Acostumado a conseguir qualquer mulher, Lord Edward Rawlings enlouquece com a sensualidade de Pegeen, que estava longe de ser a tia solteirona que ele havia imaginado. Mas Pegeen não está disposta a fazer mais concessões além de mudar-se, pelo bem de seu sobrinho, para a mansão dos Rawlings na Inglaterra. No entanto, ao chegar lá, ela logo percebe o risco que corre. Sempre movida pela razão, Pegeen sente que dessa vez seu coração está tomando as rédeas. Ela pode resistir ao dinheiro e ao status, mas conseguirá resistir a Edward? A Rosa do Inverno é um romance leve, com boa dose de romantismo, forte aroma de sensualidade e uma pitada de suspense. Fala de paixão arrebatadora e indevida, de destino e escolha. Mas, sobretudo, é uma história que acende o debate sobre a condição feminina, o papel, os desejos, os temores da mulher. Ao confrontar o instinto de se entregar a um homem e a decisão de manter a independência, a Patricia Cabot faz do livro um espelho dos dilemas femininos.
Editora: Essência (Selo Editora Planeta) l Romance de época l 414 páginas l Compre aqui: Amazon l Classificação: 5/5
Meg Cabot possui o dom da escrita, sua narrativa simples e bem-humorada é capaz de envolver os mais diversos tipos de leitores, cativando-os com a singularidade de suas histórias. Claro que em “A Rosa do Inverno” a situação não seria diferente, contudo, por ser um romance histórico (meu gênero literário preferido), criei muitas expectativas em torno desse livro, as quais, para o meu deleite, não só foram supridas, como também, superadas.
Unindo a maneira única da Meg escrever, com a beleza e encanto dos enredos históricos, “A Rosa do Inverno” é um romance arrebatador, capaz de nos fazer suspirar, chorar de emoção, rir, torcer por um final feliz e terminar a leitura com uma sensação deliciosa de plenitude.
Sob esse contexto a autora nos apresenta Pegeen, uma jovem de origem escocesa, bela e inteligente, que ao contrário das moças da época em que vive, não se importa com regras sociais e muito menos, como o regime de posses inglês, hierarquia que segundo ela, colabora diretamente para a concentração de renda e consequentemente, para a desigualdade social. Pegeen é uma mocinha que não está atrás de um casamento, o que ela realmente busca é o amor verdadeiro, sentimento que segundo ela, se não existir, transforma um relacionamento amoroso em uma teia de jogos de poder e subordinação.
Após a morte de seu pai, o antigo vigário de sua comunidade, Pegeen se tornou responsável por criar e educar seu sobrinho órfão Jeremy, jovem de quem ela cuidou desde pequeno. Entretanto, solteira e sem apoio financeiro, ela passou a depender da caridade da igreja para sobreviver, ajuda que os mantêm abrigados e alimentados, mas que não permite nenhum tipo de luxo. A vida sofrida de Pegeen a tornou uma mulher de personalidade forte, determinada, extremamente sincera e um tanto quanto teimosa, ela não é do tipo “donzela em perigo”, o que, desde o início da história, me fez simpatizar com ela.
“Por favor, Peggy. Não vamos nos rebaixar a xingamentos”. “Ora, não? (…) Tudo bem, então. Eu não vou chamar você de cadela depravada e sem coração”
A vida de Pegeen muda quando Edward, tio inglês de Jeremy aparece em busca do garoto, que segundo ele, está na linha direta de sucessão de um ducado. Edward quer se livrar da responsabilidade de ser tornar um duque, por isso se empenha em encontrar e trazer para a Inglaterra o único filho (e verdadeiro herdeiro do ducado), de seu já falecido irmão mais velho. Porém Pegeen não planeja aceitar as imposições de Edward, e mesmo que pelo bem de Jeremy, aceite ir para a Inglaterra transformá-lo em um verdadeiro duque, fará de tudo para manter seu sobrinho distante da frieza da sociedade inglesa.
Não demora muito para Pegeen e Edward se encontrarem em um pé de guerra, eles raramente concordam com algo, o que dificulta a tomada de decisão com relação ao futuro de Jeremy. Além disso, suas brigas são regadas por muito mais do que o futuro do pequeno duque, a atração física que existe entre eles é inegável, o que assusta Pegeen, e mexe de forma calorosa com os ânimos do sedutor Edward.
“E senti a paixão nos seus lábios, Pegeen. Você pode dar-se falsos ares virginais o quanto quiser (…) Mas nós dois sabemos que existe um fogo inegável entre nós”
Como Pegeen poderia resistir aos encantos de Edward sem se apaixonar? E como Edward poderia compreender o que realmente estava sentindo por Pegeen?. Como sabemos, muitas vezes o desejo surge acompanhado de um sentimento forte de posse, sentimento esse que pode acabar resultando nos mais belos casos de amor. Entretanto, o ponto central do livro não é a paixão que une Pegeen e Edward, mas sim, as mágoas que os afastam. A questão é descobrir se eles serão capazes de enfrentar seus medos para se entregar de corpo e alma, ao sentimento que os une.
“Foi quando os lábios dele começaram a deslizar por seu pescoço, de cima para baixo, que Pegeen soube que estava perdida”
O que mais gostei na história foi dos caminhos inusitados que a trama toma, ao contrário dos romances de época que estamos acostumados a ler, Pegeen não é a heroína que ao descobrir que está apaixonada pelo homem errado, faz de tudo para conquistá-lo, para convencê-lo que eles devem ficar juntos, muito pelo contrário, ela se afasta, pois carrega na alma segredos do passado que a impedem de sonhar com a possibilidade de viver o amor que teima em crescer em seu coração. Para ser sincera, tinha momentos que não compreendia os motivos que a mantinham tão forte, tão decidida. Mas uma vez, a autora me surpreendeu com seus mistérios.
Também me encantei por Edward, {suspiros}, ele é um personagem tão contraditório, forte, decidido, mas ao mesmo tempo tão volátil e apaixonante, ele amadurece ao longo da história de uma forma incrível, e mais uma vez, contrariando os romances históricos que já li, é o primeiro a decidir deixar cicatrizar as feridas de seu coração.
“Como poderia ter imaginado que, por baixo da fachada pudica de Pegeen MacDougal, havia uma sensualidade tão forte? Os olhos dela estavam meio fechados pelo desejo, os lábios abertos ao beijo selvagem dele? Edward não tinha a menor ideia de como pressentira isso. Só sabia que desejava aquela mulher mais do nenhuma outra na vida.”
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Com uma trama regada a ciúme, medo, mágoas do passado, segredos familiares, paixão e muito bom humor, Meg Cabot nos faz sonhar acordados com a beleza e a paixão de sua história.
Se você gosta de romances históricos, não pode deixar de ler A Rosa do Inverno, tenho certeza que assim como eu, você vai se encantar com a magnitude desse livro.
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