Nos tempos de Jay Gatsby, o jazz é a música do momento, a riqueza parece estar em toda parte, o gim é a bebida nacional (apesar da lei seca) e o sexo se torna uma obsessão americana. O protagonista deste romance é um generoso e misterioso anfitrião que abre a sua luxuosa mansão às festas mais extravagantes. O livro é narrado pelo aristocrata falido Nick Carraway, que vai para Nova York trabalhar como corretor de títulos. Passa a conviver com a prima, Daisy, por quem Gatsby é apaixonado, o marido dela, Tom Buchanan, e a golfista Jordan Baker, todos integrantes da aristocracia tradicional. Na raiz do drama, como nos outros livros de Fitzgerald, está o dinheiro. Mas o romantismo obsessivo de Gatsby com relação a Daisy se contrapõe ao materialismo do sonho americano, traduzido exclusivamente em riqueza. Aclamado pelos críticos desde a publicação, em 1925, O grande Gatsby é a obra-prima de Scott Fitzgerald, ícone da “geração perdida” e dos expatriados que foram para a Europa nos anos 1920.
Editora: Cia de Letras l 252 Páginas l Compre aqui: Amazon l Skoob l Resenha: Kamila Mendes l Classificação: 3/5
Ler um clássico é sem dúvida um grande desafio. Mas O Grande Gatsby representou a escalada do Monte Everest para mim (Pah sabe do que estou falando). Não me entenda mal. O livro em si possui um encantamento único vindo da época que retrata e dos personagens a que dá vida, mas o obstáculo estava em mim e se chamava preconceito; não sei bem como nasceu, mas estava aqui e me atrapalho a leitura. No geral a obra é uma crítica à superficialidade da vida da classe média alta. Não sei quantos leitores enxergaram este livro como eu, mas F. Scott Fitzgerald tinha o costume de utilizar suas obras para criticar a sociedade vigente. Para comprovar esse fato, basta ler outro livro deste autor, como O Curioso caso de Benjamin Button que era uma crítica descarada a busca irrefreável pela juventude eterna.
“… – esmagavam coisas e criaturas e depois se protegiam por trás da riqueza ou de sua vasta falta de consideração, ou o que quer que os mantivesse juntos, e deixavam os outros limparem a bagunça que eles haviam feito…” (pag. 239).
Em O grande Gatsby Fitzgerald retrata a sociedade da década de 20. Uma sociedade pós 1° Guerra Mundial que mergulhava em festas, respirava riquezas e futilidades para preencher o vazio interno, esquecendo-se do mundo lá fora. Para dar vida a tal sociedade o escritor criou o casal Tom Buchanan e Daisy, e a jogadora de golfe Jordan. Além deles, Scott Fizgerald representou a si mesmo como Nick Carraway e deu um modelo do que seria uma pessoa de verdade em Jay Gatsby, um milionário e Islandex-oficial da marinha conhecido por organizar festas apoteóticas em sua mansão em Long . Sendo assim, o livro é ambientado nos EUA de 1922, narra a história de Gatsby, e tem como pano de fundo os anos prósperos e loucos que sucederam a Primeira Guerra Mundial. E quem narra o livro é Nick Carraway, um observador honesto que vai descobrindo junto com o leitor o mundo misterioso de Gatsby.
“Parecia encarar a eternidade do mundo inteiro por um instante, e então se concentrava em você com uma irresistível tendência a seu favor. Parecia compreendê-lo até o ponto em que você deseja ser compreendido…” (pag. 111.).
Gatsby é uma figura e tanto. Os segredos de seu passado alimentam a curiosidade do leitor. Os rumores vão desde uma possível descendência alemã, até um suposto assassinato. Parece que todos os personagens falam dele, mas com o tempo Nick descobre a verdade sobre seu vizinho: Jay Gatsby enriqueceu com o único propósito de reconquistar sua ex-namorada, Daisy, e é esse romance que move os demais acontecimentos da obra.
Tom, o marido rico e esnobe, desperta logo de cara a antipatia do leitor. Claro, que por se tratar do séc. XX ainda se vê o auge do racismo, mas como vivemos em um mundo em que combatemos o preconceito é praticamente inconcebível pensar que exista alguém como Tom. Arghhhhhh! Casada com Tom, o objeto de amor de Gatsby, Daisy é uma mulher encantadora (pessoalmente a achei chata, rsrs) capaz de seduzir qualquer homem, mas é infeliz em seu casamento. Quando reencontra Gatsby, parece que isso muda, mas apenas parece.
O livro é realmente bom para se ter uma ideia de como era a sociedade na época dos anos 20, quando os casamentos eram movidos por interesses financeiros (ainda hoje o são em alguns casos), e a classe alta era fútil e vivia em seu mundinho de festas onde o dinheiro bancava tudo e as pessoas eram descartáveis (qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência). No geral, indico a obra para os que gostam de clássicos – o que infelizmente aparentou não ser o meu caso, eu amei a crítica social, mas infelizmente não consegui romper meu preconceito com este livro e, eu sei, a culpa é somente minha, o que de fato justifica as três estrelinhas atribuídas ao livro :/
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