Uma noiva desaparecida na véspera de seu casamento. Um poderoso duque acusado de assassinato. Uma noite que mudou duas vidas para sempre. Temple viu seu mundo desmoronar quando acordou completamente nu e desmemoriado em uma cama repleta de sangue. Destituído de seu título e acusado de assassinato, o jovem duque foi banido da sociedade. Doze anos depois, recuperado em sua fortuna e seu poder como um dos sócios do cassino mais famoso de Londres, sua redenção surge quando a única pessoa que poderia provar sua inocência ressurge do mundo dos mortos. Após doze anos desaparecida, Mara Lowe se vê obrigada a reaparecer quando seu irmão perde toda a fortuna da família nas mesas do cassino do homem cuja vida ela arruinou. Temple quer provar a todos que é inocente e, sobretudo, se vingar e destruir a vida daquela mulher, enquanto Mara precisa enfrentar o passado para recuperar seu dinheiro. Assim, os dois formam um acordo obsceno que os une em um jogo de poder e sedução. Mas ambos descobrem que a realidade esconde muito mais do que as aparências revelam e eles se veem em uma encruzilhada na qual precisam escolher entre lavar a honra do passado e garantir o futuro ou ceder ao desejo de se entregarem de vez à irresistível atração que sentem um pelo outro, mas que pode arruiná-los para sempre.
Editora: Gutenberg l 304 Páginas l Romance de Época l Compare & Compre: Buscapé • Saraiva • Amazon l Skoob l Classificação: 5/5
Já disse que estou completamente apaixonada por essa autora? A cada livro que leio da Sarah Maclean fico mais encantada por seus personagens, principalmente por suas heroínas. Chega a ser irônico quando consideramos o quão irrelevante era o papel da mulher na sociedade do século XIX, porém é impossível negar a força das suas protagonistas – mulheres que, mesmo em uma sociedade preconceituosa e desigual, não se deixam intimidar e lutam com todas as forças por seus direitos. E talvez seja isso que mais me encanta nessa série: ela traz a história de amor de homens que foram renegados pela sociedade londrina, mas em suas vidas quem rouba a cena, assim como em seus corações, são as mulheres que aparecem em seus caminhos e modificam completamente seus destinos. Amo a ideia de o amor ser capaz de mudar a vida de alguém, mas amo ainda mais o fato de existirem mulheres tão fortes e determinadas, mulheres que mesmo em suas inseguranças e medos não abaixam a cabeça, seja para outras mulheres, para os homens que querem subjugá-las, ou principalmente para a sociedade que teima em rotulá-las. Portanto, Entre a ruína e a paixão é mais um livro da Sarah Maclean em que somos contemplados pela força de uma personagem batalhadora e inspiradora.
O livro gira em torno da história de Temple, um dos sócios do cassino mais renomado do submundo de Londres, o Anjo Caído. Temple é um duque, dono de um dos nomes mais poderosos de Londres e detentor de uma imensa fortuna. Por causa do título ele tinha uma vida incrível pela frente: convite para todas as festas, inúmeros bajuladores ao seu redor, sorrisos onde quer que passasse, e muitas mulheres. Porém, antes de tudo isso se concretizar sua vida virou de pernas pro ar. Em uma noite divertida, Temple se envolveu com uma mulher bela e misteriosa, mas o que era para ser um enlace de prazer e aventura acabou em sangue. Depois disso ele nunca mais foi o mesmo, principalmente quando a sociedade passou a chamá-lo de “o duque assassino”. Portanto, ao invés de uma vida fácil e bela, Temple acabou escondido no submundo de Londres, onde se tornou rico e poderoso – só não o suficiente para afastar os olhares de medo dos nobres que tinham certeza que Temple possuía sangue em suas mãos. Até o próprio Temple acreditava que era um assassino… pelo menos até seu passado bater em sua porta. Mara queria mais da vida, então na calada da noite ela bolou um plano mirabolante e simplesmente fugiu do destino. Em doze anos ela construiu a vida que sempre quis, tornando-se mais do que a mulher de alguém. Porém, quando seu irmão perde a fortuna da família (e o dinheiro que Mara lutou tanto para conseguir), ela fica sem saída a não ser voltar para a sociedade e pedir ajuda a Temple, o único que pode perdoar a dívida do seu irmão e, coincidentemente, o único que ela destruiu quando optou em fugir. Agora ele quer vingança e ela perdão, porém aos poucos eles vão perceber que querem muito mais um do outro. Temple é um personagem incrível. Sua força é digna de nota, mas o que me surpreendeu é como ele lida com as dificuldades da vida. Seu título, assim como qualquer outro título de nobreza, poderia lhe dar tudo.
