Fingindo – Por quanto tempo você consegue prender alguém? Meu nome é Cade Winston. Aluno de mestrado em belas-artes, voluntário, abraçador de mães e seu namorado pelas próximas vinte e quatro horas. Prazer em conhecê-la. Com seus cabelos coloridos, tatuagens e um namorado que combina com tudo isso, Max tem exatamente o estilo que seus pais mais desprezam… E eles nem sonham que a filha vive assim. Ela fica em apuros quando seus pais a visitam na faculdade e exigem conhecer o futuro genro. A solução que Max encontra para não ser desmascarada é pedir para um desconhecido se passar por seu namorado. Para Cade, a proposta veio em boa hora: é a chance que ele esperava para acabar com a sua fama de bom moço, que até hoje só serviu para atrapalhar sua vida. Um faz de conta com data marcada para terminar… E um casal por quem a gente vai adorar torcer. Fingindo vai seduzir você.
Editora: Novo Conceito l 336 Páginas l New Adult l Compare & Compre: Saraiva • Submarino • Amazon l Skoob l Classificação: 5/5
Vocês olham essa capa e pensam “poxa, deve ser um romance adulto”, por isso já começo essa resenha dizendo o quanto esse livro é fofo e emocionante. A história não é a mais inusitada do mundo, entretanto ela traz bons pontos de reflexão, como por exemplo, as perdas que assombram os protagonistas, o preconceito dos pais da mocinha (que não são capazes de aceitar o que ela quer para o futuro), e o medo que o mocinho tem de correr atrás dos seus sonhos. Eu sempre digo que os new adults são livros que falam da realidade de ser um novo adulto, que retratam um dos períodos mais complicados de nossas vidas: o momento em que precisamos adentrar a vida real e decidir o que realmente queremos para o futuro. E é exatamente sobre isso que Fingindo fala, sobre as dificuldades do primeiro emprego, as inseguranças de terminar a faculdade e não saber qual caminho trilhar, e da necessidade de lidar com as expectativas da sociedade contrabalanceadas com seus próprios sonhos. Mas não só isso, somando-se a essas reflexões temos a descrição de um dos romances mais bonitos que já vi na literatura new adult. Sabe o tipo de casal que cura as feridas e impulsiona os sonhos? Pois bem, é disso que estou falando. E por isso adorei a leitura do início ao fim.
“Eu aprendi mais sobre mim mesma ao ver como ele me olhava. Cade acabava com as dúvidas, medos e raivas. Ele fazia com que eu me sentisse como a melodia, e não o acompanhamento.”
Fingindo conta a história de Cade e Max. Quem leu Perdendo-me (resenhado aqui) lembra que o desfecho do livro apresenta um Cade completamente desestabilizado emocionalmente. Ele teve o coração partido por sua melhor amiga, e como o bom moço que é, está tentando manter as aparências, fingindo que está bem e seguindo em frente com sua vida certinha e previsível. É nesse momento de confusão e dor que Max entra em cena. Ela é diferente de todos que Cade conhece: segura, forte, imprevisível, apaixonante com seu cabelo vermelho e suas inúmeras tatuagens… Por isso, quando Max pede para ele fingir ser o namorado que os pais conservadores dela querem conhecer, Cade não consegue dizer não. Os jovens, que aparentam ser tão diferentes, embarcam em um relacionamento de aparências que termina mostrando o quão parecidos eles são. Ambos têm escolhido o caminho mais fácil, fingindo ser o que não são. Contudo, a amizade que estabelecem faz com que Cade e Max corram atrás dos seus sonhos e mostrem para o mundo do que são capazes. Eles não são o que parecem, e juntos vão provar que as aparências definitivamente enganam.
Essa leitura foi uma agradável surpresa. Eu já gostava da escrita da Cora Cormack, mas após Fingindo aprendi a apreciá-la ainda mais. Em meio a um romance que tem tudo para ser clichê e previsível, a autora surpreende ao focar nos conflitos dos personagens principais, dando vida a uma história tocante e emocionante. Cade perdeu os pais quando jovem e desde então, com medo de perder tudo e todos que ama, tem receio de correr atrás do que quer. Já Max também perdeu alguém da família, morte que a transformou completamente, que fez ela encontrar na música tudo o que precisava, mas também fez com que seus pais colocassem sob ela todas as suas expectativas, obrigando-a a fingir ser alguém diferente na presença deles. Para o mundo Cade é um homem bom e perfeito, alguém sem problemas. E para os pais, Max é uma jovem comum, sem tatuagens, que leva seu amor pela música como um hobby e não como o sonho de uma profissão. Assim, o que mais gostei foi que, além do romance de aparências que Max e Cade encarnam, eles também fingem serem pessoas diferentes apenas porque têm medo de assumirem seus verdadeiros desejos. – Quem nunca teve medo de correr atrás dos seus sonhos que atire a primeira pedra! É incrível ver como Cade e Max criam uma forte amizade, como eles passam a se entender muito bem, e como se apoiam mutuamente. A mudança ocorre aos poucos, mas é fato que a relação dos dois transforma seus destinos.
“Viver é difícil. E todos os dias os nossos ombros pesam mais e nós acumulamos mais bagagem. Assim, paramos e respiramos fundo, fechamos os olhos, apagamos a mente. É natural. Desde que você abra os olhos e siga em frente.”
Além do amadurecimento dos personagens, também gostei de como a autora aborda o fato dos jovens serem constantemente cobrados, de como muitos preferem assumir papéis seguros apenas porque é isso o que a sociedade espera deles. O livro também conta com outros inúmeros aprendizados: amor além das aparências, segundas chances, recomeços familiares, crescimento profissional. Amei a forma como o drama familiar de Max toca o leitor. Em vários momentos fiquei indignada por seus pais não a aceitarem exatamente como ela é. Afinal, é a cor do cabelo ou uma tatuagem que define o caráter de uma pessoa? Por favor, pais, vamos ser realistas! Fora que por Max ser cantora temos a descrição de várias músicas incríveis, tanto reais quanto fictícias criadas pela própria personagem. E se não fosse o suficiente, ainda temos um romance fofo e contagiante. Eu realmente senti que esses personagens são perfeitos um para o outro. O Cade é sim um bom rapaz, e isso faz dele um namorado incrível. Fazia tempo que não me encantava por um mocinho que realmente é um mocinho (e não um bad boy disfarçado, risos).
No geral o livro é divertido, fácil de ler, emocionante e extremamente fofo; com ele eu ri e também derrubei algumas lágrimas. Agora só consigo pensar que quero ler muito outros livros da Cora. Eu já tinha adorado Perdendo-me, mas Fingindo é mil vezes melhor. Vale muito a pena dar uma chance para a autora.
Sobre a Série
Fingindo é o segundo volume da série Losing It, composta pelos livros: Perdendo-me, Fingindo e Finding It (que ainda não foi publicado no Brasil). O legal é que as obras estão interligadas, mas ainda sim podem ser lidas separadamente já que contam a história de casais diferentes.
Beijos!
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