março 17, 2015

[Resenha] Petrus Logus – Augusto Cury

Petrus Logus – Com o colapso dos recursos naturais, a humanidade foi obrigada a lutar por sua sobrevivência, e após a Terceira Guerra Mundial e uma reestruturação social, o Reino de Cosmus surgiu em todo o seu esplendor. Com a certeza de que o progresso e o mau uso da tecnologia causaram a destruição do mundo, os governantes de Cosmus proibiram a propagação do conhecimento, abolindo os livros e as escolas. É nesse cenário que se passa a história de Petrus Logus, o Guardião do Tempo, lançamento da Editora Saraiva e estreia de Augusto Cury na literatura juvenil. No centro da trama está Petrus, filho do rei Apolo, soberano de Cosmus, um jovem apaixonado pelo conhecimento e sem talento para lutas e embates físicos. Educado pelo sábio Malthus para ser um líder justo e generoso, o príncipe começa a questionar o governo do pai, expondo as injustiças sociais e contestando as posições ditatoriais. Seu senso de justiça o leva a conviver com camponeses, algo proibido para um nobre, e no meio daqueles conhece o verdadeiro amor: a jovem Nátila. Sua atitude contestadora o coloca em situações de risco, já que os conselheiros do rei o vêem como uma ameaça à hegemonia do reino e um rebelde que pode fazer o povo se levantar contra os nobres. E, por questionar uma das decisões tomadas por Apolo, Petrus sofre a maior condenação de Cosmus: é obrigado a vestir a temida Máscara da Humilhação. A máscara deixa fortes cicatrizes físicas e emocionais no jovem príncipe, mas não o enfraquece. Ao contrário. Para continuar sua luta contra as injustiças, Petrus vai precisar domar uma fera, que mal sabe ele, poderá tanto destruí-lo quanto salvá-lo.

Editora: Saraiva l 296 Páginas l Compare & Compre: SaraivaSubmarinoAmazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5

 

Uma distopia ou uma obra de fantasia? Ainda não consegui distinguir. Mas creio que Petrus Logus se encaixa nos dois gêneros de literatura.

A história acontece no momento em que a humanidade está renascendo. A geração do século XXI esgotou os recursos naturais, consumindo a Terra até que ela fosse corroída por guerras em busca de comida e água. Os líderes mundiais querem assumir o posto de maior potência para exercer poder sobre os poucos recursos naturais existentes, portanto houve a Terceira Grande Guerra, conhecida como a guerra das guerras. Bombas nucleares foram lançadas sobre todo o planeta. Tecnologia, conhecimento e o principal, nações inteiras, foram destruídas. Após a guerra nuclear, a humanidade foi reduzida de bilhões para milhares. Sem contar que as bombas de nêutrons e afins modificaram a natureza dos que sobreviveram, dando vida a uma raça de mutantes. Os líderes pós-guerra decidiram que foi o elevado nível de conhecimento da geração anterior que a corrompeu pela sede de poder, ganância e escravidão emocional. A geração passada já não conseguia se colocar no lugar do outro, pensava apenas em si. Dessa forma, a nova liderança decidiu pela extinção do conhecimento. Livros, aulas, a tecnologia restante, e todas as formas de se obter conhecimento foram proibidas.

“Os pensadores de antes da grande Catástrofe falharam! Falharam! A humanidade quase foi extinta! Hoje, não precisamos de pensadores, mas de homens fortes que controlem a ambição dos povos e mantenham a estabilidade social e preservem os recursos da Terra.”

