Na Chicago futurista criada por Veronica Roth em Divergente, as facções estão desmoronando. E Beatrice Prior tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em Insurgente, a jovem Tris tenta salvar aqueles que ama – e a própria vida – enquanto lida com questões como mágoa e perdão, identidade e lealdade, política e amor.
Editora: Rocco l 511 Páginas l Fantasia Distópica l Compre aqui: Amazon l Skoob l Classificação: 5/5
O que eu mais gosto em uma boa distopia é sua capacidade de chocar e incitar a reflexão do leitor, e exatamente por isso eu gostei tanto de Divergente: a sociedade e sua divisão em facções, as escolhas e testes de aptidão, as habilidades moldadas para o “bem comum”, o controle rígido feito pelas regras de inclusão e listagem de cada indivíduo. Tudo me pareceu tão real e semelhante com nossa sociedade atual, com nossas próprias divisões e segregações, que me encantei pela história criada pela Veronica Roth. E então, sem eu esperar que a autora se superasse, ela renova as forças de sua narrativa e em Insurgente, continuação de Divergente, dá voz ao apelo social e crítico de sua trama. Se em Divergente a intenção da autora era apresentar um mundo novo e nos envolver a ele, em Insurgente não há dúvidas de que ela quer nos fazer refletir e, principalmente, escolher um lado pelo qual torcer: Revelar a verdade ou lutar pela segurança, qual a sua escolha?
“Não acredito que seja mais importante seguir em frente do que descobrir a verdade. (…). A verdade costuma mudar os planos das pessoas.”
Logo de início fui envolvida pelo ritmo de ação e suspense de Insurgente. Tris, nossa protagonista, precisa decidir em quem confiar. De um lado temos um grupo que anseia a queda do poder atual e que vê na guerra política estabelecida entre as facções a oportunidade certa para iniciar uma grande rebelião, e do outro lado um grupo que luta com todas as suas armas para controlar e proteger uma de suas maiores riquezas: o conhecimento. Entretanto, a grande questão para Tris não parece ser como vencer a guerra, mas sim o que a desencadeou, e exatamente por esse motivo os instintos de nossa protagonista a levam a caminhos contrários aos daqueles que ela ama, colocando a jovem em uma posição em que ela precisa decidir não só por qual lado lutar, mas também pelo que e por quem se sacrificar.
Em Divergente o foco da história estava no treinamento e nos mistérios que envolviam a personalidade peculiar de Tris. Já em Insurgente uma guerra está iniciando, levando a jovem a sair do centro de treinamento e lutar com todas as forças pelo bem daqueles que ama. Eu acho incrível o sexto sentido que essa personagem tem, mas o mais admirável nisso é a maneira como ela lida com suas habilidades, de uma forma discreta, pensativa, direta. Além da mudança de cenário, do fortalecimento do clima de ação, e do crescimento do foco político e social da trama, a autora também aborda com destreza os segredos que cada um dos seus personagens carrega, colocando em jogo a confiança que podemos depositar em cada um deles. E por esse motivo, vemos o romance de Tris e Quatro passar por inúmeras provações, oscilando constantemente entre o amadurecimento amoroso e o afastamento emocional, de forma que ao mesmo tempo em que eles se aproximam cada vez mais, eles também constroem um abismo entre eles ao tomarem decisões individuais.
Romance, suspense, ação, dramas políticos… Como não amar tudo isso? Insurgente me abocanhou completamente, me emocionando, me chocando, e me deixando ansiosíssima por sua continuação. Nesse livro a narrativa da autora está muito mais intensa, de forma que cada laço criado ou desfeito compadece e assusta o leitor de uma maneira inexplicável, o que me leva a dizer o quão inteligente a autora é, e o quão apaixonada por essa trilogia ela me deixou.
Sobre a Série
Insurgente é o segundo volume da trilogia Divergente, composta pelos livros: Divergente, Insurgente e Convergente. No Brasil apenas os dois primeiros livros foram publicados, sendo que o volume final tem data de previsão para março de 2014.
Vale lembrar que a série vai virar filme e que a primeira adaptação tem previsão de estreia nacional para abril desse ano.
Quotes Preferidos
“Não posso falar que preciso dele. O fato é que não posso precisar dele. Na realidade, não podemos precisar um do outro, porque quem sabe quanto tempo vamos durar nesta guerra?”
“Serei sua família agora.”
“Descobri que as pessoas são compostas de camadas e mais camadas de segredos. Você pode achar que as conhece, que as entende, mas seus motivos estão sempre ocultos, enterrados em seus próprios corações. Você nunca as conhecerá de verdade, mas às vezes decide confiar nelas.”
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