facilmente o apresentaria a minha irmã mais nova, risos.
com um personagem nerd, fofo e muito carismático ♥, a autora nos prende ao livro e nos proporciona uma
leitura agradável, comovente e divertida. Sabe o tipo de história perfeita para
entreter e fazer o leitor refletir, e que emociona mesmo sem usar densas cargas
de drama? Aquele tipo de livro que dá uma perspectiva nova a palavra “recomeço”?
Pois bem, é esse o caso de Seis coisas Impossíveis:
jovem, divertido, tocante, romântico e surpreendente. Talvez eu tenha gostado
tanto do livro por lê-lo sem expectativa nenhuma, contudo é fato que eu ri,
suspirei e me emocionei demais com essa história. E tudo com um menino como
narrador, difícil de acreditar não é? Alguns vão dizer que é sorte de
principiante, mas eu acredito que seja talento de sobra dessa autora. Ponto para ela! Conquistou uma fã.
diagramação ♦
Além de uma história deliciosa Seis
Coisas Impossíveis conta com vários detalhes fofos, dá uma conferida:
que vai fazer isso?”
divertido para mim ser expulso as minha vida e jogado nesse museu triste e
frio?”
direito – esse lance de me tornar um cara descolado está dando supercerto!”
não pode ser saudável. Estou me afogando. […]. Não posso depender de ninguém,
não tem ninguém para resolver os problemas, ninguém para pagar a conta, ninguém
para passar a bola. Estou sozinho aqui, sem dinheiro, sem soluções…”.
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