fevereiro 24, 2015

[Resenha] Vinte mil léguas submarinas – Júlio Verne

Publicado em 1870, Vinte mil léguas submarinas é uma das obras de aventura quintessenciais da literatura ocidental. Mais do que isso, o francês Jules Verne ajudou a estabelecer um tipo de romance que, sem abrir mão por um segundo da mais eletrizante carga de entretenimento, apresentava e discutia as principais questões que norteavam o conhecimento científico de seu tempo. E ia além, perscrutando o futuro. A aventura começa quando Dr. Pierre Arronax é convidado pelo Secretário da Marinha dos Estados Unidos a participar de uma expedição de pesquisa naval a bordo do Abraham Lincoln. O objetivo é encontrar um monstro marinho, avistado no Oceano Pacífico. Durante o confronto, Arronax, seu criado Conseil e o arpoador canadense Ned Land são lançados ao mar, para serem subsequentemente resgatados pelo submarino do capitão Nemo, o Nautilus. Narrado por Arronax, o livro é um vasto passeio pelos oceanos do mundo e suas maravilhas submarinas, descritas em detalhes por Verne. Não é apenas a tecnologia que o interessa, mas também a fauna e a geografia marítimas, tudo reforçado em seu maravilhamento da imaginação – como no episódio da luta da tripulação do Nautilus contra uma lula gigante. Episódios de um romance que tem encantado gerações de leitores de todo o mundo há mais de um século.

Editora: Cia das Letras l 512 Páginas l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5

 

A aventura do professor Arronax começa quando um monstro marinho assola os mares e causa naufrágios ao redor do mundo. Histórias são contadas sobre a velocidade da besta e o aumento do número de embarcações danificadas por um infeliz encontro com o monstro provoca pânico na população mundial. As nações europeia e americana pronunciam-se considerando o monstro com um ser perigoso que precisa ser abatido. Acionado pelo governo americano, o navio Abraham Lincoln se lança aos oceanos Atlântico e Pacífico em uma caçada desenfreada pelo o que acreditam ser um monstruoso cetáceo. Juntam-se a essa aventura o professor naturalista Arronax, seu escudeiro fiel Conseil (significa Conselho) e Ned Land, famoso por sua habilidade com o arpão.

O que os aventureiros não previram é que, na verdade, não existia nenhum cetáceo gigante, e sim o poderoso Nautilus, embarcação submarina capaz de suportar a pressão exercida pela água nas profundezas dos oceanos. O submarino continha uma cozinha industrial, uma casa de máquinas movida à eletricidade retirada do sódio (elemento existente em abundância nas águas salgadas) e uma biblioteca com mais de dois mil livros. – Impressionante, não é mesmo? Só nosso amigo Júlio Verne pra pensar em algo assim.

Mas o fato é que os três protagonistas não são meros convidados do capitão Nemo. Após um embate entre Abraham Lincoln e o suposto cetáceo, os amigos Arronax, Conseil e Ned Land caem na água, mantendo-se sob uma carapaça de metal até o amanhecer, momento no qual são surpreendidos por uma escotilha sendo aberta. Nesse ponto eles são capturados e mantidos como reféns, podendo assim circular livremente no interior da embarcação.

O nome do livro ganha sentido quando a aventura dos amigos chega ao fim. Após um longo período a bordo do Nautilus, Arronax, Conseil e Ned Land percorrem exatas 20 mil léguas submarinas. Ao longo dessa viagem, visitaram o fundo dos oceanos e vasculharam mares nunca visitados anteriormente. Deparando-se com maravilhas e riquezas nunca antes imaginadas.

O ambiente criado por Júlio Verne para sua obra de ficção científica vai de caótico a fantástico. E, mesmo sendo escrito em 1870, o autor é tão detalhista que me senti lendo uma obra ainda neste século. Vale ressaltar que na época de sua criação, era impossível pensar em uma embarcação que submergisse até as profundezas do oceano sem ser esmagada pela pressão da água.

Meu único problema com esse livro foi o tempo gasto tentando entender os cálculos matemáticos realizados por Arronax para medir a pressão exercida pela água nas profundezas do oceano. Sério, gastei muito tempo nisso e não conseguir entender o que são “dez atmosferas cúbicas”. Ainda assim, amei o livro, dou cinco estrelas e recomendo para fãs de clássicos, aventura e ficção científica. E se alguém souber o que é atmosfera cúbica, me conte, por favor.

Nota sobre o autor: Ao escrever Vinte mil léguas submarinas, Júlio Verne tornou possível, na imaginação do leitor, a primeira visão dos submarinos conhecidos nos dias atuais.

Beijos!

confira também

Posts relacionados

Comente via Facebook


Deixe seu comentário

16 Comentários

  • Fabio
    26 junho, 2015

    Parabéns pela resenha. Vinte Mil Léguas Submarinas é um livro maravilhoso! Postei hoje no meu blog um animal com o mesmo nome do submarino do Capitão Nemo. Visite e se gostar dê sugestões de postagens. Abraço

  • Claudia
    19 maio, 2015

    Comecei essa semana a ler Vinte Mil Léguas, então ainda não cheguei nos cálculos que vc citou, mas pelo que vc disse, acredito que seja uma relação entre pressão e volume. Basicamente a pressão pode ser expressa em Atm, mmHg, Pascal ou Bar, e o volume em metros cúbicos. Deve ser isso 🙂

  • Rafaella Abreu
    02 março, 2015

    Não gosto muito desse gênero, mais é algo que se eu tiver a oportunidade de ler vou gostar!