É nesse cenário opressor que nasce os príncipes gêmeos Lexus e Petrus. Lexus foi criado para guerra, os generais e sábios do rei o prepararam para assumir o trono; ele cresceu nas arenas aprendendo a manejar a espada e a arrogância do seu sangue nobre. Já Petrus, considerado o mais frágil, foi criado por um sábio, Malthus, e cresceu como os antigos gregos. Era ensinado a pensar sobre a história humana: o passado para modificar o presente e, enfim, ter um futuro. O príncipe Petrus cresceu com desejo pelo conhecimento e por isso era humilhado e ignorado pela corte de seu pai, Apolo. Assim, conforme o passar do tempo, sua personalidade confrontadora e questionadora o afastou da linha de sucessão do trono e o colocou em rota de colisão com seu pai e o com seu gêmeo, o ciumento e invejoso príncipe Lexus. Após dois anos morando em uma biblioteca, Petrus acaba internado em um manicômio. Afastado de seus amigos e de seu amor, a plebeia Nátila que foi vendida como escrava pelo seu irmão, Petrus começa uma revolução silenciosa no reino de Cosmus.

Petrus Logus foi escrito com o intuito de levar à reflexão sobre o futuro do planeta e, consequentemente, da humanidade. Não vou negar que a história poderia ter mais fluidez. Existe muito diálogo e pouca ação. Mas como se trata de Augusto Cury, as principais ideias estão lá. Acho que por esse motivo gostei tanto da obra e não me incomodei demasiadamente com a falta de descrição das cenas de ação. Petrus é um personagem em construção, de forma que Cury usou as transformações de Petrus pra mexer com o leitor. De fato, o livro não tem a pretensão de ser uma obra que vai marcar sua geração, tal qual Senhor dos Anéis, mas ele provoca no leitor uma reflexão sobre como estamos gerindo nossa vida através dos impulsos e falta de controle emocional.

Cury acertou. Petrus Logus, o personagem, é uma incógnita. Uma hora um herói, na outra, um rapaz perdido tentando se encontrar. Portanto, o personagem trava lutas interiores complexas, buscando descobrir mais sobre si mesmo. Suas reflexões são aulas de filosofia disfarçadas e muito boas (amo filosofia). Com todos os conflitos interiores, Petrus descobriu seu destino: mudar a história e o passado. Mas Petrus Logus (a pedra do conhecimento) conseguirá evitar a destruição da humanidade? Aguarde as cenas do próximo capítulo! Risos. Estou louca pelo segundo volume da série Petrus Logus. Dou cinco estrelas e recomendo àqueles que não têm medo de desafiar seu próprio mundo.

Beijos!

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28 Comentários

  • Anônimo
    13 setembro, 2016

    “Pessoal, olha só que novidade legal. O Augusto Cury acabou de lançar a continuação do Petrus Logus, denominado de Inimigos da Humanidade. Dá uma olhada nesse vídeo que apresenta a história: https://www.youtube.com/watch?v=QA-NQzZmIXQ. O mais legal é que dá pra baixar o primeiro capítulo grátis no http://campanhas.benvira.com.br/petrus-logus-2-augusto-cury/. Podem espalhar a novidade por aí!”

  • Rebecca Martins
    01 abril, 2015

    Oi Kami!
    Eu me interesso bastante pelos livros do Cury. Eu estou doida para ler Petrus Logus, confesso que estou com receio de ler e me decepcionar, por não ser o tipo de livro que o Cury escreve. Como você disse, sentiu falta de narrações de cenários. E eu acho isto muito importante tbm!
    Beijoos

  • Graziele Lourenço
    26 março, 2015

    Eu amo as obras do Augusto Cury, com certeza vou amar ler essa tbem.. Então assim que tiver um tempinho lerei, mais um na longa fila de espera rsrs Gostei bastante da resenha e lerei assim que tiver oportunidade.

  • Andreza Galvão
    21 março, 2015

    Oi, Kamila! Gosto muito dos livros do Augusto Cury, principalmente esses diferentes dos que ele costuma escrever, que são os de auto-ajuda. Ele tem se saído muito bem nos romances, sempre nos levando a refletir sobre algo. Vou aproveitar e pegar esse livro emprestado pra ler, fiquei curiosa. A capa ficou muito bonita, chama a atenção logo de cara.

  • katia moura
    21 março, 2015

    Oi.
    Já conhecia esse livro, já li . então só tenho que falar que ele é maravilhoso, muito bom mesmo . ELe é aventureiro e o personagem te envolve de uma forma que você quer reler ele mas de 5 vezes kkk . Acredite é muito bom o livro, que as pessoas gostem dele como eu completamente pirei rs.

