Vocês sabem o quanto nós gostamos de falar sobre todos os processos que envolvem a produção do mercado editorial e tudo o que é necessário para que isso aconteça. Por isso mesmo que não poderíamos deixar de falar sobre mais uma crise que este universo está enfrentando.
O aumento no preço do papel vem preocupando muito as editoras responsáveis pela impressão de livros, revistas, cadernos e, acreditem, até empresas que trabalham com embalagens. A celulose (matéria-prima e insumo que originam produção do papel) teve um aumento de 24% no ano passado, sem contar a inflação que gerou ainda mais acréscimo.
Lá em 2020, quando a pandemia chegou, muitas empresas relacionadas acabaram por dar um tempo nas suas produções a fim de priorizar outros setores, como o da saúde. As pessoas precisavam ficar em casa e dar espaço para aquelas que, realmente, precisavam sair. Sem contar com os galpões e transportes de logística que davam prioridade aos insumos para hospitais.
Além disso, não podemos esquecer do aumento do dólar (que também é consequência da política atual). Desse jeito, muitas empresas nacionais optaram por exportar o papel, vender mais caro e conseguir um lucro maior. E, por mais que as estrangeiras tivessem mantido o preço, saímos em desvantagem na compra pelo mesmo motivo: o dólar aumentou e a gente estaria comprando mais caro.
Para algumas gráficas, já não é mais possível atender as editoras com as mesmas expectativas de antes já que não possuem mais tanto insumo como antes. Isso interfere em todo o ciclo editorial da seguinte maneira:
- Os livros acabam levando mais tempo para ser produzido e essas quantidades precisam ser certeiras. Por isso que a pré-venda está tão em alta nos últimos tempos. As editoras precisam ter uma estimativa de quantos livros produzir.
- Puxando o gancho do primeiro tópico, isso traz uma consequência de tiragens menores e até menos títulos publicados. A editora seleciona a dedo quais obras serão lançadas para que não tenha prejuízo futuramente.
- É claro que o valor acaba sendo alterado! Existem editoras que conseguem reter esse valor, justamente nessas ações de publicar menos e produzir uma tiragem menor, mas tem outras que não. Sendo assim, o livro acaba ficando com um preço mais alto e, INFELIZMENTE, menos acessível, já que nem todos os leitores podem arcar com os custos adicionais.
Ou seja, enquanto continuarmos nesta situação política e enquanto a pandemia ainda estiver se manifestando de maneira forte, não temos previsão para sair desta situação. O mercado editorial enfrenta, hoje, uma dificuldade gigantesca diante do cenário em que estamos vivendo e isso acaba sendo refletido no quanto estamos pagando por uma obra nos tempos atuais.
E uma coisa muito legal que nós vimos no site da Editora Wish é uma ação mínima que nós, consumidores assíduos da literatura, podemos fazer. Ao invés de descartar papéis ou papelão em lixo comum, procure o centro de reciclagem mais próximo de você e leve os resíduos até lá.
Isso ajuda muito na circulação do material e pode ser essencial para a economia neste setor de produção do papel. Acreditem que, não só nós, mas os colaboradores do mercado editorial esperam muito que essa fase passe e a gente consiga transformar a literatura em algo ainda mais palpável para todos.
Então, gostaram da nossa matéria? Deixem nos comentários a opinião de vocês sobre o assunto e mais dicas do que podemos fazer, de maneira individual, para ajudar este ciclo.
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