Caymen Meyers aprendeu desde cedo a não confiar nos ricos. E, depois de anos observando-os, ela tem certeza de que eles são bons em apenas uma coisa: gastar dinheiro em inutilidades, como as bonecas de porcelana da loja de sua mãe. Assim, quando Xander Spence entra na loja, basta um único olhar para Caymen perceber que ele tem muita grana. Apesar de ele ser um fofo e entendê-la como ninguém, Caymen é esperta e sabe que o interesse de Xander não vai durar. Porque, se tem algo que ela aprendeu com a mãe, é que caras ricos vão inevitavelmente partir o seu coração. Mason, o cantor de rock tatuado — e classe média —, tem muito mais a ver com ela, certo? Então por que ela não consegue tirar Xander da cabeça? Quando a amizade e a lealdade de Xander estão prestes a convencer Caymen de que ser rico não é uma falha de caráter, ela descobre que o dinheiro tem um papel muito maior no relacionamento dos dois do que ela poderia imaginar. Será que Caymen vai arriscar ter o coração partido para encontrar o seu verdadeiro amor?
Editora: Verus l 240 Páginas l Jovem Adulto l Compare & Compre: Saraiva • Amazon l Skoob l Classificação: 4,5/5
Mais um livro da Kasie West para chamar de queridinho! A Distância que nos Separa é jovem, envolvente, fácil de ler, romântico e reflexivo na medida certa. A trama fala sobre algo que adoro: o típico dilema do “O que quero ser quando crescer?”. E, ao trabalhar com propriedade sobre assuntos importantes como faculdade, primeiro emprego e pressão social para ser alguém – algo que todo jovem enfrenta em determinado momento de sua vida – a autora faz o leitor refletir sobre inúmeros aspectos de sua vida. Além disso, a obra conta com um romance tão fofo que é impossível não terminar a leitura com um sorriso bobo no rosto.
Caymen e a mãe são as únicas responsáveis pelo negócio da família – uma empresa que vende bonecas clássicas de porcelana. É por isso que ela praticamente vive dentro da empresa: não tem fim de semana, mudou os horários na escola para poder ajudar a mãe, evita festas e compromissos que podem bagunçar sua agenda no emprego, e até está pensando em adiar a faculdade. A grana está apertada e Caymen tenta ajudar o máximo que pode, mas o problema é que ela não ama a loja de bonecas e se sente sufocada por não poder sonhar com um futuro diferente. Do outro lado da moeda temos Xander, jovem promissor e herdeiro dos negócios da família. Ele não tem um bom relacionamento com o pai e sente o peso da pressão de trilhar caminhos escolhidos por ele – na cabeça do jovem o pai faz isso, cobra e determina o que é melhor para ele, apenas para provar que está certo. Caymen e Xander possuem muito em comum – inseguranças, frustrações, cobranças – mas tudo o que ela enxerga é o quanto são diferentes: ele rico e rodeado de abundância (comida farta, roupas de marcas, carrões importados) e ela pobre (trabalha no vermelho, compra roupas em brechós e come fora só quando pode – o que é quase nunca). Apesar da classe social que os afasta (pelo menos na mente de Cayman, que evita Xander a todo custo), existe entre eles amizade, cumplicidade e uma vontade incrível de fazer acontecer. Ou seja, para o relacionamento deles crescer basta força de vontade para vencer as barreiras do preconceito.
O que mais gostei no livro é que ele é fofo – extremamente fofo, por sinal – mas não deixa de lado importantes temas de reflexão. Primeiro, como já disse, o livro aborda um momento muito importante e intenso para qualquer jovem. Ninguém nasce sabendo o que fará no futuro, e escolher qual caminho profissional seguir é extremamente difícil. E não só porque precisamos escolher uma profissão, mas porque precisamos lidar com as nossas inseguranças, com as expectativas familiares, e principalmente com a disponibilidade de dinheiro (afinal faculdade é caro, não é mesmo?). Acho que a autora foi maravilhosa ao unir Caymen e Xander em uma missão de olhar para dentro, abafar os ruídos externos e, só então, descobrir qual caminho seguir para a construção de uma carreira. Sinto que seríamos mais felizes se, assim como eles, tivéssemos a oportunidade de tirar um tempo para questionar o que realmente queremos para o futuro. Fora isso, a autora ainda fala sobre outro tema tabu: disparidade social. Os protagonistas levam vidas completamente diferentes, por isso lemos sobre as vantagens e desvantagens da falta ou abundância de dinheiro. Somos instigados a conhecer tanto os dilemas da Caymen quanto os de Xander, a conhecer os dois lados da moeda. E eu amei isso, amei a oportunidade de entender as inseguranças e dilemas de cada um deles.
E o que falar do romance mais fofo que você respeita? Essa autora é mestra em criar personagens cativantes e que combinam completamente. A Caymen é incrivelmente forte e o Xander é entregue e carinhoso. Juntos eles criam uma relação baseada no diálogo e na amizade. Uma coisa que reparo é que hoje em dia pouquíssimas pessoas perguntam sobre a vida do outro, tudo o que queremos é despejar nossas próprias frustrações e realizações, sem trabalhar a necessidade de escutar mais e falar menos (lembra daquele ditado: uma boca para falar e dois ouvidos para escutar?). Por isso, amo quando encontro protagonistas que escutam, observam e aprendem com suas falhas. E amo ainda mais quando o casal é assim: do tipo que fala, mas, principalmente, do tipo que escuta os apelos – às vezes até mesmo mudos – do outro.
Minha única ressalva é sobre o final. Achei a grande revelação desnecessária e meio previsível. Fora que, pelo menos para mim, a autora trouxe um final feliz idealizado e tirou o brilho do toque de realidade que permeia a história. Contudo, mesmo com essa ressalva, preciso frisar que adorei a leitura! É o segundo livro contemporâneo que leio dessa autora é só posso dizer: QUERO MAIS!
Trata-se de uma leitura jovem e romântica, mas sem sensualidade. Então é bem bacana para a galerinha com mais de 15 anos.
Beijos!
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