  • Leticia
    20 março, 2015

    Oi Kamila…
    Confesso que não me senti atraída por este livro. Na verdade, é a primeira vez que vejo ele em alguma resenha.
    Mas achei interessante, o Augusto Cury escrever um livro assim.
    Que bom que gostou.

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

  • RUDYNALVA
    20 março, 2015

    Kamila!
    Interessante ver Augusto Cury se aventurar pelo reino da ficção, embora sua essência questionadora e filosófica esteja presente, nos fazendo mudar as premissas de nossas vidas.
    A capa está belíssima e bem diferente dos livros anteriores dele, o que chama ainda mais a atenção.
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

  • Fabiana Araújo
    19 março, 2015

    Gosto muito do Augusto Cury desde que li "Armadilhas da mente" nunca imaginei ele escrevendo um livro assim…. fiquei bem interessada gosto muito de livros que me fazem refletir sobre o futuro da humanidade

  • Larissa Augusto
    19 março, 2015

    Oi, tudo bem?
    Adorei a resenha, mas confesso que a minha única experiencia com Augusto Cury nao foi muito boa 😡 mas quem sabe eu nao goste desse livro??

    • Kamila Mendes
      19 março, 2015

      Oi Larissa, minha primeira experiencia com um livro do Cury também não foi bacana, mas depois de nsistir, gostei do cara. Faz a gene pensar. É só não ler ahando que o livro vai mudar sua vida ou seu mundo e a leitura flui muito bem.

  • Raynara Soares
    18 março, 2015

    Ooi, tudo bem?
    Não gosto muito deste gênero, sou mais romance e romance. Mas acho que vou me arriscar a lê-lo, fiquei um pouco empolgada com sua resenha.
    Beijos

  • Patricia
    18 março, 2015

    Apesar de não me interessar pelo gênero, o livro parece ser bem interessante. De acordo com a resenha acho que seria uma boa opção para que os adolescentes possam exercer o seu lado reflexivo e discutirem, já que o livro faz um paralelo com a nossa atual realidade.

  • Evellyn Mendonça
    18 março, 2015

    Oiiii Mila,
    Confesso que nunca li nada de Augusto Cury, mas quero ler ainda esse ano.
    Não me interessei tanto por esse livro, mesmo amado distopias, mas achei interessante o cenário em que se passa, e o que levou ha esse mundo distópico.
    Beijos.

    • Kamila Mendes
      19 março, 2015

      Oi Evy, o povo fala muito bem de O Futuro da Humanidade. Tenta começar por ele 😉

  • Rayme
    18 março, 2015

    Distopia e fantasia? não gosto de nenhum desses dois gêneros ;'(
    não conhecia este livro, mas confesso que não me interessei muito eim Kami, mas acho que se fosse uma história em quadrinhos iria me interessar bem mais 😛
    nunca imaginei o autor escrevendo um livro assim Oo

  • Thamires Menezes
    18 março, 2015

    Gosto dos livros do Auguto Cury, mas esse não me atraiu muito.
    Não leio muito fantasia, só achei legal saber que na historia o personagem vive uma busca de se conhecer.
    Gosto dos seus livros, por seu poder de reflexão.
    Quem sabe leio mais pra frente.

  • Bárbara Carollo
    18 março, 2015

    Oi Kamila,
    Durante um bom tempo o Augusto Cury foi me autor queridinho, principalmente pelos seus romances como meu preferido " O Futuro da Humanidade". Depois de anos lendo suas obras me enjoei um pouco, pois eu não revezava suas leituras com a de outros gêneros, mas quando eu soube do lançamento desta distopia/fantasia fiquei bem interessada em ler. Adoro essa forma de escrita do autor com críticas ao sistema social e reflexões psicológicas. Fico contente em saber que o livro é bom e, tenho certeza que o autor vai aprimorar sua escrita a cada dia mais neste gênero literário.
    Assim que puder, espero ler este livro!!
    Beijos,

    versosenotas.blogspot.com.br

    • Kamila Mendes
      19 março, 2015

      Eu també enjoei um pouco do autor e foi bom ler algo diferente, mesmo sendo um pouco fraquinho e com certeza ele vai melhorar. O cara manda muito bem no que ele faz.

