Catorze anos após o último livro, a autora Helen Fielding nos apresenta uma nova e completamente fascinante fase na vida de Bridget, em seus 50 anos, viúva, mãe de dois filhos na Londres contemporânea, Bridget retoma seu diário abandonado e mostra que continua a mesma, e ainda mais viva – e ativa – do que nunca. O tempo se encarregou de trazer à sua vida outros dramas e dilemas, mas não levou embora seu jeito estabanado e a personalidade luminosa sem a qual ela não poderia enfrentar os momentos comoventes que a aguardam. Além de não descuidar da balança e manter-se longe dos cigarros, agora ela também precisa se preocupar com sites de relacionamentos, o número de seguidores no Twitter e os perigos de trocar mensagens de texto depois de algumas taças de vinho. Ainda às voltas com os amores, Bridget tropeça em novas confusões e tenta em vão se esquivar das gafes que ajudaram a consagrá-la como uma das personagens mais divertidas da literatura feminina, enquanto figuras antigas e recentes desfilam por sua vida – sobretudo um garoto misterioso que vem para balançar seriamente suas certezas.
Editora: Cia de Letras l 440 Páginas l Chick-Lit l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5 ♥
Uma das leituras mais gostosas, sensíveis, verdadeiras e emocionantes que eu poderia ter feito no início de 2014. Talvez já tenha dito isso de alguma outra personagem, mas se pudesse me achar parecida com alguém, com certeza seria com a Bridget Jones.
Fielding ambienta o terceiro livro 14 anos após o último, Bridget Jones: No Limite da Razão. Agora, nossa jornalista estabanada está longe dos telejornais, trabalhando em uma adaptação de roteiro, cuidando de duas mini cópias de Mark Darcy (Billy e Mabel), enlouquecendo em sua luta diária contra a balança, combatendo os termos “cinquentona” e “mulher de meia-idade” e evitando chafurdar na tristeza da solidão que a viuvez trouxe. Isso mesmo, a história se passa num período entre quatro e cinco anos após a trágica morte de Mark Darcy e nós, leitoras que somos apaixonadas pelo Mr. Darcy dos livros e do cinema (interpretado por Colin Firth), vivenciamos o luto junto com Bridget.
“As lembranças são confusas. Amigos, parentes me envolvendo como um útero. (…) Eu ficava sem conseguir me mover, com medo de perturbar a dor e espalhá-la, sabendo que em meia hora as crianças iam acordar e eu ia ter que lidar com fraldas e mamadeiras, tentando fingir que estava tudo bem ou pelo menos mantendo tudo sob controle até que alguém chegasse para ajudar (…).” (pag. 37).
Agora Bridget se vê rodeada de amigos casados com filhos, tendo uma rotina escolar que ela não entende e se sentindo mais velha porque não consegue entender as redes sociais. Num ímpeto de desespero para se sentir jovem e antenada ela cria uma conta no Twitter, por onde passa a narrar detalhes da sua luta contra a balança e sobre a sua vida nada amorosa, e é nas trocas de tweets que ela conhece o garotão que dá título ao livro e que transforma seu cérebro e coração num milkshake gigante. Posso afirmar com toda convicção: no lugar dela teria feito as mesmas burradas e seria tão insegura quanto ela foi caso um garotão como o Roxster aparecesse na minha vida u.u
“Por fim, me sentei no jardim, onde batia um sol delicioso, como uma deusa da luz, calma e pontual, e aí, assim que o Roxster apareceu, uma gaivota fez cocô no meu ombro.” (pag. 373).
Eis que para deleite das leitoras (no caso, eu) surge Roxster (um rapaz de 29 anos) na vida de nossa Bridget, que já tem cinquenta e poucos e se deixa levar pelo garotão, ficando com suas emoções de pernas pro ar, e resolvendo colocar em prática todas as regras do namoro que ela aprendeu nos livros de autoajuda que colecionou a vida inteira. Bridget passa a viver um conto de fadas tecnológico com Roxster. Jantares, noites de amor, sms’s, risadas, peidos e vômitos (isso mesmo!). Até que tudo desmorona por causa da pergunta que não quer calar: – E a diferença de idade entre eles? O que me fez pensar se isso realmente importa, afinal se eles de fato se amam, por que não poderiam ser felizes juntos?
Se continuar falando do livro vou acabar estragando as deliciosas surpresas que aparecem no meio do caminho, basta dizer que Billy e Mabel são fofos e representam justamente o pé no chão que Bridget tanto precisa nos momentos de loucura; quando a saudade de Mark é demais, ou quando ela não consegue lidar consigo mesma, já que Mark Darcy está mais presente do que se pode imaginar.
Dou cinco estrelas e um coração. Simplesmente amei. ♥
Beijos!
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