Vingança, violência, sexo e amor. O que pode acontecer quando você junta dinheiro, poder e uma enorme sede de vingança? Obviamente nada de bom. André é um milionário obcecado por fazer justiça pelas próprias mãos. Um dia, encontra aquela que será a vítima de seu plano maquiavélico. Como um jogador de xadrez, ele cria estratégias para enlouquecê-la. Para isso, passa a seguir, hora agradando e hora apavorando, 7 colegas de trabalho e, assim, desvia a atenção de quem é o seu verdadeiro foco. Porém, quando as peças são seres humanos, nem sempre elas obedecerão aos comandos do jogador e ele pode perder o controle do jogo.
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4/5
em uma palavra, com certeza, usaria loucura. Fazia tempo que não lia algo
tão controverso e digno das inconstâncias da mente humana. Com uma narrativa
cruel e real, Mônica Ribeiro apresenta ao leitor personagens corrompidos pela
ganância, cheios de falhas de caráter, e repletos de segredos e desejos
obscuros. Além disso, somos incitados a mergulhar em um jogo de xadrez dominado
pela vingança. Dos dois lados desse tabuleiro vemos os oponentes encurralados
por seus sentimentos – hora de dor, indignação e asco, hora de paixão e
sedução. E o ponto é que, independente do resultado da partida, ninguém saíra
vencedor.
inicia um jogo de perseguição com sete professoras (e/ou funcionárias) da
Universidade Federal de Uberlândia: Hanna, Veridiana, Elaine, Pérola, Aline,
Rita e Liliane. Na intenção de enganá-las, André brinca com os nervos dessas
mulheres – em alguns momentos enviando presentes caríssimos, em outros preparando
emboscadas, ameaças e perseguições. Enquanto umas desfrutam dos presentes, outras
questionam as motivações desse admirador secreto. Contudo, o que elas
custam a entender é que estão nas mãos de um homem perturbado pelo passado. Uma
delas é o alvo do magnata. Ele quer vê-la sofrer, chorar e ficar completamente impotente
– exatamente como, anos atrás, ela o deixou. Outra é uma espiã pronta para
jogar ao lado desse estranho manipulador. E as cinco restantes são peões que
ele controlará, mesmo contra a vontade delas. Todas sofrerão, mas apenas uma entre
elas acabará presa em um quarto escuro à mercê dos caprichos e acessos de raiva
desse agressor.
é que ele traz uma narrativa que brinca com a mente do leitor: várias pistas
são inseridas ao longo dos capítulos, todas na intenção de confundir o leitor tanto
sobre quem é o verdadeiro alvo do André, quanto sobre o papel – sincero ou não –
que as outras mulheres desempenham nessa história. E mesmo quando a principal
charada é revelada e entendemos quem está na mira de André, muitas outras
perguntas ficam girando na mente do leitor: – O que ela fez para ele? O que o
futuro reserva para essa pobre mulher? E, principalmente, até onde André será
capaz de ir em nome da vingança? Gostei do jogo de cão e gato que a autora
criou. Todos os segredos que a trama carrega, e as teorias mirabolantes que o
leitor cria para desvendar tais mistérios, fazem a leitura ser frenética. Sem
brincadeira, devorei as trezentas páginas em questão de horas, obviamente na
intenção de descobrir os verdadeiros planos de André.
fato da relação entre as sete protagonistas ir se aprofundando conforme elas percebem
o risco que correm – aqui, apesar das diferenças e dos defeitos, elas se unem para
lutar por suas vidas. Também adorei que a narrativa tem a voz ativa (daquele tipo
que fala diretamente com o leitor) de alguém que trabalha na Universidade e observa
todos os fatos em primeira mão. Maria é a faxineira, considerada por muitos uma
Maria ninguém, que vê e escuta tudo e que, aproveitando sua língua afiada que não
gosta de fazer fofocas, vive dando pitaco na história. Contudo, o grande
chamariz da obra está no passado que une André e sua vítima. E não apenas
porque queremos descobrir o segredo que esses personagens carregam, mas sim
porque o presente que constroem juntos confunde e brinca com a mente do leitor:
rapto, prisão em cárcere privado, abuso sexual, violência e, inexplicavelmente,
paixão. André e seu objeto de vingança mergulharam em uma relação que assusta,
afinal ele ofende e espanca essa mulher, mas ao invés de dor e medo, ele incita
nela um sentimento abusivo de ciúme e dependência. Tudo o que André quer é
acabar emocionalmente com sua vítima e, em dúvida, é o que ele consegue: uma
mulher que apanha, chora, grita e luta contra a dor, mas que no fundo anseia
por mais.
complexos: vingança, Síndrome de Estocolmo (apesar de ele entrar na trama como
um assunto hipotético) , dependência, abuso sexual e emocional, suicídio… E,
apesar de dar asco e confundir constantemente o leitor, a obra tem um desfecho
que faz tudo vale a pena. Não suporto livros com relacionamentos abusivos,
então foi muito difícil engolir as atitudes de André e a passividade de sua
vítima, porém o desfecho da história mostrou que a autora, ao contrário de muitas
outras que vejo por aí, não optou pelo caminho mais fácil. Aqui, não temos
romantização dos fatos ou banalização dos sofrimentos descritos – as cenas de
abuso são dolorosas, porque sofremos ao lado da protagonista ao mesmo tempo em
que queremos estapeá-la por torna-se emocionalmente ligada ao seu agressor. Fora
que tudo no livro é incerto e doentio demais; apenas na última página conseguimos
nos sentir aliviados pelas escolhas da personagem principal.
complexo, instigante, doloroso de ler em alguns momentos, e que mostra as
falhas da mente humana; ao decorrer da história percebemos que o homem é capaz
de tudo em nome de sentimentos que ele nem ao menos sabe descrever – e isso
dói, ainda mais quando não sabemos o que as últimas páginas do livro carregam. Vale
a pena dar uma chance para quem gosta de livros que fogem do comum tanto em
narrativa quanto em assunto.
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