Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.
Editora: Seguinte l 320 Páginas l Jovem Adulto l Compare & Compre: Submarino • Saraiva • Amazon l Skoob l Classificação: 3/5
Uma das coisas mais marcantes na narrativa da Sarah Dessen é que ela sempre aborda temas tabus. Por mais leve ou superficial que suas histórias possam parecer, é certo que em todas elas encontraremos o debate de assuntos polêmicos e reais. Tanto é que em Uma Canção de Ninar, para mim um dos livros mais medianos da autora, somos incitados a refletir sobre relacionamentos fracassados e pais divorciados e ausentes. Em meio a um lar instável e conflituoso, Sarah Dessen no apresenta uma jovem que tem medo de ser como a mãe e que, exatamente por isso, abri mão de sua juventude e inocência para mergulhar em uma vida sem emoções.
Depois de ver a mãe sofrer por amor várias vezes (em uma sucessão de casamentos fracassados), Remy desistiu do amor. Filha de um músico que abandonou a família e de uma mãe que já caminha para o quinto casamento, a única maneira que a jovem encontrou para não sofrer mais foi fechar-se ao amor. Ao tomar essa decisão ela mergulhou em relacionamentos levianos, abusando da sorte e dos encontros de uma única noite, e envolvendo-se apenas com os caras errados – aqueles por quem ela sabia que nunca iria se apaixonar. Remy perdeu as contas de quantas noites bebeu demais e acordou sem saber onde estava e, principalmente, com quem esteve. Só que as coisas mudam quando Dexter aparece em sua vida. O jovem é tudo que ela tentou afastar: músico, imprevisível, divertido, companheiro e amoroso. O relacionamento deles passa de amizade para o algo mais muito rápido, e isso assusta Remy. Assim, sem saber o que esperar e como se proteger, Remy vai aprender que é impossível levar uma vida completa sem se entregar aos altos e baixos do amor.
Três pilares se destacam dentro da história: a personalidade de Remy e como ela se envolveu com pessoas erradas na intenção de evitar o amor; o relacionamento da jovem com os pais (um pai que sumiu e uma mãe que vive trocando de maridos); e como Dexter aparece para quebrar as barreiras que Remy construiu ao redor do seu coração. Com uma escrita leve e fluída, a autora foca no romance para nos mostrar as inseguranças da protagonista. Assim, conforme a relação imprevisível entre Remy e Dexter ganha força, vamos entendendo o quanto essa personagem está quebrada e precisa de ajuda. Em outras palavras, o livro mostra como o amor pode curar e ajudar os jovens a superar os erros do passado (principalmente aqueles que foram cometidos por seus pais) e seguir em frente.
Gostei bastante de como a autora construiu a personalidade da protagonista. Sarah aborda, através da Remy, inúmeros pontos de reflexão: o perigo de beber em excesso, o vazio dos relacionamentos levianos de uma noite só, e o medo de se perder para a solidão de uma vida em excessos. Ainda assim, confesso que gostaria que a autora tivesse focado mais na personalidade autodestrutiva da protagonista, pois a partir disso teríamos aceitado mais as justificativas de suas ações. De certa forma, por conhecermos Remy de uma maneira muito superficial, fica difícil entender o peso que ela carrega nos ombros por ter feito escolhas ruins. Várias vezes a jovem diz que não merece e/ou acredita no amor, mais poucas vezes conseguimos ver os motivos por trás dessas alegações. Aqui, faltou drama e aprofundamento. E o pior que não foi apenas nesse pilar: o relacionamento de Remy com Dexter parece superficial demais, os problemas familiares foram resolvidos tão facilmente que perderam a força, e os segredos de Dexter – que parecia ter muito a oferecer com sua jornada pessoal – raramente foram citados. Em linhas gerais, senti que a trama como um todo foi pouco aprofundada. E, exatamente por esse motivo, não consegui me conectar com ela.
A leitura é rápida e fofa (por conta do romance), mas em quesito de drama deixou a desejar. Como um todo, é o tipo de história que agrada os fãs de obras mais leves e decepciona aqueles que esperam maiores reflexões. Mas, por estarmos falando de uma ótima autora, vale a pena dar uma chance e descobrir se vão amar ou não essa história.
Beijos!

Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.



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