Além de manter o foco no casal, que precisa amadurecer o conceito de relacionamento, novos livros colaborarão para que a autora explore outros personagens da trama, o que ela já começou a fazer neste terceiro volume da série. Aqui, além do romance, temos a abordagem das dificuldades enfrentadas pelo melhor amigo de Eva, os problemas familiares de Gideon, o passado amoroso de Eva e seu ex-namorado conquistador, e os segredos que envolvem a personalidade de Cross e que ameaçam serem revelados por uma perspicaz jornalista. Fora isso ainda temos mistério e suspense em pequenas doses, criando no leitor o sentimento constante de que a segurança de Gideon e Eva está por um fio. Além desse novo rumo tomado pela autora eu gostei muito do que ela fez com seu personagem masculino. Eu nunca fui fã do Gideon, conseguia ver seu charme claro, mas faltava algo para tornar o personagem mais, não sei, humano talvez. Então fiquei extremamente contente quando percebi o quanto ele amadureceu, ele definitivamente está pronto para amar e se deixar amar, e mesmo diante das dificuldades ele não foge, não faz drama, e muito menos se fecha em seu próprio mundinho. Ao contrário de Eva que, mesmo sendo a personificação da determinação, me pareceu ainda mais inconstante e imatura. Por favor, ela se diz apaixonada mas não é capaz de definir o que é certo ou errado? Namorar não é se perder no outro, é claro que precisamos manter nossa individualidade, mas é preciso definir limites, nem tudo é aceitável ou questionável, ou seja, é preciso aprender a abdicar. E caramba, parece que ela só sabe questionar, reclamar, e duvidar, foram quase trezentas páginas para ela perceber o que já estava na cara faz tempo: que não importa o que acontecer, o amor vai sempre vencer.

Quanto a escrita da autora senti a mesma dualidade referente aos seus personagens. Quando o assunto era traumas e emoções ela se superou em profundidade, mas quando a abordagem focava na definição e na vivência de um relacionamento ela pecou demais, senti falta de aspectos mais reais, de uma boa conversa ao invés de um sexo animal. Sendo assim, como eu já disse no início da resenha, em uns momentos eu amava o livro e em outros o odiava, mas a grande questão é que o resultado foi positivo, e que ao contrário de muitos fãs da autora eu adorei o final e estou bem ansiosa para os próximos livros da saga.

Ah, e vale dizer também, depois desse livro o Gideon – sem dúvidas – merece entrar para a lista de Top piriguetagem de 2014 ♥.