Apesar de apaixonada pela arte e pelas cores de Veneza, cidade onde vive, a jovem restauradora Elena Volpe tem seu coração como uma tela em branco, pois nunca viveu uma grande paixão. Com 29 anos, a protagonista de Eu te vejo tem a sua vida transformada com a chegada de Leonardo Ferrante, um famoso chef de cozinha e o mais novo inquilino do palácio onde trabalha na restauração de um afresco. O encontro com Leonardo abala suas certezas, abrindo as portas de um paraíso inexplorado. O chef sabe que o prazer é uma conquista para todos os sentidos – tem uma forma, um odor, um sabor – e guiará Elena até os limites mais doces e extremos do sexo, mas sob uma condição: nunca deverá se apaixonar por ele. A jovem aceita a proposta e deixa-se seduzir por este homem de passado misterioso, que parece fugir de seu desejo de prendê-lo a ela para sempre. Em Eu te vejo, Irene Cao revela uma trama de escrita suave, como o pincelar cuidadoso de uma restauração, e saborosa, como a gastronomia italiana. Tendo como cenário a exuberante cidade de Veneza, o primeiro volume da primeira trilogia erótica italiana traz todos os sentidos envolvidos na paixão entre Elena, uma mulher que não conhece o amor, e Leonardo, um homem que só conheceu o lado mais obscuro desse sentimento.
Cortesia Suma de Letras|| Skoob ||
Compare & Compre || Classificação: 4/5
vejo a autora promete aos leitores uma história intensa de sedução e
prazer, uma viagem sem compromisso sentimental que levará a personagem
principal ao autoconhecimento do seu corpo e dos seus desejos mais profundos. Baseando-se
nisso, mesmo que o enredo pareça interessante, o que de fato ele teria de novo?
No mundo da literatura erótica e/ou adulta o ponto de partida quase sempre é a
revelação de um mundo de luxúria,
artifício tão comumente utilizado pelos autores que chega a ser cansativo aos
olhos de muitos leitores. Porém, surpreendentemente, esse não é o caso da
narrativa da italiana Irene Cao. Sim, a obra trata do amadurecimento sexual da
mocinha, contudo vai além ao usar como pano de fundo um cenário estonteante, ao
descrever relações de amizade verdadeiras e profundas, a tratar de aspectos
profissionais instigantes e, principalmente, ao abordar os erros e acertos tão
comuns em nosso dia a dia. Sendo assim, mesmo em meio ao clichê, a autora criou
uma história rica em detalhes únicos e imprevisíveis – e tudo isso sem deixar
de lado o apelo sensual de sua narrativa.
que aos vinte e nove anos nunca viveu uma paixão capaz de abalar seu mundo tão
meticulosamente reservado. Trabalhando como restauradora de obras de arte – o
emprego perfeito para alguém tão detalhista e introspectiva como ela – ela
sempre preferiu a calma e tranquilidade da solidão do seu sofá ou, até mesmo, o
conforto de suas roupas largas. O fato é que ela é uma mulher bonita e
inteligente que, infelizmente, não se enxerga assim. Como muitas de nós Elena
se esconde em sua bolha de insegurança, evitando o confronto – seja do espelho
ou da vida – achando que assim fugirá da dor. Porém, ao privar-se de possíveis decepções
ela também abre mão de experimentar sentimentos intensos e bons, por isso quando Leonardo, o famoso e belo chef de cozinha, propõe
libertá-la de todas as suas amarras ela não resiste e se entrega sem reservas.
Sem promessas de amor eterno, sem juras de compromisso para toda a eternidade,
apenas um laço de entrega e aprendizagem sexual.
apelo real ao amadurecimento da personagem principal. Mesmo que para alguns seu
envolvimento com Leonardo pareça errado, e eu confesso que considerei isso em
alguns momentos, é impossível negar o quanto ela aprendeu estando ao lado dele.
Na mesma medida amei o cenário da história. Aos olhos de Elena, já que a
narrativa é em primeira pessoa, Veneza parece tão nítida e mágica. Outro ponto positivo
é o trabalho dos personagens principais, sendo ela uma artista e ele um
cozinheiro famoso é fácil mergulhar nas particularidades e nos segredos de suas
funções. Além disso, gostei demais do rumo que a autora deu a história: Elena
decidiu viver uma aventura, em alguns momentos ela se iludiu e se encheu de
esperanças tolas, mas ainda assim ela enfrentou todas as consequências de suas
escolhas, amadurecendo e se encontrando por meio delas. Fora que nada acontece
da noite para o dia, tudo leva o tempo necessário não só para convencer os
personagens, como também os próprios leitores. Já entre os pontos negativos
estão a personalidade um tanto quanto imatura da mocinha, o lado negro da força
que domina o mocinho (chega de personagens problemáticos gente!), e como Elena
acaba demorando para perceber a quem
realmente deve se entregar. Mas devo dizer que todos esses pontos são próprios
da narrativa e que, mesmo não tendo me agradado, eles tornaram o livro único a
sua maneira.
envolvente, que equilibra o previsível com o imprevisível, conquistando o
leitor com peculiaridades sociais e culturais tanto dos personagens quanto do
ambiente utilizado. Assim, posso dizer que gostei da obra e quero ler os
próximos volumes da trilogia. E que ao contrário do que possa parecer essa não
é uma trama que foca apenas no sexo, mesmo que esse seja um dos pilares da
história, mas que também não traz à tona uma história de amor no estilo contos
de fadas. É físico, emocional, mas principalmente, feminino. É como se estivéssemos
acompanhando as descobertas da vida Elena, e não apenas a história de amor da
sua vida. Deu para perceber a diferença? Só não espere algo profundo e
reflexivo ao extremo, mesmo sem focar no
amor eterno o livro ainda é o primeiro capítulo de uma novela com direito a
felizes para sempre.
Quero ser forte, racional, tenho quase trinta anos e quero organizar minha vida, me concentrar nas coisas das quais eu gosto, encontrar meu lugar no mundo. (…). Eu era a mulher que ele queria. Agora tenho que voltar a ser eu mesma, uma Elena que pertence somente a Elena.
Sensi”, composta pelos livros: Eu te Vejo, Eu te Sinto, e Eu te Quero. No
Brasil apenas o primeiro livro foi publicado, entretanto a previsão é de que os
próximos sejam lançados, respectivamente, em maio e julho de 2014.
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