A pequena cidade de Jellicoe, na Austrália, vive uma guerra territorial travada entre três grupos: os estudantes do internato, os adolescentes da cidade e os alunos de uma escola militar que acampa na região uma vez por ano. Taylor é líder de um dos dormitórios do internato e foi escolhida para representar seus colegas nessa disputa. Mas a garota não precisa apenas liderar negociações: ela vai ter que enfrentar seu passado misterioso e criar coragem para finalmente tentar compreender por que foi abandonada pela mãe na estrada Jellicoe quando era criança. Hannah, a única adulta em quem Taylor confia e que poderia ajudar, desaparece repentinamente e a pista sobre seu paradeiro é um manuscrito que narra a história de cinco crianças que viveram em Jellicoe dezoito anos atrás.
| Cortesia Editora Seguinte| Skoob |
Compare
& Compre: Submarino • Saraiva • Amazon| Classificação: 5/5 ♥
que, apesar da narrativa mais fluída e divertida, são reflexivos, enigmáticos e
ricos em ensinamentos. Ser um jovem adulto não é fácil; nessa idade precisamos
fazer escolhas que carregaremos para a vida toda e, por mais que para alguns pareça
pouco mais do que uma fase de transição, não dá para negar o peso da dúvida que
todo jovem carrega nos ombros. Amo
ler a respeito dos típicos conflitos que um jovem enfrenta ao chegar perto da
idade adulta, e amo ainda mais quando as histórias com esse foco abordam temas
reais e tocantes. Assim, me surpreendi com a maestria da autora Melina Marchetta que, indo muito além
do esperado, mesclou elementos reais
do nosso cotidiano com os dramas vivenciados por duas gerações de jovens solitários, confusos e perdidos em seus
pesadelos e inseguranças. E o ponto é que ao falar de suicídio, abandono,
dependência (tanto a emocional quanto a química) e laços emocionais que foram
feitos para durarem uma vida toda, a autora criou uma das leituras mais
apaixonantes e emocionantes que já tive o prazer de fazer.
gira em torno da Taylor e de sua ligação com a Estrada Jellicoe. Muito tempo
atrás, a jovem foi abandonada pela mãe na Estrada Jellicoe e desde então vive
no alojamento do colégio sob a supervisão de Hanna. A relação entre as duas é
complexa e indefinida: elas não são confidentes nem melhores amigas e só vivem
discutindo, mas para Taylor a presença de Hanna é a certeza de que existem
adultos confiáveis – isso até Hanna sumir sem deixar nenhuma pista ou sem ao
menos se despedir de Taylor. Enquanto tenta descobrir o que aconteceu com
Hanna, Taylor precisa liderar uma importante guerra territorial. O fato é que a
região é dividida entre os jovens da Escola Jellicoe, os que moram na cidade e
não estudam nessa escola, e os cadetes que anualmente – sempre no período de
férias – acampam na região. Ninguém sabe como a guerra entre esses jovens
começou, mas agora Taylor é a líder da Escola Jellicoe e precisa proteger os
alunos ao mesmo tempo em que derrota os Citadinos e os Cadetes. Entre guerras
territoriais, amizades para a vida toda e um misterioso desaparecimento, Taylor
vai descobrir mais sobre o passado de Jellicoe e como essa misteriosa estrada
mudou para sempre o rumo de sua vida.
diferencial dessa história é que ela alterna entre a narrativa feita pela
Taylor e a leitura de partes de um livro escrito pela Hanna. Amei essas duas
facetas da história, e amei ainda mais como elas se conectam de uma forma que é
impossível descrever em palavras. A curiosidade do leitor é instigada desde o
começo, e mesmo que não entendamos onde é que a história escrita pela Hanna se encontra
com a vida da Taylor, não conseguimos parar de ler até descobrirmos o mistério
por trás da vida dessas personagens. Confesso que no início fiquei mais do que
confusa entre os escritos da Hanna, os segredos sobre o passado da Taylor, e a
rotina nada comum da cidade de Jellicoe – apesar de ter adorado a proposta da
autora de criar uma guerra entre três
grupos de jovens bem distintos (os da escola, em sua maioria, não possuem pais;
os da cidade possuem uma vida melhor ao lado dos que amam; e os cadetes possuem
formação militar rígida e vivem quase sem a presença de mulheres). Porém, conforme
o desenrolar da trama comecei a pegar algumas pistas e perceber a grandiosidade
dessa história. Taylor não tem mãe, é fechada e solitária, e está no meio de
uma guerra, mas enquanto busca descobrir mais sobre seu passado a jovem vai
fazer amizades incríveis com aqueles que deveriam ser seus inimigos, também vai
abrir o coração para as pessoas ao seu redor, e vai amadurecer de uma maneira muito
especial. Enfrentar o passado não é fácil, mas no caso da Taylor vai valer a
pena se desprender das amarras e seguir seu coração. E eu amei, de verdade,
esse processo de crescimento pessoal vivenciado pela protagonista.
narrativa instigante e surpreendente, do amadurecimento das personagens
principais, das amizades que elas fazem durante a obra, e da grande revelação
(do tipo que faz um “clique” na mente quando todas as peças se juntam e a trama
passa a fazer sentindo), amei as reflexões geradas pelo livro. Terminei a
leitura com uma sensação calorosa no peito e com a ideia de que, por mais que
as coisas saiam do nosso controle, sempre podemos alcançar resultados
positivos. Sabe aquela velha história de faça uma limonada com os limões dados
pela vida? Pois bem, é sobre isso que a autora fala: sobre a dor, a perda, a
solidão e os constantes pesadelos. Mas a ideia não é ressaltar tudo de ruim que
a vida pode dar a cada um de nós, mas sim as coisas boas que resultam de
escolhas ruins. A Taylor é o exemplo de que erros podem gerar acertos, que só
precisamos ter fé, nunca desistir, abrir o coração para o amor, e acreditar que
tudo pode ser diferente. Hanna e Taylor aprenderam – e me fizeram aprender
também – a perdoar, superar, aceitar e seguir em frente. E eu amei isso. Amei a
capacidade incrível que esse livro tem de mudar o leitor.
obra muitas surpresas, infinitas dores e perdas, e muitas histórias interligadas
sobre superação e recomeço. Recomendo de olhos fechados!
Participe Aqui
Comente via Facebook