Em 2019 resolvi assumir uma meta literária especial: concluir as séries queridinhas paradas na estante. Acho que todo leitor tem uma série amada aguardando ser finalizada, não é mesmo? No meu caso tenho várias! Uma delas era a maravilhosa Crônicas de Amor & Ódio, que recentemente entrou para a lista de concluídas.
Quando Dance of Thieves, primeiro volume da saga Dinastia de Ladrões, chegou em casa fiquei muito curiosa. E, ao descobrir que a trama ocorre seis anos depois do desfecho da história da Lia, nossa querida protagonista de The Kiss of Deception, encontrei um novo motivo para mergulhar na escrita da Mary E. Pearson e, em menos de uma semana, li três livros da autora: The Heart Of Betrayal, The Beauty Of Darkness, e Dance of Thieves. E sabe a conclusão que eu cheguei? Que a narrativa da autora é, definitivamente, apaixonante (algo que já sabia, mas foi reforçado a cada novo livro).
Mary E. Pearson não poupa detalhes e, a cada livro, constrói um universo cada vez mais politicamente instigante – o que pede mais tempo de dedicação à leitura e a sua narrativa rica. Amo livros de fantasia que dão tapas em nossas belas caras: preconceito, desigualdade, prepotência, pré-julgamento, e guerras por poder que duram séculos e só servem para derramar sangue inocente. Mas, além de encontrarmos mundos cativantes e maravilhosamente descritos, em suas séries também nos deparamos com personagens femininas surpreendentes. E, cara, eu amo isso!
Sou uma leitora iniciante de fantasia, mas até eu sei que nesse universo é mais fácil encontrarmos grandes guerreiros prontos para assumirem o peso do mundo, do que guerreiras nada estereotipadas (ou seja, mulheres bonitas com curvas e que só aparecem para seduzir o protagonista. Estou revirando os olhos agora, juro). Por isso, valorizo ainda mais a Lia e Kazi, as respectivas protagonistas de Crônicas de Amor & Ódio e Dinastia de Ladrões. Ambas assumem grandes lutas e responsabilidades, mas nunca se esquecem de uma guerra muito maior: a guerra pela liberdade dos oprimidos. E, mesmo encontrando amores proibidos e guerreiros misteriosos que lhes roubam o ar, nenhuma delas abafa os apelos de seus corações. Elas sabem o que querem para o futuro – e, exatamente por isso, mostram que ser forte também é lutar por si mesmas.
Lia: Princesa, guerreira e destinada. Seus pais queriam casá-la em nome de um acordo político, mas ela fugiu e construiu suas próprias alianças.
Kazi: antes ladra agora líder da guarda real, guerreira com a mente e com o corpo, vencedora de um passado trágico e dona de uma vida rodeada por segredos. Passou fome, frio e luto, mas nunca desistiu.
Duas protagonistas fortes, com sangue derramado nas mãos, que lutam pelo que acreditam e confiam em seus corações. Como não se sentir inspirada por elas? Sempre gostei de Lia e de como ela tomou à frente do seu destino, mas com Kazi o amor é ainda mais forte. Ela é uma sobrevivente do mundo, das dores e discrepâncias de nossa sociedade, e com força lutou por sua vida e daqueles que ama. Ela, assim como todas as guerreiras da guarda real que aparecem em Dance of Thieves (e que são maravilhosas também), deixa nosso coração aquecido com a certeza de que nós, mulheres, somos capazes de muito mais do que imaginamos – e, principalmente, daquilo que nos é atribuído.
Existem homens incríveis e bem trabalhados nesses livros? É claro! Mas não vou mentir, sinto que as obras da Mary E. Pearson são sobre a força feminina.
Leiam e descubram o quão poderosas essas mulheres são. Depois quero saber o que acharam de cada uma delas.
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