Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como Loney, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar. À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera pouco tempo antes. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada Sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem. O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao Loney, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço. Com personagens ricos e idiossincráticos, um cenário sombrio e a sensação de ameaça constante, Loney é uma leitura perturbadora e impossível de largar, que conquistou crítica e público. Uma história de suspense e horror gótico, ricamente inspirada na criação católica do autor, no folclore e na agressiva paisagem do noroeste inglês.
Editora: Intrínseca l 304 Páginas l Suspense l Compare & Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Classificação: 3/5
Quem acompanha o Livros & Fuxicos há um tempo sabe que eu raramente leio livros de suspense – não por não gostar, mas por não ter muita afinidade com o gênero. Foi apenas no ano passado que resolvi sair da minha zona de conforto e dar uma chance a esse tipo de história. E o resultado não poderia ter sido mais satisfatório: a sensação de estar dentro de um intricado quebra-cabeça me ganhou por completo. Desde então, todos os livros de suspense que li me encantaram. Por isso, minhas expectativas para a leitura de Loney estavam altíssimas. Não havia visto muito a respeito da história, mas algo nela – talvez todos os prêmios que ela rendeu ao autor – me fez crer que o livro seria maravilhoso. Entretanto, fui injusta e esperei demais de uma leitura que, no final, se mostrou razoável. Seria errado julgar o livro por ele não ser tão surpreendente e impactante quanto eu imaginei que seria? Talvez sim, mas o ponto é que esperava muito mais do livro de estreia do Andrew Michael Hurley.
A trama gira em torno de Loney – um lugar auspicioso, místico, perigoso e repleto de segredos. A família Smith, junto com alguns amigos de paróquia (ou seja, que frequentam a mesma igreja), sempre passam a Páscoa em Loney. Eles acreditam que a região é milagrosa, portanto peregrinam para lá em busca de cura, perdão e da salvação de suas almas pecadoras. Smith e Hanny, jovens irmãos, não entendem completamente o apelo espiritual que Loney representa para os adultos. Por isso, sempre que podem passeiam pela região em busca de diversão. E é exatamente em uma dessas expedições que a vida deles mudará para sempre. – Quais são os mistérios que Loney carrega? O que aconteceu com esses garotos na última Páscoa? E qual a ligação da história deles com os restos do corpo infantil que foi recentemente encontrado em Loney?
O mais instigante na leitura é que ela é narrada entre passado e presente. Smith conta o que viveu anos atrás em Loney, ao mesmo tempo em que descreve pequenos acontecimentos do seu presente. E o curioso é que as duas vidas parecem extremamente diferentes: enquanto no passado ele era completamente responsável pelo irmão (que é deficiente mental), agora Hanny é considerado normal, tem uma família e é um famoso pastor. Além desse mistério, o que mais gostei nessa narrativa atemporal é que ela mostra o quanto Smith foi impactado por Loney. Adoro livros que focam na mudança de seus protagonistas, principalmente quando eles são transformados por momentos de tensão. Foi incrível mergulhar na mente de Smith e vê-lo sendo modificado pelo mundo ao seu redor: pelo padre que cobra só que parece ter uma fé parcial, por Loney e seus mistérios, pela mãe e suas convicções limitadas, e pela relação de dependência entre ele e o irmão. Fora às mudanças na personalidade de Smith, também gostei da construção de todos os personagens principais. Eles são tão reais, principalmente em seus medos e falhas, que é impossível não se identificar. Temos aqui a personificação de homens e mulheres que erram, julgam e se perdem em uma fé mais embasada em rituais do que na Palavra de Deus. E o ponto é que, em um mundo de incertezas e medo, é fácil se perder em uma fé de palavras e não de ação.
Além dos personagens bem construídos e da abordagem religiosa instigante (que em nenhum momento é crítica, apenas descritiva), também gostei do relacionamento entre Smith e Hanny. Adorei ver como Smith faz de tudo pelo irmão e como em nenhum momento ele o trata como os outros, como se Hanny fosse uma aberração. Porém, mesmo com pontos positivos interessantes, existe algo de muito falho nesse livro: a narrativa. A escrita do autor é minuciosa e demasiadamente detalhista. Ao criar seus cenários com tanta riqueza, Andrew torna a leitura cansativa, repetitiva e, sinceramente, irritante. Além disso, existem inúmeras passagens e acontecimentos que não agregam em nada a leitura e que, exatamente por isso, só colaboram para que ela fique ainda mais penosa. A sensação que tive é que a história estava caminhando para lugar nenhum. Tanto é que em determinado momento o grande mistério foi esquecido e, até os últimos capítulos, não foi retomado. Portanto, além de uma narrativa confusa e cansativa, o autor menosprezou o suspense da trama e escreveu um final e vago e insatisfatório. De verdade, no desfecho do último capítulo só consegui pensar: “sério que é só isso que ele vai nos oferecer?”. Faltaram explicações e detalhes importantes e sobraram descrições nada essenciais para a trama.
Sinto que o que faltou para o autor foi um bom mediador. A história é boa, os personagens incríveis, Loney um lugar cheio de vida que encanta o leitor, mas a condução da narrativa passa longe de ser instigante. No final, acabei decepcionada com a leitura e com tudo o que ela poderia ter oferecido. Sei que se começar a dissecar a obra entenderei os motivos de ela ter ganhado tantos prêmios, mas o ponto é que queria não precisar de tanto esforço para amar esse livro. Sinceramente, só lendo para descobrir se irão amar ou se decepcionar com essa trama.
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