agosto 19, 2020

Dicas práticas (de uma mãe de primeira viagem) para amamentar seu bebê

 

Parto Paola-155

Amamentar é algo que demanda muito estudo, preparo e uma rede de apoio presente e qualificada. Claro que para algumas o processo de alimentar seu bebê é leve, fácil e doce. Mas, infelizmente, muitas mães passam por momentos desafiadores de dor e frustração – e, como fui uma delas, resolvi escrever esse texto para dizer que, por mais difícil que seja no começo, é sim possível nutrir seu filho de uma forma leve e prazerosa.

Passei três meses sentindo muita dor para amamentar, mas com ajuda de profissionais especializados em amamentação, consegui persistir no aleitamento materno exclusivo e em livre demanda. Era meu sonho, portanto, fiz de tudo (dentro das minhas limitações emocionais, é claro) para realizá-lo. Quando olho para trás, consigo listar algumas ações e escolhas que me ajudaram nesse processo:

  • Pesquisar sobre a pega correta. Na prática, atentar-se à pega correta não é algo fácil, principalmente quando estamos com um bebê faminto nos braços. Mas, ler sobre o assunto (e assistir muitos vídeos instruindo como fazer a pega correta) me ajudou a ter uma noção da melhor forma de oferecer o meu seio para a Júlia. Além disso, foi estudando sobre pega que descobri várias posições para amamentar. Ao longo dos meses testei todas e descobri as que funcionavam melhor para mim. Então leia tudo o que puder sobre a pega correta!
  • Ter fé na afirmação (recorrentemente feita por profissionais da área) de que meu corpo ia preparar os seios para a amamentação. Por anos acreditamos na necessidade de passar bucha nos seios para engrossar a pele ou de usarmos cremes para firmar a região da auréola. Contudo, hoje já sabemos que esfoliação e hidratação podem piorar em vez de ajudar, pois elas afinam e aumentam a sensibilidade da pele. O corpo produz melanina suficiente para reforçar a região (que fica mais escura ao longo da gestação) e, de fato, é tudo o que precisamos para amamentar. Isso quer dizer que vai ser fácil? Não, mas significa que seu corpo está trabalhando para que você consiga. Acreditar nisso me ajudou a não desistir.
  • Fazer cursos de aleitamento materno também ajudou muito. Na verdade, foi a informação que salvou minha experiência com a amamentação. Aprendi sobre ordenha e massagem de alívio (algo fundamental quando seus seios estão duros de tanto leite), sobre a importância de fugir dos banhos quentes (a água quente alivia a dor de um peito pesado e dolorido na hora do banho, mas depois faz a dor voltar amplificada), sobre como tirar e armazenar leite e, principalmente, sobre os mitos da amamentação (que são muitos!). Estudar é um caminho sem volta para toda mãe. Então, faça cursos online com consultoras de amamentação ou, se não puder investir, siga essas profissionais nas redes sociais. As dicas delas valem ouro!
  • Por falar nas consultoras, a dica mais valiosa dessa postagem é: tenha o contato de uma consultora de amamentação. Se puder, faça um pacote que englobe: a gestação (ela vai te ajudar a se preparar para a amamentação), o parto (ter uma consultora ao seu lado logo após o nascimento do bebê ajuda com a primeira pega do seu filho); e as visitas pós-parto. É depois que o neném nasce que temos milhares de dúvidas, inseguranças e dores. Eu mesma precisei da consultora dezenas de vezes. Ela veio me ver vários dias durante o primeiro mês da Júlia, ajudou a evitar uma possível mastite, avaliou a pega da minha filha, indicou profissionais que me ajudaram a seguir com o aleitamento (precisamos de uma fono e de uma dentista infantil) e, além de tudo isso, escutou nossos áudios desesperados e esteve presente sempre que precisamos. Sou infinitamente grata à Milena. Então tenha uma consultora ao seu lado. É um investimento que TODAS as mães deveriam colocar como prioridade no enxoval do bebê.
  • Peça para o pediatra e/ou para a fono que avaliar o bebê na maternidade fazer o teste da língua. Se tivessem feito o teste na Júlia, eu não teria saído da maternidade com os seios machucados e sangrando. Foi a consultora de amamentação que fez a primeira avaliação e me indicou uma profissional da área. Passei dez dias em pura agonia, pois ninguém avaliou algo que era tão simples. E hoje, conheço outras mães que pararam de amamentar logo nas primeiras semanas e só foram descobrir que a dor vinha da língua presa do bebê MESES depois do parto.
  • Tenha comida congelada. Comer deixa de ser prioridade quando você tem um bebê em casa. Quando seu filho dorme, você quer descansar, tomar um banho relaxante, sentar no sofá e pensar em nada e, acaba deixando para comer só quando a fome aperta. Eu fui o tipo de mãe que sentia muita fome depois de amamentar (na verdade, ainda sinto). E preparar uma refeição demanda um tempo que nem sempre temos, então congelar marmitas me salvou de ficar completamente dependente de comidas pouco saudáveis. Na última semana da gestação fiz várias marmitas e até bolo de laranja congelei. Isso me ajudou muito.
  • Amamente olhando para os olhos do seu filho e até falando com ele, mas não esqueça de aproveitar esses momentos para fazer algo por você. Nos primeiros meses os bebês passam um tempão mamando. Procure o termo “sucção não nutritiva” no Google para entender melhor o motivo, mas o ponto é que passamos horas amamentando e fazemos isso inúmeras vezes ao longo do dia. No começo, eu achava que não podia fazer mais nada durante as mamadas. Até porque, li que olhar para o bebê durante a amamentação aumentava a produção de leite. Nas primeiras semanas, eu me sentia culpada até de olhar para a tela do celular! Então, a pediatra da Júlia tirou esse peso dos meus ombros ao dizer: “escolha uma mamada do dia para ser só sua e da Júlia. Nessa mamada converse com ela, faça carinho na cabeça, segure as mãos e tudo o mais que tornar o momento só de vocês. Mas, nas outras mamadas, reserve um tempo para você: responda mensagens, e-mails, assista algo ou escute um livro”. E foi o que fiz: encontrei um fone de ouvido e escutei MUITOS livros. Eu precisava das duas mãos para ajustar a pega, então colocava os fones, segurava minha filha bem aconchegada nos meus braços, fechava os olhos e mergulhava em uma história de ficção. Nos dias em que amamentar doía demais, essas histórias me ajudavam a fugir da dor. Além disso, sinto que ter esses “momentos para mim” aliviou a pressão do puerpério.
  • Por último e, nem por isso menos importante, deixe as tetas livres! Nos primeiros meses eu mal conseguia usar sutiã. Só usei quando precisei sair de casa (o que foi bem pouco, porque a Júlia nasceu e logo entramos em quarentena por conta da pandemia). Então eu literalmente me desprendi de tentar “guardar” os seios. Só o raspar do pano já intensificava a dor, então no começo eu raramente usei os sutiãs lindos de amamentação que comprei. O que mais usei foi aqueles quimonos de pijama, pois eles permitiam que a pele do seio ficasse livre. Além de ajudar na dor, isso também evita uma série de problemas e ou infecções nos seios.

