janeiro 28, 2019

Mais uma fantasia para amar: Dance of Thieves – Mary E. Pearson

Em 2019 resolvi assumir uma meta literária especial: concluir as séries queridinhas paradas na estante. Acho que todo leitor tem uma série amada aguardando ser finalizada, não é mesmo? No meu caso tenho várias! Uma delas era a maravilhosa Crônicas de Amor & Ódio, que recentemente entrou para a lista de concluídas.

Quando Dance of Thieves, primeiro volume da saga Dinastia de Ladrões, chegou em casa fiquei muito curiosa. E, ao descobrir que a trama ocorre seis anos depois do desfecho da história da Lia, nossa querida protagonista de The Kiss of Deception, encontrei um novo motivo para mergulhar na escrita da Mary E. Pearson e, em menos de uma semana, li três livros da autora: The Heart Of Betrayal, The Beauty Of Darkness, e Dance of Thieves. E sabe a conclusão que eu cheguei? Que a narrativa da autora é, definitivamente, apaixonante (algo que já sabia, mas foi reforçado a cada novo livro).

Mary E. Pearson não poupa detalhes e, a cada livro, constrói um universo cada vez mais politicamente instigante – o que pede mais tempo de dedicação à leitura e a sua narrativa rica. Amo livros de fantasia que dão tapas em nossas belas caras: preconceito, desigualdade, prepotência, pré-julgamento, e guerras por poder que duram séculos e só servem para derramar sangue inocente. Mas, além de encontrarmos mundos cativantes e maravilhosamente descritos, em suas séries também nos deparamos com personagens femininas surpreendentes. E, cara, eu amo isso!

Sou uma leitora iniciante de fantasia, mas até eu sei que nesse universo é mais fácil encontrarmos grandes guerreiros prontos para assumirem o peso do mundo, do que guerreiras nada estereotipadas (ou seja, mulheres bonitas com curvas e que só aparecem para seduzir o protagonista. Estou revirando os olhos agora, juro). Por isso, valorizo ainda mais a Lia e Kazi, as respectivas protagonistas de Crônicas de Amor & Ódio e Dinastia de Ladrões. Ambas assumem grandes lutas e responsabilidades, mas nunca se esquecem de uma guerra muito maior: a guerra pela liberdade dos oprimidos. E, mesmo encontrando amores proibidos e guerreiros misteriosos que lhes roubam o ar, nenhuma delas abafa os apelos de seus corações. Elas sabem o que querem para o futuro – e, exatamente por isso, mostram que ser forte também é lutar por si mesmas.

Lia: Princesa, guerreira e destinada. Seus pais queriam casá-la em nome de um acordo político, mas ela fugiu e construiu suas próprias alianças.

Kazi: antes ladra agora líder da guarda real, guerreira com a mente e com o corpo, vencedora de um passado trágico e dona de uma vida rodeada por segredos. Passou fome, frio e luto, mas nunca desistiu.

Duas protagonistas fortes, com sangue derramado nas mãos, que lutam pelo que acreditam e confiam em seus corações. Como não se sentir inspirada por elas? Sempre gostei de Lia e de como ela tomou à frente do seu destino, mas com Kazi o amor é ainda mais forte. Ela é uma sobrevivente do mundo, das dores e discrepâncias de nossa sociedade, e com força lutou por sua vida e daqueles que ama. Ela, assim como todas as guerreiras da guarda real que aparecem em Dance of Thieves (e que são maravilhosas também), deixa nosso coração aquecido com a certeza de que nós, mulheres, somos capazes de muito mais do que imaginamos – e, principalmente, daquilo que nos é atribuído.

Existem homens incríveis e bem trabalhados nesses livros? É claro! Mas não vou mentir, sinto que as obras da Mary E. Pearson são sobre a força feminina.

Leiam e descubram o quão poderosas essas mulheres são. Depois quero saber o que acharam de cada uma delas.

Beijos!

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2 Comentários

  • Adriana
    27 fevereiro, 2019

    Olá Paola! Não li ainda Dance of Thieves, mas terminei há poucos dias a trilogia Crônicas de Amor e Ódio, mais uma serie lida por causa do seu video no youtube 🙂
    …no geral, gostei muito a autora tem uma escrita muito envolvente e em muitos momentos não conseguia parar de ler.

    Dos pontos negativos, achei que algumas coisas ficaram sem explicação e outras não ficaram muito claras para mim, como o dom…quando Lia e o Rafe fogem de Venda com ajuda dos amigos dele, ela tenta explicar pra eles o que é o dom, daquela explicação passei a achar que o dom era simplesmente uma espécie de *intuição* que qualquer pessoa poderia desenvolver e aprimorar sua capacidade de intuir as coisas, em outros momentos parecia ser algo mais, muito mais poderoso e alguns momentos foi, mas em outros como na fuga dos Chanceler e dos outros não houve nenhum dom para avisá-la.
    E aquele episódio no primeiro livro quando a Lia estava fugindo do Kaden e entra na floresta sombria e é cercada por enormes macacos ferozes que são espantados por um tigre ainda mais feroz, mas que simplesmente vai embora quando Lia diz pra ele "Vá embora"…desconheço qualquer animal feroz que recue quando ordenado rsrsrs pensei mil coisas…que era uma criatura que a protegeria (já que também ela já tinha visto na sua infância) e nas situações perigosas sempre esperava que um tigre apareceria para salvá-la rsrsrs mas, o episódio nunca foi explicado e a Lia nunca contou pra alguém.

    Fiquei imaginando que no ultimo livro, The Beauty of darkness traria todas explicações, mas não aconteceu…Quanto ao final de Rafe e Lia fiquei muito frustrada e com um pouco de raiva da Lia rsrsrs…entendo que a autora construiu uma personagem feminina forte, mas na minha opinião, um pouco forçado. A Lia quer se impor e ser responsável por todas as suas decisões e quer honrar com seus deveres mas, ela não enxerga os inúmeros sacrifícios que Rafe fez e todas as vezes que ele a colocou em primeiro lugar e ainda de certa forma mostra uma certa nulidade no amor ardente que ela diz sentir por Rafe…achei o desfecho do romance frustrante.
    Uma vez que Venda está se estruturando e progredindo, a autora, na minha visão, coloca elementos que tornar o governo de Lia substituível: Kaden está administrando super bem, além disso ele ama Venda e tem o dom; o governante agora é escolhido pelo povo e Lia esta infeliz. Acho que se Lia tivesse deixado Venda sob administração de Kaden e ter ido atrás de Rafe a serie teria um desfecho que manteria a trilogia mais elevada e empolgante. A mensagem que entendi da autora é que ser uma mulher forte, independente e lutar pelo que você acredita é incompatível com lutar pelo amor, não há conciliação.

    • Paola Aleksandra
      03 abril, 2019

      Oi, Adriana! Amei seus pontos. O segundo, em especial, foi algo que também me fez pensar muito. Acho que a minha "sorte" foi que li Dance of Thieves logo depois de terminar a trilogia principal e, logo no começo, o livro traz uma perspectiva melhor sobre o futuro da Lia. Gostei muito de como a autora deixou as coisas – no final, acaba que ela tem as duas coisas, o governo e o amor ♥