Nesta fábula moderna, com gosto das aventuras clássicas que encantam os jovens leitores há tantos anos, conhecemos a história de Jack Foster, um garoto de dez anos que, como qualquer um da sua idade, sonhava viver grandes aventuras. Ele morava em Londres mas estudava em um colégio interno, voltando para casa apenas nas férias, quando ficava completamente entediado. Mas, um certo dia, Jack atravessa uma porta mágica e, do outro lado, encontra uma cidade ao mesmo tempo muito parecida e muito diferente daquela que conhecia. Em Londinium, apesar de reconhecer as ruas e prédios, ele encontra um cenário steampunk, com engrenagens e fuligem por todos os lados. Por ali era raro encontrar alguém que não tivesse nenhuma parte do corpo feita de metal. E era justamente isso que a Senhora – uma mulher rígida e temperamental que governava a cidade desde sempre – buscava: um filho de carne e osso. Jack logo descobre que aquele lugar era extremamente perigoso, e que voltar para casa não seria tão fácil quanto tinha sido chegar até ali…
Editora: Seguinte l 312 Páginas l Steampunk Juvenil l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 5/5
Quando a Pah me enviou a lista para escolher o lançamento da Companhia das Letras que gostaria de ler, confesso que optei por esse livro pela capa que é linda, de um azul profundo, meio emborrachada (acetinada) ao toque. Porém, acabei me surpreendendo, pois nunca tinha lido um livro steampunk e, como fã de fantasia e distopias, me apaixonei pelo gênero.
A obra conta a história de Jack Foster, garotinho mimado da alta sociedade britânica do período vitoriano. Jack, apesar disso é um personagem cativante. Solitário, o menino divide seu tempo entre o internato e as férias em casa, onde fica apenas na presença da governanta, pois seu pai vive ocupado com a fábrica e a mãe está sempre entretida com festas e jantares, aos quais Jack não tem acesso. É nesse contexto que surge o Sr. Havelock, um homem que se apresenta como espiritualista para a mãe de Jack e revela a ela seu desejo de ensinar ao seu filho todos os seus segredos. Quando o garoto vê sua mãe dizer não a essa chance de viver uma grande aventura, ele resolve seguir Havelock e acaba atravessando uma porta especial que o leva para uma Londres diferente.
Em Londinium, capital do Império das Nuvens, tudo é feito de metal e engrenagens como se fosse um relógio. Há uma espessa fuligem no ar que faz arder os pulmões, e animais feitos com engrenagens e peças de metal: fadas, gárgulas diabretes e pessoas com partes do corpo substituídas por peças de metal, como mãos, olhos, queixos, etc.
“(…) e ali as coisa não eram tão diferentes de Londres. Estavam interligadas, alimentando-se umas às outras. Criaturas mecânicas que voavam e pensavam sozinhas, mistério e maravilha baseados no metal que havia em toda parte.” pg. 123
Nesse lugar, Jack encontra Beth, uma menina robô e o Dr. Cataplasma, seu criador. Também conhece a misteriosa Senhora de Londinium, uma mulher obcecada por filhos perfeitos. Logo que chega a Londinium, o garoto fica fascinado pelo lugar e se recusa a voltar para a casa: quer conhecer tudo e saber como funciona o Império. Porém, depois de um tempo na presença da Senhora e do maquiavélico Lorcan, Jack muda de ideia, mas descobre que para voltar a Londres é preciso achar o Pássaro Mecânico – Mas ele é mesmo verdade, ou não passa de uma lenda?
Fazia tempo que não lia um livro infanto-juvenil e como citei acima, nunca tinha lido nada do gênero steampunk. Nesse livro as engrenagens se misturam a magia e formam seres fantásticos e até mesmo pessoas. Esse é um dos pontos positivos.
Um ponto negativo é que, apesar de eu realmente ter gostado da história, faltou algo que me prendesse a ela. Só fui sentir conexão com o enredo e narrativa nas últimas folhas. A História é muito boa e fluída, mas faltou um pouco mais de sentimento (acho que é essa a palavra). Mas o livro tem tudo para fazer com que os leitores se apaixonem pela história.
Dou cinco estrelas pela originalidade da obra e criatividade da autora. Gostei e repetirei a leitura novamente para ver se esse algo a mais aparece de repente.
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