“Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa. Nunca saí em toda minha vida. As únicas pessoas que já vi foram minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostumada com minha vida até o dia que ele chegou. Olho pela minha janela para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano. Ele me pega olhando-o e me encara. Olho de volta. Descubro que seu nome é Olly. Talvez eu não possa prever o futuro, mas posso prever algumas coisas. Por exemplo, estou certa de que vou me apaixonar por Olly. E é quase certo que será um desastre.“
| Cortesia Editora Novo Conceito|
Skoob
| Compare & Compre: Submarino • Saraiva • Amazon| Classificação: 4,5/5
estavam altíssimas. Desde que vi a capa e a sinopse, muito antes do livro ser
lançado por aqui, fiquei instantaneamente apaixonada por ele. Portanto, foi
muito gostoso me surpreender com a obra e perceber que ela é muito mais do que
tinha imaginado. O fato é que amo livros que abordam o universo de um jovem
adulto; amo ler sobre as inseguranças, os medos e as descobertas típicas desse
período. E quando acrescentamos a isso dramas familiares, citações literárias,
e um romance divertido e envolvente, fica simplesmente impossível resistir.
Então não deu outra, terminei a leitura de Tudo
e todas as Coisas completamente apaixonada pela escrita da Nicola Yoon, por
seus personagens, e por essa história tão bela e cativante.
ainda era um bebê teve uma crise respiratória e foi diagnosticada com IDCG, ou
seja, com imunodeficiência grave. Isso significa que qualquer coisa, desde um
alimento ou até o ar poluído, pode desencadear uma série de doenças e matá-la. Prezando
pela sua saúde, Maddy vive reclusa, compartilhando apenas da companhia da mãe
(que também é médica), de uma enfermeira que a conhece desde pequena, e de seus
amados livros. Porém, quando uma nova família se muda para a casa ao lado da
sua – e quando ela cruza olhar com o novo vizinho – a jovem passa a querer mais
da vida. Olly é divertido e insistente, portanto logo ele e Maddy se encontram na internet e desenvolvem
uma bela amizade. O único problema é que conversar por e-mail não é suficiente
e nunca vai ser. Decidida a viver pelo menos uma vez, Madeline resolve quebrar
várias regras e lutar contra as limitações causadas pela sua doença. Mas, o que
ela não sabe é que ao decidir viver vai colocar muito mais do que a sua vida em
risco.
Talvez seja a culpa por estar sendo egoísta, por querer estar com o Olly até mesmo agora. A cada momento que eu passo com ele, aprendo algo novo. Eu me torno uma pessoa nova.
mais gostei nesse livro foi, sem dúvida, de sua narrativa peculiar e cativante.
A obra é narrada em primeira pessoa, mas conta também com listas, desafios,
definições e até resenhas literárias. É exatamente por a trama girar em torno
da Maddy que o livro traz tudo o que é importante para a personagem: anotações
que ela faz em seus livros preferidos, definições para as novas emoções que ela
vai experimentando, resenhas sobre suas leituras e como elas a impactaram,
ilustrações sobre como ela se sente na presença do Olly, e listas sobre a dor
de querer viver – querer conhecer o mundo e tudo o que ele pode oferecer – e
não poder. E o ponto é que, além dessa particularidade da narrativa ajudar o
leitor a conhecer Maddy e a se apaixonar por ela, também torna a leitura fácil,
fluída e divertida. Por mais que a obra fale sobre a complexidade da vida da
personagem principal e das dores causadas pela sua doença, em nenhum momento a
leitura fica pesada ou triste em demasia. E eu amei isso, assim como amei cada lista ou
citação criada pela Maddy.
ponto positivo é a personalidade da protagonista e como ela vai mudando ao
longo do livro. A amizade com Olly aparece não apenas como possível romance,
mas também como fonte de vida. A
cada conversa com ele, Maddy vai mostrando quem ela realmente é e,
principalmente, quem ela quer ser. A jovem não quer que a doença dite seus
sonhos e suas escolhas; ela entende suas limitações, mas quer se permitir mais.
Desta forma, vemos Maddy lutando, sonhando e aprendendo a viver. Amo quando os
personagens mudam e amadurem durante a leitura, pois nos dá a possibilidade de
crescer com eles. O fato de Maddy querer conhecer o mundo mas não poder, faz o
leitor rever suas prioridades. A luta dela se tornou a minha quando parei para
refletir sobre o que me prendia e/ou barrava meus sonhos. Talvez a reflexão
seja pessoal, mas sinto que todos podem aprender muito com esse livro. Além
disso, preciso dizer que amei o Olly e seu envolvimento com a Maddy. O romance
deixou o livro fofo e clichê, mas gostei disso porque foi por meio dele que a
protagonista descobriu um punhado de emoções que não sabia que existia – e é
lindo ver ela experimentando coisas tão simples, como um aperto de mão por
exemplo, pela primeira vez.
Ele apoia a testa contra a minha. Seu hálito é quente contra o meu nariz e bochechas. E levemente doce. O tipo de doce que faz você querer mais.
— É sempre assim? — pergunto, ofegante.
— Não — diz ele. — Nunca é assim. — Percebo o encantamento na voz dele.
E, assim, tudo muda.
única ressalva quanto ao livro é sobre seu desfecho. Achei que a autora foi
muito inteligente e graças ao final tornou a história mais reflexiva e dramática.
Porém, confesso que não fui completamente convencida por ele – acho que o
problema está no fato da parte racional do meu cérebro esperar uma solução
diferente para o problema de Maddy. Ainda assim, mesmo se eu já soubesse o
final antes de começar a leitura não abriria mão desse livro. Ele é lindo,
tocante, reflexivo, fofo e repleto de descobertas e ensinamentos. Com doença ou
não, viver não é fácil. Mas, independente dos desafios, vale a pena. Assim como
essa leitura; leiam e se deixem cativar por essa narrativa deliciosa e
emocionante.
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