Porém, depois de ser taxado como assassino e de acreditar verdadeiramente que era um, Temple não quis as regalias por trás do poder de um duque. Chega a ser engraçado vê-lo culpando a sociedade por privá-lo de seu futuro quando foi ele, e sua dignidade enorme, que escolheu se afastar. O ponto é que ele não acreditava ser digno de regalias, afinal tinha assassinado uma mulher, então é envolvente mergulhar em sua dor e perceber o quanto ele se pune por algo que nem tem certeza de ter feito. Já Mara é simplesmente maravilhosa. Existem poucas mulheres, principalmente naquele período, que abandonariam sua segurança financeira e sua posição na sociedade para correrem atrás do que acreditam. Mas ela não só deixou tudo para trás, como também virou uma mulher diferente: uma mulher que trabalha, que luta por seu sustento e pela sobrevivência do seu negócio, um abrigo para jovens bastardos. O que mais gostei na personagem é que ela faz várias escolhas erradas em nome do seu futuro, mas ainda assim não deixa de lutar. Mara poderia ter casado e vivido uma vida de regalias, mas ela queria mais, e não se importou nenhum pouco em abandonar a vida que levava antes. Não até o irmão colocar seu orfanato em risco e, mesmo que ela custe a admitir, seus pecados ficarem pesados demais para carregar. Amo quando as mocinhas são assim: fortes, decididas, independentes. Mas também amo que essa independência cobre um preço e que a autora foque no quanto essas mocinhas precisam lutar para ser quem realmente querem ser. A vida de Mara é gratificante e inspiradora, assim como a de todas as protagonistas da Sarah Maclean.
Além dos personagens, também é impossível não amar o romance. Existe um toque de redenção que une Temple e Mara – os dois erraram e os dois precisam de perdão, um perdão que só um pode conceder ao outro. E isso me emocionou bastante, fazendo com que eu os entendesse e torcesse enlouquecidamente por um final feliz. Fora que adorei como o relacionamento entre eles começa com vingança, com Temple querendo fazer Mara sofrer como ele sofreu em doze anos, mas acaba evoluindo para muito mais que isso (é clichê e previsível, mas eu gosto). Isso sem mencionar as cenas, hilárias no mínimo, em que Mara enfrenta Temple publicamente (nessas horas só conseguia pensar “garota, você sabe como provocar a fera, te adoro por isso!” Risos). Eles combinam perfeitamente, tanto em erros quanto em acertos, então é claro que os amamos do início ao fim. E se me permitem mais elogios, quero comentar também sobre a escrita fluida, divertida e reflexiva da autora, e sobre como ela não deixa nenhum ponto de sua história ser mais importante que o outro, tornando o livro um conjunto de paixão, romance, diversão, superação e reflexão.
Entre tantos pontos positivos só posso terminar dizendo: leiam esse livro, leiam as obras dessa autora, leiam os livros dessa série. Sem dúvida, ela virou uma das minhas tramas preferidas entre os romances de época. Estou completamente apaixonada!
Sobre a Série
Entre a ruína e a paixão é o terceiro volume da série The Rules of Scoundrels. A saga é composta por quatro livros, todos de casais diferentes. Entretanto, as histórias estão interligadas pelo fato dos protagonistas serem da realeza do submundo de Londres e devem ser lidos na ordem.
No Brasil a Gutenberg já lançou os três primeiros volumes da saga (resenhas aqui).
Beijos!
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