  • Thamires Menezes
    02 março, 2015

    Não conhecia.
    Parece ser um livro muito bom, daqueles onde você se sente na historia e vivendo o que os personagens vivem.
    Uma aventura entre amigos em busca de algo que na verdade nem existe hahaha, muito bom.

  • Planet Pink
    27 fevereiro, 2015

    Oi Kamila.
    Um clássico da aventura esse. Parece ser um livro bacana, preciso me aventurar mais nos clássicos.

    Beijos

  • Evellyn Mendonça
    26 fevereiro, 2015

    Oi Mila,
    Confesso que não tenho o hábito de ler livros clássicos, mas esse ano quero ler mais clássicos, tenho vontade de ler do mesmo autor A ilha misteriosa .Espero gostar!
    Beijos! 😀

  • Leticia
    26 fevereiro, 2015

    Oi Kamila…
    Nossa, nunca ouvi falar nesse livro acredita?
    Adorei a descrição dele. Só não gosto de cálculos matemáticos também..rs
    Mas leria ele com certeza.

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

  • Jade Passos
    26 fevereiro, 2015

    Ja ouvi muita gente falando sobre Verne, mais nunca li nada dele. Esse livro parece incrivel apesar da matematica (sou uma negacao), e uma livro que eu gostaria de ler..

  • Yasmine Castro
    26 fevereiro, 2015

    Já ouvi o nome desse livro em algum lugar… Tem filme? Esse livro parece trazer meus dois grandes amores: Fantasia e clássicos. Pena que não tem romance, para o que parece. Eu to num momento da vida do leitor que já se cansou dos mesmos clichês do mundo literário contemporâneo e procura abrigo nos clássicos para fugir um pouco de toda essa modernidade. Gostaria muito de ler esse!

  • Anna Carolina Costa
    25 fevereiro, 2015

    Eu tenho muita vontade de ler esse clássico. Inclusive, acho que deveria ser mais incentivado nas escolas, pois ele mexe muito com a criatividade.
    Infelizmente eu não sei te informar o que é uma 'atmosfera cúbica' rs e acho que também ficaria um pouco perdida nesse quesito. Mas enfim, está na lista!
    Beijos,
    Carol

  • Raynara Soares
    25 fevereiro, 2015

    Ooi, tudo bem?
    Deixa eu te fazer uma pergunta? O livro quando vc começa a ler ele faz vc só pensar em lê-lo? Gostei da sua resenha, mas estou com um pouco de medo de comprar o livro e não gostar, não sou muito fã destes tipos de livros.
    Beijos

  • Bruna Costabeber
    25 fevereiro, 2015

    Olá Kamila,
    Esse é um livro que tenho muita vontade de ler, parece ser uma leitura incrível.
    Adorei a sua resenha e saber que o livro contém questões matemáticas – algo que amo de paixão.
    Tenho certeza que me apaixonarei pela história, como aconteceu contigo 😀
    Beijos
    http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/

  • Hellen Buckel
    25 fevereiro, 2015

    Já ouvi falar deste autor, mas nunca tive um remoto interesse por suas obras. Mas, ultimamente tenho buscado por novos livros com tematicas diferentes, afinal, ficar na mesma roda-gigante, chega uma hora que enjoa não é?
    E adoro ficção cientifica!!!!
    E ao ver esta resenha, colocarei sem dúvida este livro na minha listinha!!!.
    E devo perguntar:
    Pelo fato da obra ter sido escrita em 1870, por acaso, é dificil de entender…?
    Porque né, eu fico boiando um pouco em obras clássicas, pelo uso da linguagem.

    • Kamila Mendes
      25 fevereiro, 2015

      Oi Hellen. Por incrível que pareça, a linguagem não é rebuscada. O único fato realmente incomodo pra mim foi a descrição "matemática" de alguns fatos, como a pressão que a água exerce nas profundezas do oceano. Mas esse fator se releva pq, na época em que foi escrito, todo intelectual tinha um "q" de cientista e Verne era esse tipo de homem. Mas a linguagem é fácil. Alguns diálogos maçantes, mas isso existem em qualquer livro de hoje em dia.

  • Talita Oliveira
    25 fevereiro, 2015

    Acho que essa leitura esta garantida, mas não para agora, quem sabe no ano que vem, já que eu não tenho o hábito de ler livros clássicos. Espero gostar! Beijos! 😀

  • RUDYNALVA
    25 fevereiro, 2015

    Kamila!
    É a boa ficção transcrita por Verne. Quem não leu ainda não pode se transportar para dentro do Nautilus e singrar os mares em buscas de aventuras…
    cheirinhos
    Rudy