Para Kate Klein, que, meio por acaso, se tornou mãe de três filhos, o subúrbio trouxe algumas surpresas desagradáveis. Seu marido, antes carinhoso e apaixonado, agora raramente está em casa. As supermães do playground insistem em esnobá-la. Os dias se passam entre caronas solidárias e intermináveis jogos de montar. À noite, os melhores orgasmos são do tipo faça você mesma. Quando uma das mães do bairro é assassinada, Kate chega à conclusão de que esse mistério é uma das coisas mais interessantes que já aconteceram em Upchurch, Connecticut, nos últimos tempos. Embora o delegado tenha advertido que a investigação criminal é trabalho para profissionais, Kate se lança em uma apuração paralela dos fatos das 8h45 às 11h30 às segundas, quartas e sextas, enquanto as crianças estão na creche. À medida que Kate mergulha mais e mais fundo no passado da vítima, ela descobre os segredos e mentiras por trás das cercas brancas de Upchurch e começa a repensar as escolhas e compromissos de toda mulher moderna ao oscilar entre obrigações e independência, cidades pequenas e metrópoles, ser mãe e não ser.
Editora: Novo Conceito l 432 Páginas l Chick-Lit (+Suspense) l Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Resenha: Day Farias l Classificação: 4/5
Assim que ouvi falar do lançamento, fiquei curiosa a respeito da história de Boa Noite, Estranho. Nunca tinha conferido essa mistura de mistério e bom humor e, como só tinha visto comentários positivos sobre a autora Jennifer Weiner, apostei minhas fichas nessa leitura que me envolveu ao ponto de ser uma grata surpresa.
Kate é a mãe de três fofas crianças rebeldes, esposa de um marido ausente, dona de casa e, claro, também é aquela que acabou de encontrar o corpo da sua vizinha assassinada… e é aí que essa história começa! Cansada da rotina em que vive, Kate vê nessa morte a coisa mais contraditória possível: a possibilidade de finalmente voltar a se sentir viva! Engraçada e muito real, a personagem nos leva a uma série de interrogatórios desastrosos alternados entre louças para lavar e filhos peraltas para alimentar. Mistura que, mesmo que não pareça, dá uma ótima história.
De maneira divertida e fluída, mas sem perder o tom investigativo e misterioso, Jennifer cria não só um crime a ser desvendado como também uma personagem pra, nestas páginas, se tornar uma amiga com a qual facilmente nos envolvemos. Quase sem perceber, somos levados a torcer para que ela pare de se contentar com o que a faz infeliz e, de fato, viva. Como eu disse anteriormente, Kate é uma personagem tão real que é fácil se identificar com ela durante a leitura; todos já passaram ou temem passar por um momento em que olhem para suas próprias vidas e percebam que não é exatamente o que gostariam de estar vivendo, certo? Que a jovem que um dia foram, não teria orgulho de ser mãe de três filhos com um marido ausente e uma rotina extremamente repetitiva. Então, em meio a uma vida infeliz e insuficiente, quão estranho seria para Kate se uma morte fosse a responsável por fazê-la viver?
O livro traz uma história cativante e bem escrita, que com muito bom humor aborda o mistério central da narrativa sem deixar que a atmosfera da leitura fique pesada – como normalmente acontece no gênero de suspense. Na verdade, ficamos tão envolvidos com a vida de Kate e com a felicidade que passamos a desejar pra ela, que o mistério por vezes aparece apenas como o pano de fundo da história. E talvez, contraditoriamente, esse também tenha sido o ponto que mais me decepcionou ao final; o modo como a história que abriu tantas possibilidades para Kate, terminou não passando a sensação de que todas as mudanças valeram a pena e, principalmente, de que todos os riscos despertaram uma Kate melhor e mais confiante. E esse também é o motivo pra eu desejar realmente uma continuação para a obra! – risos.
Mas, mesmo assim, o livro é mais do que indicado por mim; divertido e envolvente cativa o leitor em poucas páginas nos envolvendo de forma simples. Vale a pena conferir!
Beijos!
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