Toda a alta sociedade concorda que não existe ninguém parecido com Hyacinth Bridgerton. Cruelmente inteligente e inesperadamente franca, ela já está em sua quarta temporada na vida social da elite, mas não consegue se impressionar com nenhum pretendente. Num recital, Hyacinth conhece o belo e atraente Gareth St. Clair, neto de sua amiga Lady Danbury. Para sua surpresa, apesar da fama de libertino, ele é capaz de manter uma conversa adequada com ela e, às vezes, até deixá-la sem fala e com um frio na barriga. Porém Hyacinth resiste à sedução do famoso conquistador. Para ela, cada palavra pronunciada por Gareth é um desafio que deve ser respondido à altura. Por isso, quando ele aparece na casa de Lady Danbury com um misterioso diário da avó italiana, ela resolve traduzir o texto, que pode conter segredos decisivos para o futuro dele. Nessa tarefa, primeiro os dois se veem debatendo traduções, depois trocando confidências, até, por fim, quebrarem as regras sociais. E, ao passar o tempo juntos, eles vão descobrir que as respostas que buscam se encontram um no outro… e que não há nada de tão simples – e de tão complicado – quanto um beijo.
Editora: Arqueiro l 272 Páginas l Romance de Época l Compare & Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Um Beijo Inesquecível é exatamente como imaginei que seria: um livro divertido, irônico e muito romântico. A obra une dois personagens que fogem dos padrões da sociedade inglesa do século XIX, trabalhando portanto com as peculiaridades de cada história de amor. Além disso, o livro é um tributo às mulheres fortes, determinadas e independentes; as jovens que muitas vezes, graças a sua inteligência e ironia, não são consideradas um bom partido. Claro que naquela época a expectativa por trás do papel feminino era diferente, porém ainda hoje temos resquícios desse tipo de pensamento que coloca em dúvida a participação das mulheres em nossa sociedade. – Como se nossa mente sábia fosse um empecilho ao casamento ou a qualquer outra tarefa! Portanto, essa história é a prova de que o amor verdadeiro vai além de qualquer expectativa social, de que todos nós somos suscetíveis à paixão, e de que é impossível resistir ao charme e a inteligência de uma mulher (não que nós tivéssemos dúvida sobre isso, não é mesmo?).
O livro gira em torno de Hyacinth Bridgerton e Gareth St. Clair. Hyacinth é a filha caçula de uma família numerosa e amorosa. Por ter nascido em um momento difícil – pouco depois da morte do pai – a jovem foi criada, mais que os outros irmãos, sob a asa protetora e carinhosa da mãe. E talvez exatamente por esse motivo que ela tenha uma personalidade indomável. A jovem, fugindo dos padrões femininos da época, não mede palavras e fala exatamente o que pensa. Além disso, ela é astuta, irônica, divertida e inquietante. Claro que por ser bela e por ser uma Bridgerton, Hyacinth já recebeu vários pedidos de casamento, porém nenhum deles foi feito por um homem digno. O ponto é que a jovem sabe que é diferente e que tem uma personalidade difícil, mas ela não está disposta a mudar isso para se casar pois sabe, graças aos casamentos ótimos feitos pelos irmãos, que pode encontrar pelo menos um mínimo de felicidade ao aceitar se casar. O único problema é que para ser feliz, e até mesmo para encontrar o amor, Hyacinth precisa encontrar alguém tão inteligente e divertido quanto ela. Por outro lado, Gareth é o herdeiro de um título ao baronato e o neto querido da irreverente Lady Danbury. A senhora é uma versão mais madura da jovem Hyacinth, por isso as duas são grandes amigas e vivem juntas. Sendo assim, não é raro acontecer de os caminhos de Gareth e Hyacinth se cruzarem, porém é apenas quando ele precisa da ajuda dela que ambos vão se conhecer melhor. Gareth foi criado pelo pai como um filho indesejado e, exatamente por isso, tornou-se uma pedra no sapato do barão. Sua vida leviana e seu sorriso conquistador refletem o homem que o pai diz que ele é, mas no fundo o jovem é amoroso, atencioso, divertido e irônico. Ou seja, é claro que ele e Hyacinth se dão muito bem – bem o suficiente para vermos uma paixão nascer.
“– Mãe – interrompeu Hyacinth, pousando a xícara firmemente sobre o pires –, não importa. Eu não ligo de não ser unanimidade. Se eu quisesse que todo mundo gostasse de mim, teria que ser boazinha e encantadora, sem graça e enfadonha o tempo todo, e isso não seria nada divertido, certo?”
O que mais gostei nessa história foi o romance. Amei como Gareth quebra as barreiras impostas por Hyacinth para proteger seu coração. A jovem é forte e determinada, mas no fundo tem medo de não ser aceita do jeito que é, por isso não se sente segura para se envolver verdadeiramente com ninguém. Portanto, amei como aos poucos Gareth vai se tornando uma pessoa especial na vida de Hyacinth, como ele faz com que ela se sinta aceita e especial, e como antes do amor surge entre eles um forte laço de amizade e cumplicidade. Além disso, fiquei encantada com os dramas familiares trabalhados pela Julia Quinn nessa história. Por parte da Hyacinth observamos a relação incrível que ela tem com os familiares e o amor imensurável que sente pela mãe. Existem diálogos entre as duas que me cativaram completamente; foi lindo ver o amor, a sinceridade e o entendimento entre elas. Por isso afirmo que a matriarca dos Bridgertons é uma das melhores mães da literatura! Já por parte do Gareth os laços familiares são quase inexistentes. Ele não se dá bem com o pai e é tratado pelo Barão como um erro. Se não fosse sua avó, sempre presente e carinhosa de uma forma única, o jovem não saberia o que é ser amado. Assim, é mais que belo ver a união entre Gareth e Hyacinth, pois eles se completam e dão um ao outro o que mais desejam: amor, aceitação e o carinho de ter uma família.
Fora o belo romance, os dramas familiares, e a personalidade irreverente dos personagens principais, o livro está carregado de mistério e muita diversão. Em meio a uma bela paixão acompanhamos a narrativa de uma aventura perigosa que une ainda mais os protagonistas; e gostei muito do mistério e de como ele foi revelado. Além disso, ri com a história do início ao fim. Foi engraçado ver Hyacinth ficar sem palavras ao encontrar um adversário tão bom e determinado quanto ela. Portanto, entre inúmeros elogios, só posso dizer que amei o livro – mas isso já era esperado, afinal amo tudo o que a Julia Quinn escreve. Minhas únicas ressalvas são: durante a saga dos Bridgertons os livros vão ficando menos emocionantes e/ou surpreendentes. Isso não quer dizer que eles perderam o encanto, apenas que os primeiros da série são bem melhores que os últimos. E o outro ponto é que, com o temido fim da saga, meu coração está cada vez mais apertado. Amo essa família, amo essa série, amo essa autora, então vou me sentir solitária com o final dela. Então, fica meu apelo: quero mais livros da autora por aqui! E se você ainda não leu algo da Julia, dê uma chance, tenho certeza que não vai se arrepender.
Sobre a Série
Um Beijo Inesquecível é o sétimo volume da série Os Bridgertons, composta no total por oito livros.
A saga narra às aventuras da grande e barulhenta família Bridgerton. Sendo ela composta por oito irmãos – Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth – a série conta com uma obra para cada um deles, apresentando-nos a família como um todo, porém priorizando suas histórias particulares. Desta forma, mesmo que cada livro apresente início, meio e fim, é importante lê-los em sequência para evitar spoilers, já que é comum os irmãos participarem (leia-se intrometerem) nas histórias uns dos outros.
Beijos!
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