  • Gabriela Vidal
    18 março, 2015

    Confesso que não sou fã dos livros do Cury, li alguns e até hoje nenhum realmente mudou algo em mim ou me tocou. Mas talvez esse novo gênero me atraia mais, mas como você falou, talvez ele tenha focado de mais na parte de tentar conscientizar as pessoas e ficou uma leitura um pouco chata.
    Abraços
    http://www.estantedepapel.com

    • Kamila Mendes
      19 março, 2015

      Pois é Gabriela, quando a gente pensa em distopia e fantasia vem na mente um mix de ação e aventura. Senti falta dessas duas coisas no livro. Muito bom na parte reflexiva, mas um pouco fraco na parte de aventura.

  • Aline
    18 março, 2015

    Infelizmente eu nunca li nada de Augusto Cury, mas esse livro é um dos que quero muito ler, ainda mais depois de sua resenha. Também amo filosofia haha. Gostei do cenário em que se passa a história, achei bem interssante.
    http://cadernodeleitora.blogspot.com.br/

  • sara sem h
    17 março, 2015

    Aww, eu quero esse livro ainda mais agora que li tua resenha :33 Eu tava animada, pois se tratava de um autor brasileiro. Eu gosto de livros com esse tipo de ambiente, porque fico na esperança de que o mundo uma hora acorde pra ver o que está realmente rolando à sua volta: destruição.
    (eu não sei porque mas esse livro (digo, a capa e o nome) me lembrou um pouco Percy Jackson)
    Ótima resenha, kissus
    http://www.penseicliquei.blogspot.com

    • Kamila Mendes
      19 março, 2015

      Sara, só a capa e o nome lembra o Percy. O livro não tem nada a ver…kkkk Mas o foco do livro é esse que vc mencionou: fazer o povo acordar antes que seja tarde demais e o planeta não suporte mais a humanidade.

  • Bianca
    17 março, 2015

    Essa é uma leitura que nunca me chamou atenção, apesar de achar interessante nesse livro que fala um pouco sobre o que vivemos hoje, temas como os recursos naturais ficando escassos, guerra para obter o poder, mas é uma leitura que não faria, mas sinceramente um dia gostaria de criar coragem e me aventurar a novos tipos de leitura.
    Gostei da resenha, bjokas <3 .

  • Bianca Viegas
    17 março, 2015

    Olá!
    Nunca tinha lido nada a respeito do livro, e achei muito legal! Também não sabia que esse autor escrevia outros gêneros, só sabia os de filosofia, autoajuda. A história pareceu ser bem legal, o personagem principal complexo e há reflexão acerca da sociedade. Atualmente, estou lendo mais livros de distopias e fantasia e estou gostando bastante, acho que vou gostar desse também.

    • Kamila Mendes
      19 março, 2015

      São meus gêneros preferidos Bianca. Mas não compare Petrus Logus com nenhum outro. Como vc mesmo disse, Cury é mais voltado pra filosofia e até esse livro tem muito dessa faceta filosófica do autor. É uma distopia filosófica. Bem, todas fazem uma crítica a sociedade, mas nessa encontramos uma reflexão sobre a humanidade.

      Ps: Eu podeia ter escrito isso na resenha oO

  • Talita Oliveira
    17 março, 2015

    É isso mesmo? Dois dos meus gêneros favoritos em um só livro!! Realmente, não há como negar que esse livro traz uma carga reflexiva pra nós, já que fala-se muito de como a humanidade tratava o mundo (é o que eu espero pelo menos) antes da terceira guerra acontecer. Quero muito ler esse livro, espero encontrar uma trama que me instigue na leitura. Beijos! 😉

    • Kamila Mendes
      19 março, 2015

      Oi Talita, no início os dialogos são bem lentinos, mas depois vão ganhando forma e prendem o leitor. Pelo menos foi oq aconteceu comigo. Bjos