Desde que perdeu sua esposa, Jacob Jankowski vive numa casa de repouso, cercado por senhoras simpáticas, enfermeiras solícitas e fantasmas do passado. Por 70 anos Jacob guardou um segredo. Ele nunca falou a ninguém sobre os anos de sua juventude em que trabalhou no circo. Até agora. Aos 23 anos, Jacob era um estudante de veterinária. Mas sua sorte muda quando seus pais morrem num acidente de carro. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de prestar os exames finais e acaba pulando em um trem em movimento – o Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra. Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofrerá nas mãos do Tio Al, o empresário tirano do circo, e de August, o ora encantador, ora intratável chefe do setor dos animais. É também sob as lonas dos Irmãos Benzini que Jacob vai se apaixonar duas vezes: primeiro por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August, e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo. “Água para Elefantes” é tão envolvente que seus personagens continuam vivos muito depois de termos virado a última página. Sara Gruen nos transporta a um mundo misterioso e encantador, construído com tamanha riqueza de detalhes que é quase possível respirar sua atmosfera.
Editora: Arqueiro l 272 páginas l Romance l Compre aqui: Amazon l Classificação: 4/5
Água para elefantes foi uma leitura surpreendente. Já havia lido comentários positivos sobre o livro, mas também, muitas críticas sobre a construção da narrativa, contudo, a meu ver, o livro é digno de elogios, como uma montanha russa de emoções a autora nos transporta há tempos e cenários diferenciados, instigando nossa imaginação e prendendo-nos a trama.
A história é contada por Jacob, que com 93 anos, vive em uma casa para pessoas de idade. Sentindo-se só e cansado de ser tratado como um inválido, ele passa a relembrar os bons tempos de sua juventude. Assim, a narrativa mescla fatos do passado com elementos do presente, apresentando a dura realidade de Jacob, que nos comove com sua solidão e tristeza, ao mesmo tempo em que nos encanta com os elementos surpreendentes de seu passado. Desta forma, por meio das lembranças de Jacob descobrimos como ele iniciou sua trajetória no circo, o exato momento em que ele se encantou com a carreira circense, quando e como ele conheceu o amor de sua vida e também, como ele sofreu em meio das dificuldades dessa profissão na época de sua juventude.
O contexto criado pela autora é extremamente envolvente, por semanas fiquei louca de vontade de ir ao circo, tudo para poder experimentar um pouco da magia narrada no livro, os espetáculos de malabarismo, a grande lona, os animais, os refrescos e brindes, a música, cada detalhe da trama é tão rico que é fácil se perder na beleza da história. Mas por trás das aparências, a autora também abordada os pontos negativos que eram comumente presenciados nos circos, como o maltrato aos animais, a racionalização de alimento para os mesmos, a discriminação entre as classes de trabalhadores do circo, entre outros elementos.
“É tudo ilusão, Jacob, e não há nada de errado nisso. É o que as pessoas querem de nós. É o que elas esperam.”
O fato é que o livro é rico em detalhes, muitos deles capazes de nos emocionar de uma forma inexplicável, por exemplo, sempre que Jacob fala sobre seu presente, sobre sua solidão e como gostaria de reviver o passado, sentimos um aperto no peito, uma dorzinha causada pela consciência sobre as marcas que o tempo é capaz de deixar no coração das pessoas, os sentimentos são tão fortes que facilmente nos emocionamos.
“Eu achava que preferia envelhecer à outra opção, mas agora já não tenho tanta certeza. (…) Mas não há nada que eu possa fazer em relação a isso. Só me resta passar o tempo esperando o inevitável, observando os fantasmas do meu passado se agitarem em volta do meu presente insignificante”
Em contrapartida, Jacob é um senhor muito bem humorado, fazendo o estilo durão, ele não admite as limitações da idade, por isso, nos divertimos muito com suas teimosias. Além do drama e do humor, o livro também possui uma dose de paixão, em meio a um caso de amor proibido, torcemos pela felicidade de Jacob, mesmo que, no meu caso, eu não tenha sentido a intensidade do amor narrado pelo personagem. Entretanto, longe dos resquícios de amor, drama e comédia presentes na narrativa, o ápice da história se concentra na chegada de Rosie, a elefanta mais querida e linda do mundo. Ela muda o rumo do livro, fortalecendo laços de amor e destruindo relações de egoísmo e dor. Esperta, carinhosa, companheira, Rosie rouba a cena, cativando qualquer leitor.
Gostei muito do livro, a autora escreve de uma forma direta e simples, emocionando-nos com os fatos e não com suas palavras. Fiquei surpresa com a informalidade do texto, que conta até mesmo com palavreado chulo, mas claro, nada que desmereça a obra, muito pelo contrário. Outro ponto positivo, como já citei, é o contexto, o circo definitivamente me ganhou. Já como ponto negativo, saliento o final, de certa forma o achei muito irreal, ao contrário do resto da narrativa, a conclusão é muito romântica, algo que para mim, não caberia a real situação de Jacob, contudo, isso não me fez gostar menos do livro.
Assim, só posso dizer que recomendo o livro. Para quem procura um livro emocionante e ao mesmo tempo divertido, Água para elefantes é uma ótima opção. Aproveito para agradecer à Editora Arqueiro por ceder o livro para resenha.
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