Essas são algumas dicas práticas que resolvi compartilhar com vocês. Nenhuma delas é uma grande novidade, mas resume um pouco do que vivi nos meses mais difíceis da minha vida. E, para quem quiser saber como foi mais da minha experiência com a amamentação, gravei um vídeo sobre o assunto. Vou deixar aqui para vocês:

Gostou das dicas? Então compartilha com os amigos!

Beijos!

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5 Comentários

  • dizi
    09 fevereiro, 2021

    Me ha encantando el post, me encanta la forma en que nos relaatas las cosas por momentos parece que lo estas viendo pasar delante de ti. Este verano tan atipico hecharemos de menos cosas que parecian no tener importancia. El detalle que mas marca mi mes de junio es el campo Viviyan Donall Hulda

  • diziler
    09 fevereiro, 2021

    Amen! Your kids are lucky to have you for a mother! These are great words for anyone to live by. Laverna Arie Zed

  • Bianca
    26 janeiro, 2021

    Eu tiive tanto leite que tinha que doar, nas duas gestações, elas não davam conta e doía bastante.
    Na priemira doei na maternidade.
    Na segunda eu amamentava minha filha e minha sobrinha, pq eu e minha irmã tivemos filhas no mesmo ano, 3 meses de diferença, como minha irmã não aguentou amamentar pq ela dizia que doía muito, e chorava de dores, foi o jeito eu amamentar minha sobrinha tbm.
    Eu sempre dizia a minha irma: se vc não deixar ela mamar, nunca vai se acostumar, com tempo os seios se adaptam e as dores passam, mas ela disse que não ia aguentar as dores.

  • Bianca
    26 janeiro, 2021

    Amamentar para quem consegui é uma dádiva.
    Eu amamentei minha primeira filha durante seis meses, só leite materno, após seis meses comecei a introduzir outros alimentos, foi difícil no início mas conseguir.
    Durante os primeiros 15 dias eu sofri muito, doía bastante, e um dos meus seios foi muito difícil ela pegar, pq não tinha um bico adequado, era muita dor, tinha dias que eu amamentando e chorando de dores, em outros ela mamando e saindo pouco de sangue, mas conseguimos vencer as dificuldades, depois era só uma sensação de paz.
    A mi há segunda filha eu amamentei só 4 meses, devido eu ter q vtar ao trabalho, eu fui a pediatra conversamos, e decidimos que aos 4 meses começariamos a introduzir outros alimentos, pq eu sabia que ia ser muito dificil eu amamentar durante 6 meses, só o peito e quando de repente eu voltar ao trabalho ( tirei licença maternidade na época de 6 meses), mas quando de repente eu voltar ao trabalho seria mujto difícil pra ela, se acostumar com outros alimentos, então aos 4 meses comecei e quando chegou os 6 meses e tive q voltar a trabalhar, foi bem fácil.
    Na minha priemira filha eu não trabalhava, então tinha todo tempo para ela se adaptar a uma nova alimentação.
    Hoje elas tem 23 e 12 anos, mas até hoje quando vejo uma mãe amamentando eu sinto a mesma sensação que sentia quando amamentava, é tão boa rs.

    • Paola Aleksandra
      09 fevereiro, 2021

      É isso mesmo, uma grande dádiva. Cada gestação é única, mas quanto mais conversamos sobre o assunto e mais ajuda buscamos, menos difícil vai ficando lidar com os desafios da maternidade, né?