Com mais de 2 milhões de livros vendidos no Brasil, Augusto Cury retrata neste romance o cotidiano de mulheres que sofrem caladas as consequências de uma cruel realidade do mundo moderno: a ditadura da beleza. Apoiando-se em sua vasta experiência como psiquiatra e pesquisador, Cury dá um grito de alerta contra essa forma de opressão que vem deixando mulheres, adolescentes e até crianças tristes, frustradas e doentes. Influenciadas pela mídia e preocupadas em corresponder aos inatingíveis padrões de beleza que são apresentados, milhares de mulheres mutilam sua autoestima – e, muitas vezes, seus corpos – em busca da aceitação social e do desejo de se tornarem iguais às modelos que brilham nas passarelas, na TV e nas capas de revistas. Ao tratar de um tema tão atual, este livro faz com que o leitor se identifique imediatamente com os personagens e sua luta por uma vida mais plena, em que cada pessoa se sinta livre para ser o que é, sem se envergonhar de sua aparência e sem se comparar a ninguém.
Editora: Arqueiro l 208 Páginas l Autoajuda l Compare: Submarino • Saraiva • Amazon l Skoob l Resenha da Kamila Mendes l Classificação: 4/5
Sempre tive um pé atrás com os livros do Augusto Cury. Nada contra o autor, mas toda vez que tentava ler um livro dele ficava presa logo no início e perdia o interesse. Contudo, confesso que com esse livro minha experiência foi completamente diferente. Até porque, apesar de fazer parte do gênero autoajuda (como a maior parte dos livros de Cury), a obra também se encaixa no gênero romance. E não aquele tipo de romance entre casais, mas sim um muito mais importante: o amor próprio.
A história está ambientada na sociedade em que vivemos que exalta a beleza incomum e magérrima das modelos de passarela e atrizes de Hollywood. Apesar de ter momentos impossíveis e até mesmo clichês, como a plateia inteira de uma conferência começar a se abraçar do nada, o livro aborda com veracidade a situação crítica em que se encontram as mulheres, adolescentes, crianças e homens da nossa geração.
O livro narra à trajetória de uma jovem modelo, admirada por sua beleza e invejada por seu corpo “perfeito”, mas que se achava feia e tinha a urgente necessidade de modificar seu corpo em busca do Padrão Inatingível de Beleza (PIB). A auto rejeição levou a jovem a uma tentativa de suicídio. E, após sua recuperação, ela foi obrigada a frequentar o consultório do psiquiatra Marco Polo, um jovem amante da mente humana que abre os olhos da modelo para a verdadeira beleza: a interior que transborda para o exterior. O encontro com Marco Polo é tão impactante que, além de mudar sua visão de mundo, seus princípios e relacionamentos, também a faz criar um movimento que pretende mudar o mundo e mostrar às mulheres a beleza em ser normal. Desta forma a protagonista, ao lado de sua mãe, provoca uma revolução que valoriza o ser humano como um todo e, exatamente por isso, acaba enfrentando o pior de seus inimigos: o sistema capitalista (os empresários, a indústria da beleza e da moda, e até seus amigos mais íntimos).
É fato que a busca pelo PIB (Padrão Inatingível de Beleza) tem adoecido bilhões de pessoas a redor do mundo. Portanto, a obra aborda os perigos da auto rejeição e suas consequências na vida das pessoas que buscam seguir o padrão imposto pela sociedade: cirurgias plásticas desnecessárias, mudança de aparência drástica, isolamento, bulimia, anorexia e suicídio. Que fique claro que o autor não é contra a cirurgia plástica, ele apenas questiona a motivação por trás da decisão de modificar alguma parte do corpo.
A obra é uma ode à beleza da mulher comum. Uma das frases repetidas constantemente é: cada mulher possui uma beleza própria, que a torna única. E eu gostei muito disso, pois a história leva à reflexão: de fatos nos amamos e nos achamos bonitas (os) ou vivemos em busca de um padrão de beleza opressor que alimenta a indústria da moda, dos cosméticos e da publicidade? De fato fiz uma autoanálise. Enquanto lia, passei a perceber a forma como me enxergo e como estou muito perto do comportamento autodestrutivo que caracteriza as pessoas que buscam esse padrão de beleza.
É um livro questionador, que leva o leitor à reflexão sobre como somos manipulados pela mídia. Nosso cérebro armazena todas aquelas imagens de mulheres perfeitas, magras e cheias de curvas, exibidas em revistas, novelas, filmes e propagandas. Então, quando olhamos no espelho, não vemos nossos pontos positivos. Vemos apenas as gordurinhas extras, o nariz que não é afilado, a boca que poderia ser mais carnuda e, mentalmente, vamos nos automutilando até rejeitarmos por completo nosso próprio corpo. Os homens também sofrem ao serem expostos a esse tipo de agressão psicológica: as propagandas mostram jovens bonitos, bem sucedidos, musculosos. Por consequência, aumenta a cada dia o número de meninos e jovens que sofrem com bulimia e anorexia em busca desse padrão “bem sucedido de beleza”.
Dei quatro estrelas por causa dos momentos “impossíveis” que falei no início. Mas super recomendo como uma leitura essencial para revolucionar nos padrões pré-concebidos de beleza. De fato é um livro que ensina muito e que fala sobre temas importantes e extremamente atuais.
Beijos!
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