julho 12, 2018

[Resenha] Quem brinca com fogo… – Luna Miller

QUEM_BRINCA_COM_FOGO_LUNA_MILLER_ResenhaUma história acerca de violência, loucura, paixão e coragem num jogo de perseguição de vida ou de morte. É-se alguma vez demasiado velho para se ser aventureiro? Gunvor Ström já vai a meio dos seus sessenta anos quando a sua carreira sofre uma mudança drástica. Devido a um insistente tremor de mãos, é forçada a deixar uma bem-sucedida carreira como cirurgiã para se lançar num mundo novo e cheio de desafios. Detective privado. Quem poderia ter pensado em tal coisa? Mas a mudança está de acordo com o seu espírito curioso, capacidade analítica e coragem. Foi-lhe dado um caso que se diria simples. Um marido infiel. Porém, quando este é brutalmente atacado e a esposa cancela o contrato fica tudo virado ao contrário. Gunvor tem dificuldade em largar a questão. A agência deixou de ter caso, mas o que Gunvor faz no seu tempo livre é responsabilidade dela. Para a ajudar recruta dois conhecimentos recentes. Elin é uma rapariga com dezanove anos que passa demasiado tempo fechada no quarto, para ultrapassar as zangas dos pais. David é um jovem arruaceiro que passa os seus dias sem nada fazer nas redondezas do Centro Comercial de Fruängen. Juntos percorrem a vida nocturna de Estocolmo para resolverem o enigma e talvez também deixarem as suas próprias vidas de lado durante algum tempo. Dois jovens e uma senhora de idade que tentam passar despercebidos nos bares de moda de Estocolmo. Mas alguém os vê. Alguém que se mantém na sombra, vigiando cada passo que dão. Esta é uma história acerca de violência, loucura, paixão e coragem num jogo de perseguição de vida ou de morte. Quando o fogo pegar, há já muito que é demasiado tarde. Porque quem brinca com o fogo…

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Aparentemente é só mais um caso de infidelidade. Basta acompanhar o suspeito, averiguar as possíveis provas e descobrir se ele está ou não traindo a mulher. Contudo, quanto mais acompanhamos os envolvidos, mais percebemos que o perigo está à nossa espreita. E, em um jogo de gato e rato, fica claro para o leitor que quem brinca com fogo acaba se queimando. 

Gunvor Ström está na casa dos sessenta anos e, após deixar de ser cirurgiã, sente que precisa de uma motivação para seus dias tranquilos e pacatos. Ansiosa para se sentir útil, Gunvor aceita trabalhar como detetive privado. A ideia é cuidar de casos de infidelidade – instigantes, divertidos e nem um pouco perigosos. Contudo, quando nossa protagonista aceita um caso de possível adultério que a leva a investigar as noitadas de Estocolmo, sua vida muda completamente. O caso, que parecia simples, dá uma guinada quando o suspeito de adultério é violentamente atacado. Sangue, mentiras, obsessão, encontros e desencontros… Algo está errado e, mesmo diante do perigo, Gunvor decide ir até o final e desvendar esse mistério. Para isso, ela conta com a ajuda de Elin e David, dois jovens completamente diferentes, mas decididos a enfrentar o presente e construir um novo futuro. 

Esse é o segundo livro da Luna que leio e, devo confessar, continuo surpresa com a maneira direta com a qual a ela narra as emoções de seus personagens. A verdade é que estamos falando de um livro de suspense e ficção, mas ainda assim lemos sobre loucura, infidelidade, insegurança, amor e desejo. Emoções reais, com pessoas e casos reais. Cada personagem interligado na trama tem um objetivo: crescer, conquistar, amadurecer… e isso é tão presente na história que acabamos envolvidos com cada um deles – Gunvor e seus dilemas com relação a idade, Elin e a sua necessidade de acreditar em seu potencial (é tão fácil se identificar com ela), e até mesmo David e sua mania de achar que sabe de tudo. Além dos personagens e de suas emoções, outra coisa que continua me encantando na escrita da autora são suas paisagens. As cidades e os cenários fogem do comum e acabam criando no leitor aquela vontade de conhecer mais do mundo incrível que nos rodeia. 

No meu ponto de vista o mistério demorou a engrenar. No começo fica difícil entender para qual caminho a autora quer nos levar – até porque tudo gira em torno de Gunvor e de seu trabalho como detetive. Contudo, em determinado momento fica mais que claro que tudo o que lemos era um desvio de atenção para o verdadeiro caso que nos aguardava. E, confesso, fiquei completamente surpresa quando percebi para qual desfecho estávamos seguindo. Foi eletrizante. E, obviamente, passei várias páginas com medo do final dos protagonistas.

Apesar de ter curtido o suspense, devo admitir que é a construção dos personagens que mais gosto na escrita da autora. Suas obras fogem do lugar comum e seus personagens crescem a cada página. Pode ser uma leitura que não encante a todos logo de cara, mas vale a pena mergulhar nessas emoções conflitantes e descobrir mais sobre a autora.

Minha única ressalva: a obra foi traduzida para o português de Portugal, por isso, o texto segue um padrão diferente do qual estamos acostumados. Ainda assim, nada que atrapalhe o ritmo de leitura.

 

 

Beijos!

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