Você já se sentiu desafiado a fazer algo que, mesmo sabendo que pode se arrepender depois, acaba levando em frente? A heroína deste livro também. Vee cansou de ser só mais uma garota no colégio, e quer deixar os bastidores da vida para assumir seu merecido posto sob os holofotes. E o jogo online Nerve, febre nacional transmitida ao vivo, pode ser o início dessa trajetória de sucesso. Basta que ela clique no botão “Jogador” em vez de “Espectador” para entrar na disputa, que propõe, a cada etapa, um desafio novo. A adolescente acaba formando uma dupla imbatível com Ian, um garoto desconhecido com quem trava contato ao se inscrever em Nerve. Juntos, vão galgando posições no jogo. Mas, conforme os dois avançam na disputa, os desafios ficam cada vez mais complexos… e perigosos.
Editora: Planeta l 304 Páginas Jovem Adulto l Compare & Compre: Submarino • Saraiva • Amazon l Skoob l Resenha: @mayeosvicios l Classificação: 4/5
Quando Vee ouve falar desse novo jogo chamado Nerve que oferece prêmios para as pessoas que cumprirem determinados desafios, ela sabe que aquilo não é pra ela. Acostumada a viver nos “bastidores” – literalmente – a jovem não se vê como o tipo de pessoa que ganha os holofotes, mas sim aquela que dá suporte aos que nasceram pra brilhar, como sua melhor amiga. No entanto, quando Vee percebe que está deixando seus sonhos de lado por seguir essa linha de garota certinha, em um impulso resolve arriscar e, com um clique, acaba dentro de Nerve. No jogo certo e errado são separados por uma linha bem tênue e os riscos são maiores do que parecem. Até onde será que ela estará disposta a chegar para ter o que quer?
A sinopse de Nerve me conquistou logo de primeira – até mesmo antes de ver o trailer de sua adaptação que, confesso, só aumentou ainda mais a minha curiosidade. E, assim como imaginava, se eu tivesse que definir a leitura em apenas uma palavra com certeza escolheria eletrizante. Nerve é um livro difícil de largar, do tipo que te deixa esperando ansiosamente por novos desafios e descobertas. Vivemos esse jogo junto com a personagem, entendemos até mesmo como ela se deixa levar cada vez mais profundamente aos desafios, se distanciando cada vez mais do que ela acreditava ser seus limites. E isso, sem dúvida, é o que deixa a leitura tão fluída e cativante: assim como Vee, queremos sair vitoriosos de todos esses desafios.
Em contrapartida, mesmo que a conexão com a protagonista seja imediata, senti falta de me conectar realmente aos personagens. O livro foca tanto no jogo que, em alguns momentos, deixa de aprofundar melhor as personalidades de seus protagonistas. Até mesmo o mocinho, que tinha tudo para me encantar, acabou sendo alguém que não me afetou completamente – pelo menos não como espera. Além disso, mesmo que Nerve tenha aspectos semelhantes à trilogia Jogos Vorazes – como por exemplo, a crítica aos reality shows – ainda acho desnecessário o fato de, na contra capa, vincularem um livro ao outro. Acredito que mesmo que haja similaridades nas histórias, é bom ver uma história conquistar o público por si mesmo. Como Nerve fez comigo. Sem precisar se comparar a nenhum outro livro.
Em suma temos um livro eletrizante, cheio de desafios, que explora os limites de seus personagens centrais, e que nos faz refletir sobre aspectos culturais de nossa sociedade atual. A obra peca um pouco em aprofundamento, mas supera tal defeito com uma narrativa instigante e gostosa de ler. Nerve me surpreendeu e com certeza me conquistou.
Dá uma espiadinha no trailer do filme:
Beijos!
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