Jovem, estonteante e nascida em berço de ouro. É apenas isso que Gervase Ashford, o conde de Rosthorn, enxerga em Morgan Bedwyn quando a conhece, num dos bailes da alta sociedade inglesa em Bruxelas. Em circunstâncias normais, ele não olharia para ela duas vezes – prefere mulheres mais velhas e experientes. Porém, ao saber que Morgan é irmã de Wulfric Bedwyn, a quem Gervase culpa pelos nove anos que passou longe da Inglaterra, decide que ela é o instrumento perfeito para satisfazer seu desejo de vingança. Mas Morgan, apesar de jovem e inocente, também é independente e voluntariosa e, assim que entende as intenções do conde, se prepara para virar o jogo e deixar claro que não se deixará manipular por ninguém. Em Ligeiramente Seduzidos, quarto livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos brinda com mais uma história fascinante. Em uma trama repleta de traição e vingança, escândalo e sedução, ela mostra que o caminho para o amor pode ser difícil, mas que a recompensa faz cada passo valer a pena.
Editora Arqueiro| Skoob |
Compare & Compre: Submarino • Saraiva • Amazon | Classificação 3,5/5
fato dos livros da Mary Balogh abordarem temas que vão muito além do romance (e
falarem principalmente sobre o preconceito em suas mais diversas facetas). A
autora gosta de fomentar debates essenciais para nosso amadurecimento social,
por isso suas histórias possuem a peculiaridade de fazer o leitor repensar seus
valores. Dessa vez, em Ligeiramente
Seduzidos, Mary fala sobre vingança, disparidade social, solidão e, especialmente,
sobre a dor e o medo que só a guerra é capaz de causar. Usando como pano de
fundo um possível desfecho para a batalha política entre a Inglaterra e a França,
a trama traz um romance que começa pelo desejo de vingança, se fortalece nas
trincheiras, e encontra seu desfecho no seio da crítica e intolerante
aristocracia inglesa. Aqui, a autora mostra o poder que a guerra, um título de
nobreza e os boatos maldosos têm sob o coração de uma jovem mulher.
gira em torno de Morgan – a mais nova entre os Bedwyns – e Gervase, o conde
banido da Inglaterra por ninguém menos do que o irmão mais velho de Morgan. O
casal está na Bélgica apreciando uma temporada de bailes e diversão enquanto o
pelotão inglês, acampado nas fronteiras da Bélgica e preparados para a
possibilidade de um ataque Francês, aproveita os últimos momentos de paz ao
lado da família ou de suas amadas noivas. Morgan tenta convencer todos ao seu
redor de que foi para a Bélgica por causa das festividades locais, entretanto
no fundo ela quer fazer parte da história e ver com os próprios olhos o que as
mulheres, e suas cabecinhas lindas,
não podem nem sonhar em presenciar: os tiros, o sangue, a perda e a dor (física
e mental) causada pela guerra. Enquanto o momento da batalha não chega, a jovem
se diverte ao lado de Gervase, um notório libertino. O único problema é que ele
está usando Morgan, tentando comprometer a honra da jovem com a intenção de
atingir o filho mais velho entre os Bedwyns. Porém, quando a guerra eclode,
Morgan e Gervase descobrem mais sobre si mesmos e acabam criando um laço real
de amizade, companheirismo e amor. Agora Gervase está arrependido de ter
arruinado Morgan, mas é tarde demais e sua vingança cobrará um preço alto que
ele não está disposto a pagar.
mais amei nesse livro foi o cenário de guerra. Nunca tinha visto isso em um
romance de época: a atenção com a veracidade dos fatos, a dor por trás da
batalha, o papel de Morgan nesse episódio histórico (que ao invés de fugir como
os outros nobres fazem, fica para tentar ajudar e salvar o máximo de homens
feridos), o sangue, os mortos, e a sensação de perda e de impotência que uma
guerra gera… Esse pilar torna a trama intensa, emocionante e cruel. Foi uma surpresa
ler sobre isso e ver o romance se fortalecer por causa da guerra. Além disso,
ao falar sobre esse tipo de batalha por poder – e ainda por cima através de uma
personagem feminina – a autora gerou uma importante reflexão sobre o papel da
mulher na guerra e, principalmente, na sociedade do século XIX. Quando Morgan
escolhe ajudar os feridos, esquecer das convenções sociais (como não poder
ficar sozinha ao lado de um homem, por exemplo) e das distinções entre soldados
e capitães, o leitor percebe o quanto nosso mundo foi e é guiado por regras de
convívio frívolas e preconceituosas. Amei ler sobre isso, e amei ainda mais a
força que Morgan demonstrou ao não se deixar levar pelas regras de etiqueta.
disso, também gostei de como a trama descreve o amadurecimento de Morgan – aos olhos
do leitor, a jovem passa de uma menina sonhadora para uma mulher maravilhosa e
determinada. Fora que temos também revelações do passado que mudam o que
sabemos sobre os irmãos Bedwyns, deixando-nos ainda mais ansiosos para ler os
outros volumes dessa série. Ainda assim, em contra partida, confesso que não
consegui me envolver completamente com o romance. Achei que Morgan e Gervase
combinam de uma maneira incrível: eles são inteligentes, apreciam o silêncio,
são mais do que o título que possuem e, principalmente, são do tipo que precisam
de desafios. Porém, o fato do romance começar com uma aposta me irritou,
principalmente porque o amor se mistura com o ódio e no final não sabemos ao
certo o que os personagens estão sentindo. Temos pedidos de desculpas longos e
sofridos, declarações de amor eterno, perdão e recomeços. Mas temos também chantagens,
picuinhas e fingimento. E o ponto é que fiquei dividida entre a confusão criada
por esses sentimentos tão opostos. No final, senti que Gervase precisava sofrer
bem mais para merecer o tamanho do amor de Morgan. – Não gosto quando o mocinho
apronta e não colhe os frutos de suas escolhas erradas, risos.
geral, apesar dos seus pontos altos e baixos, o livro é emocionante e
reflexivo. Esse não é um dos meus favoritos da série, porém esses irmãos
continuam sendo uma das minhas famílias literárias preferidas.
o quarto volume da série Os Bedwyns.
Composta
por seis livros, a saga narra a história de amor de cada um dos membros da
família Bedwyn.
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