Dos deslumbrantes salões de baile de Manhattan para os horrores da Primeira Guerra Mundial, Danielle Steel nos leva para um mundo fascinante de uma jovem de espírito indomável. Nascida numa vida de luxo e glamour, Annabelle Worthington carrega o sobrenome, e a nobreza, de uma das famílias mais influentes de Nova York. Até que, num dia cinzento de abril, o Titanic afunda, levando junto o seu mundo. Seus pais e seu irmão mais velho estavam na viagem inaugural do majestoso navio, e apenas sua mãe sobreviveu. Para tentar confortar seu coração, Annabelle se voluntaria para trabalhar em um hospital, ajudando a cuidar dos enfermos, onde descobre sua verdadeira vocação. E, quando um homem nobre a pede em casamento, ela acredita que, enfim, voltará a ter dias felizes. Porém, novamente, o destino lhe prega uma peça, colocando-a no centro de um escândalo. Para fugir da tristeza que sua vida se tornou, ela vai para a Europa trabalhar no front da Primeira Guerra Mundial, ajudando a salvar os feridos. Na França, no auge do conflito, Annabelle consegue realizar um grande sonho: estudar medicina. O problema é que, mais uma vez, sua fé é colocada à prova, e ela precisará tentar retirar forças de uma grande tragédia se quiser renascer para uma nova vida. Com uma narrativa de tirar o fôlego e repleta de detalhes históricos, Danielle Steel nos apresenta uma de suas personagens mais fascinantes e singulares, e sua história inspiradora de dignidade, coragem e amor pela vida.
Editora: Record l 294 Páginas l Romance Histórico l Compare & Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Classificação: 4/5
Danielle Steel é mundialmente aclamada por seus romances e, como adoro uma boa história de amor e superação, confesso que estava ansiosíssima para conhecer sua narrativa. O mais engraçado é que quando iniciei a leitura da obra “de uma das autoras mais vendidas em todo o mundo”, ao contrário da grande maioria, criei pouquíssimas expectativas. Havia lido tanto a respeito da autora que, erroneamente, criei uma imagem exata de como seus livros seriam: superficiais e embelezados por um romance doce e cativante. Assim, foi uma enorme e gratificante surpresa me deparar com uma história que, ao invés de narrar o surgimento de um enlace amoroso, traz a jornada de uma protagonista injustiçada pela vida. Amo histórias de mulheres guerreiras que enfrentam a sociedade, assim, Uma mulher Livre me cativou desde o começo e me surpreendeu por focar na luta e na força feminina. – Sabe aquele tipo de livro que te inspira a lutar por seus direitos? Pois bem, é disso que estamos falando aqui.
A obra parte do início do século XX quando Annabelle debuta e é apresentada com louvor, graças a sua família tradicional e a sua magnífica beleza, para a sociedade americana. Linda, rica e criada por pais unidos e amorosos, a jovem não esperava nada grandioso para o futuro, apenas ser feliz e contrair um bom casamento – de preferência com um marido compreensivo o suficiente para entender sua paixão pelo trabalho voluntário em hospitais. Porém, com o naufrágio do Titanic todos os seus sonhos, literalmente, foram por água abaixo. Quando o fabuloso navio afundou, levou consigo a família de Annabelle. E se não fosse suficiente essa grande tragédia, muitas outras surgem no caminho da jovem, mudando novamente seus planos para o futuro. O dia a dia faz com que a jovem e sonhadora Annabelle vá morrendo aos poucos e, em seu lugar, surja uma mulher guerreira e fiel aos seus princípios. De flor da temporada à pária. De futura noiva à possível médica. O que será que o destino reservou para ela?
Pelo fato da obra girar em torno de Annabelle, temos a oportunidade de acompanhar desde sua juventude até o ápice de sua vida adulta. Desta forma, ao longo dos anos observamos a jovem perder pessoas amadas, se apaixonar, se magoar, ser afastada de tudo o que um dia considerou seu lar, e ser moldada pelos erros dos outros. E tudo isso com um cenário histórico rico e conflitante: o naufrágio do Titanic, o início e término da Segunda Guerra Mundial e, principalmente, as regras e a segregação feminina tão características ao período. Além disso, enquanto os anos passam e Annabelle constrói sua vida, somos apresentados a lugares esplêndidos como Nova York, Paris e outras cidades da França. Assim, sem dúvida, uma das coisas que mais amei no livro é o panorama histórico que ele traz. Temos um cenário de guerra que emociona e toca o leitor, e tudo isso narrado por uma mulher que sofre por sem quem é. Achei maravilhoso o pano de fundo da obra, e amei ainda mais o fato da autora abordar também o preconceito que as mulheres enfrentavam nessa época. A parte social do início do século XX é fundamental para a narrativa, pois são essas regras tolas e preconceituosas que fazem Annabelle sofrer tanto. E eu amei isso; amei a realidade histórica por trás da vida da personagem.
Além disso, uma das maravilhas da obra é a personalidade de Annabelle. Que jovem mais determinada e forte! Chorei muito com o sofrimento vivenciado por ela; são tantas provações e dores que, sinceramente, duvidei de sua força para enfrentar tudo com a cabeça erguida. Claro que o fato de Annabelle ter dinheiro, graças à herança deixada pelos pais, a ajudou a enfrentar tamanho sofrimento – se não fosse isso, seu destino final teria sido outro. Contudo, nada desmerece a história dessa jovem e o fato dela ser um peão nas mãos de homens errados. Fiquei tão revoltada com a história (do mundo, digo), com os homens, com a vida, e com tudo de ruim que essa protagonista vivenciou. E ao mesmo tempo, amei como ela saiu mais forte de cada dificuldade e dor. Por isso gostei tanto da leitura, porque ao invés de um romance, ela trouxe a luta e o amadurecimento de uma mulher forte e de coração gigante. Por mais livros assim, por favor!
Confesso que não achei a narrativa da autora perfeita; a obra tem sim seus clichês e uma condução em terceira pessoa que às vezes nos afasta dos protagonistas. Também acho que, exatamente pela maneira da autora escrever, de começo a leitura pode parecer cansativa. Porém, sinto que tais detalhes não tiram o brilho da história de vida de Annabelle. Sem medo, indico o livro tanto para os amantes de personagens fortes, quanto para os adoradores de romances históricos. Vale muito a pena dar uma chance para essa trama cheia de drama e superação.
Beijos!
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